Serenata molhada, Queima abençoada!

Chegou o dia porque esperávamos. A emoção de trajar pela primeira vez é acompanhada pela despedida daqueles que já viveram muito nesta cidade e por tantos outros que nela estudam ou que a ela retornam, porque Coimbra é e será sempre uma cidade de portas abertas.

É a minha primeira e as expectativas são altas. O dia é passado com alguma ansiedade e mesmo tentando não pensar no assunto, há sempre alguém que nos lembra que é hoje a grande Serenata Monumental e que “a primeira nunca se esquece”. O nervosismo aumenta e as horas passam.

No momento de trajar surgem as habituais dúvidas… Estará o nó da gravata bem? Falta alguma coisa? Vejo-me pela última vez ao espelho e penso na boa escolha que fiz e o quão feliz me deixa integrar esta grande instituição.



 

O jantar com a família de praxe no Átrio das Químicas marca o início desta grande noite. Um brinde aqui, um penalti ali (nada de exageros numa noite destas) e chega a hora de irmos para a Sé Velha.

Com os primeiros acordes, o primeiro aperto no coração. Capa traçada pelo padrinho, ainda sem o discurso guardado para depois da serenata, no Palácio dos Melos, mas nem por isso com menos emoção. Aprendi tanto com ele…

A serenata faz-me pensar no ano que vivi. Cometi alguns erros, algumas loucuras, mas cresci com isso, não fosse Coimbra “uma lição, de sonho e tradição.”

Olho à minha volta e há um céu negro que só fica completo com as capas negras dos estudantes que embelezam e dão alma a esta cidade. Fecho os olhos e atento na serenata.

 

Os últimos acordes são ecoados no meio de algumas lágrimas disfarçadas pela chuva que insistiu em marcar presença e em abençoar aquele momento. Faltam as palavras, mas está lá a emoção.

A Coimbra, com amor.

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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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