O Dia Europeu da Proteção de Dados é celebrado anualmente a 28 de janeiro, como forma de celebrar a assinatura da “Convenção para a Proteção das Pessoas Relativamente ao Tratamento Automatizado de Dados de Carácter Pessoal”, também referida como “Convenção 108”. Fora da Europa, este dia é conhecido como o “Dia Internacional da Privacidade”.
A Carta dos Direitos Fundamentais da UE estabelece que todos os cidadãos da UE têm direito à proteção dos seus dados pessoais, constituindo um dos pilares fundamentais para que a Europa se encontre cada vez mais preparada para a era digital.
Outras medidas incluem o Regulamento Geral sobre Proteção de Dados (RGPD), aplicável desde 25 de maio de 2018 e a Diretiva (UE) 2016/680, relativa à proteção de dados na aplicação da lei, em vigor desde 5 de maio de 2016. Existe ainda um Comité Europeu de Proteção de Dados, responsável por assegurar a aplicação coerente da legislação em matéria de proteção de dados em toda a União Europeia.
Mas afinal, porque é que os nossos dados são tão importantes?
A tecnologia permite o processamento de milhares de informações em poucos segundos, sendo um aliado precioso principalmente para as empresas que, ao recolherem estas informações por parte dos consumidores, conseguem avaliar os seus gostos, interesses, hábitos e tendências, garantindo assim que estratégias de marketing e publicidade se tornam cada vez mais eficazes.
No fundo, para aceder às redes sociais, e-mails e outros websites acabamos por fornecer não só os nossos dados, como somos ainda submetidos a uma constante vigilância, originando uma exposição cada vez maior do consumidor e, por consequência, uma diminuição da sua privacidade.
Assim, e porque a privacidade deve ser do interesse de todos, principalmente numa altura em que o digital e as novas tecnologias desempenham cada vez mais um papel de destaque nas nossas vidas, trazemos-te cinco dos mitos mais comuns sobre a proteção de dados e a privacidade online:
Segurança é sinónimo de privacidade
Atualmente, vários são os produtos, serviços e aplicações que se caraterizam como seguros e encriptados, nomeadamente através de um protocolo designado Transport Layer Security (TLS). No entanto, isto não quer dizer que as informações por eles recolhidas sejam privadas.
Ser definido como seguro implica que esse produto, serviço ou aplicação nunca sofreu um ataque grave. Mas os dados dos utilizadores continuam a ser recolhidos, nomeadamente para personalizar anúncios que vão de encontro aos seus interesses.
Usar um antivírus é suficiente para garantir a minha segurança e privacidade
Os antivírus conseguem apenas identificar e bloquear um número limitado de ameaças e não impedem técnicas de roubo de dados.
Uma sugestão para conseguires mitigar este problema seria, a par com o antivírus, recorreres ao uso de uma firewall que te permite bloquear ataques na rede, bem como o uso do VPN quando utilizas uma rede Wi-Fi pública.
Apenas quem faz coisas erradas precisa de se preocupar com a sua privacidade
Não te deves esquecer que qualquer utilizador da Internet pode ser um alvo de um ciberataque. Não importa se fazes ou não coisas erradas enquanto estás online: o risco de seres vítima de fraude ou sofreres roubo de identidade está sempre presente, pelo que deves permanecer em alerta e considerar-te como uma potencial vítima, independentemente dos teus comportamentos.
Tenho muito cuidado com as senhas que escolho, portanto estou seguro/a
É verdade que ao usares uma senha elaborada estás a aumentar a segurança das tuas contas. Mas só isso não é suficiente.
Para além de ser recomendável usares uma senha diferente para cada site onde possuas uma conta, deverás ativar a autenticação em dois passos sempre que possível.
Dados anónimos são seguros
Certamente já viste formulários que indicam que todos os dados recolhidos serão tratados de forma anónima. Normalmente, estes dados passam por um processo que remove qualquer informação que possa identificar a pessoa a quem se referem.
Contudo, nem mesmo este processo é considerado 100% seguro. Atualmente, já é possível usar processos de engenharia reversa para cruzar dados e encontrar determinada pessoa. Assim, a única forma de garantires realmente o teu anonimato online é se bloqueares a recolha de informações pessoais.
Consulta aqui os planos da União Europeia como preparação para uma era cada vez mais digital.
Artigo elaborado em parceria com a Comissão Europeia.