Vamos ser francos e diretos logo de início: todos nós cometemos erros, independentemente de estarmos no ensino básico, secundário ou superior. Faz parte da vida de estudante cometer erros, falhar redondamente, ficar a perguntarmo-nos porque é que aquilo correu mal e depois voltar a cometer o mesmo erro mais dez vezes antes de percebermos (ou não) que o problema era aquilo. E depois errar outra vez. O ser humano é racional, mas nem sempre é muito inteligente.
Portanto, aqui estou eu – uma estudante que já passou por várias fases e, neste ponto, já devia ter corrigido todos os erros e aprendido com eles – para vos falar de alguns desses erros típicos e como tentar corrigi-los. Vocês sabem, para tentar ter uma vida académica um pouco mais tranquila e tal.
1. Não ter uma rotina de sono estável
Ficar acordado até tarde a estudar ou a fazer algum trabalho não é nada de novo na rotina de um estudante. Aliás, é tão corriqueiro que deixa de ser exceção, e entra também na esfera do ócio: quando damos por nós, são 3h da manhã e estamos a ver uma série. O resultado é que, independentemente da hora a que nos levantemos depois, nunca iremos estar realmente descansados, porque o nosso horário de sono é instável demais. Contudo, chegamos a um ponto em que, mesmo que tentemos, já não conseguimos adormecer antes de determinada hora.
Solução: Alarmes e muita força de vontade. Eu decidi ser radical, mas é um processo que pode ser mais gradual, dependendo da disposição de cada um. A parte dos alarmes ajuda-me a não deixar passar de determinada hora, e a acordar à hora certinha de manhã.
2. Não nos mantermos hidratados
Falando contra mim também, nós não bebemos água suficiente ao longo do dia. Seja porque nos esquecemos, porque não queremos andar com uma garrafa de água, ou porque sumo é mais apetitoso (erro! sumo faz mal e não hidrata!); Eu, apesar de andar sempre com uma garrafinha atrás de mim, por vezes esqueço-me de ir bebendo ou tenho preguiça de voltar a encher. Contudo, é em casa que eu bebo menos água – tal como muitos outros jovens -, porque ir à cozinha de propósito para beber um copo de água é chato, não é?
Solução: Há aqui duas soluções, que podem ser usadas em conjunto: a) Andar com uma garrafa de água pequena connosco para todo o lado, e ter uma garrafa de litro e meio connosco em casa; e b) uma das extensões Drink! , Beveriser ou Ulla, que nos dão lembretes regulares para beber um pouco de água. Combinados, os dois métodos deverão manter-nos hidratadas convenientemente.
3. Não fazer pausas
Eu sou muito culpada deste mal – não necessariamente enquanto estudo ou trabalho, mas com tudo em geral. Eu tenho esta coisa em que tenho de terminar algo antes de fazer uma pausa – e isso, por vezes, significa não fazer pausa de todo. Para muitos estudantes, contudo, não fazer uma pausa é o método deles, o que significa estudar durante duas ou três horas seguidas – e isso, meus caros, é um dos maiores erros da maioria dos estudantes, porque satura o cérebro e o estudo deixa de render. Contudo, é tão fácil perder noção do tempo, não é?
Solução: Existem algumas extensões interessantes, como o Stricktworkflow, de que falarei no tópico abaixo; contudo, por enquanto vou sugerir o Break Time, para o Chrome. Enquanto o Stricktworkflow funciona num esquema de 25minutos+pausa, o Break Time permite-nos estabelecer os nossos próprios números e decidir quanto tempo de trabalho e de pausa preferimos, entre outras pequenas opções interessantes. Quando o tempo termina, um timerirá preencher o ecrã, lembrando-nos de parar. Dá para colocar apenas 2 min. de pausa, mas eu, sinceramente, recomendo um mínimo de 5 min.
4. Distrairmo-nos facilmente
É tão fácil estarmos a estudar ou a fazer um trabalho e pararmos para ir dar uma espreitadela no Facebook, ou no Twitter, ou no e-mail; ou, num cenário mais perigoso, com algum video de gatinhos ou um questionário do BuzzFeed para saber que tipo de topping de pizza somos. As distrações estão em todo o lado e é impossível resistir, não é? Contudo, desligar a internetnão é uma opção – seja por causa da playlist que estamos a ouvir, o podcast sobre a matéria ou por causa da pesquisa que estamos a fazer. Estamos condenados a distrair-nos para sempre!
Solução: Graças a algumas almas bondosas que pensaram nisso, as lojas do Google Chrome, Safari e Mozila estão quase saturadas com extensões que bloqueiam distrações durante o tempo que quisermos. O Stricktworkflow é o meu favorito, porque não só bloqueia os sites que eu colocar na lista negra durante determinado tempo, como também segue o método do Pomodoro e não me deixa desbloquear manualmente os sites – tenho de esperar que os 25min terminem ou fechar o browser. E é impossível ignorá-lo, porque uma campainha toca no início de cada ciclo. Esta extensão também pode ser usada para o item 3.
5. Não ter uma agenda (ou não a usar)
Há quem funcione bem sem uma agenda, e quem não funcione sem uma – como eu. Para mim, não ter algo anotado significa que é como se essa coisa não existisse (logo, eu vou esquecer-me), sobretudo porque sou terrível com datas. Assim sendo, tive de adaptar-me à ideia de andar com uma agenda de um lado para o outro, e ela ser a primeira coisa que eu tiro da mala assim que me pedem para lembrar algo.
O problema da maioria das agendas no mercado é terem demasiado papel, e ainda assim não terem todas as tabelas e páginas de que um estudante precisa. Sim, se for preciso temos uma página para cada dia, mas para que serve isso se não tem uma página para o horário, ou para as notas (académicas), ou para notas importantes? Além do mais, tendem a ser caras para as poucas funcionalidades que têm. Assim sendo – e associado ao facto de que os estudantes cada vez menos têm o hábito de apontar fisicamente as coisas (a.k.a. em papel) – cada vez mais se está a perder o hábito de usar agendas físicas. E eu até compreendo, até certo ponto. Eu também nunca consegui funcionar com as agendas normais.
Contudo, foi algures no secundário – quando a escola começou a distribuir agendas gratuitas, agendas feitas para os estudantes da escola – que eu descobri o meu tipo e agenda: uma agenda onde os meses não sejam linhas, mas sim tabelas. Ter uma visão mensal do mês numa tabela com os dias dá-nos uma visão geral dele, e permito-nos calcular mas facilmente quantos dias faltam para entregar aquele projeto.
Solução: Depois de alguns meses em busca d’A Agenda Perfeita, encontrei-a no The Handame Home. Tinha exatamente as páginas de que precisava e eu apenas precisei de acrescentar mais algumas e fazer uma capa personalizada. Mandei imprimir e encadernar e não podia estar mais satisfeita com ela. É bonitinha, prática, não tem centenas de folhas desnecessárias e tem tudo aquilo de que preciso.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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