5 passos para criares um bom método de estudo


Neste artigo deixo-te um método sequencial de 5 passos para definires um melhor método de estudo para ti. O que é um melhor método? É aquele que vai ao encontro das tuas características, e por esse motivo, mais eficiente. Muitas das vezes estudar muito não é sinónimo de estudar bem, nem de obter os melhores resultados. É aqui que teres um bom método vai fazer a diferença.

1º Passo – Organizar local de estudo e horário

Deves organizar o teu local de estudo para que seja um espaço propício à concentração. Um espaço iluminado e amplo, onde sabes que não serás interrompido. E claro sem distrações, retirando tudo o que te distrai do teu local de estudo. Multitasking não é misturar estudo com distrações, por isso desliga as notificações ou coloca o teu telemóvel longe do local de estudo.

Depois planeia os teus horários, ou seja, tens o teu horário da escola, tens os horários das tuas atividades (o desporto, o inglês, a explicação, o que for) e sim colocas também os horários das tuas atividades de lazer. De forma que estejas sempre presente no que estás a fazer, se estás a jogar, joga livremente porque está no teu horário, se estás no horário do estudo, o mesmo deve acontecer, vais ver como à medida que cumprires com o teu planeamento vais adquirindo confiança e motivação, porque estás a cumprir contigo mesmo, e isso é poderoso. Nota: provavelmente não vais acertar à primeira na organização do teu horário de estudo, por isso no final da 1ªsemana analisa e verifica se esse horário está equilibrado entre seres eficiente no teu estudo e o teu equilíbrio emocional. Analisa e adapta na semana seguinte.

2º Passo – Identificação do tipo de memorização predominante em ti

Sabias que todos nós temos um tipo de memorização predominante? Existem 4 tipos: a auditiva, a visual, a leitura/escrita e a cinestésica. Ora se não sabes isso, como é que vais perceber qual o método de estudo que mais se adequa a ti e que te vai trazer melhores resultados ao longo do ano?

Aqui ficam os tipos de memorização que existem:

Auditiva – são aquelas pessoas que memorizam logo sons ou músicas e que basta estarem atentas nas aulas para memorizar grande parte da matéria. Para estas pessoas ler em voz alta, gravar áudios e depois ouvir são excelentes estratégias. Tal como debater com colegas a matéria, ou explicar a uma outra pessoa.

Visual -estas pessoas têm grande facilidade em memorizar o que está a ver. Aquelas pessoas que nunca se esquecem de uma cara, de imagens, de um slogan de um outdoor. A melhor forma de memorizares é através de gráficos, imagens ou esquemas e tabelas. Transforma os teus resumos em mapas mentais e infográficos. Existem apps que te ajudar na criação desses infográficos.

Leitura/escrita – pessoas que memorizam através de leitura e escrita, ou seja desenvolvem-se mais pelas palavras e listas do que por sons ou imagens. Memorizam mais facilmente a ler ou a escrever do que a ouvir o professor. Devem assim apostar em fazer os seus próprios resumos com listas e tópicos e ler e reler a matéria. E devem transpor gráficos e esquemas em frases e responder a exames antigos. Uma dica muito importante relativamente aos resumos, eles não são cópias dos livros, deves colocar o conteúdo pelas tuas próprias palavras.

Cinestésica – memorizam quando colocam em prática o que aprendem. Procuram encontrar na matéria e nas palavras o que seja relevante, prático e real através de todos os sentidos. Devem transpor a matéria para o máximo possível de exemplos e estudos de caso e incluir mais resumos de colegas para comparar mais do que 1 ponto de vista, e usar a auto explicação (que não ler em voz alta mas sim explicar o significado dos conceitos).

Para saberes qual o tipo de memorização predominante em ti podes ir ao site: https://vark-learn.com/home-portuguese-pt/

(é um dos vários sites que podem utilizar) onde podem fazer o vosso teste online, é muito rápido e no final obtêm o vosso resultado. Na verdade na maioria dos casos temos mais do que 1 tipo de memorização predominante. O que é ótimo pois assim podes utilizar mais do que uma estratégia de estudo para otimizar os teus resultados em função da matéria em si.

3ºPasso – Técnica pomodoro

Tem a ver com a forma como tu geres o teu tempo. Está estudado que realizares maratonas contínuas de estudo não são eficientes, e desgastam-te emocionalmente, ao passo que com esta técnica irás ser mais eficaz na gestão do teu tempo e com menor dispêndio de energia.

Aconselho esta técnica não numa base diária do teu estudo, mas sim quando vais ter um teste ou exame, ou aos fins de semana que tens mais tempo. O método pomodoro é simples e consiste em dividires o teu tempo de estudo em períodos de 2h, e cada período de 2h dividires em quatro blocos de 30 minutos. Vais agora distribuir as atividades e matérias que queres executar ou estudar nesses blocos.

Esta técnica defende que tu deves realizar a atividade que definiste durante os 25 minutos, terminando os 25minutos pausas durante 5 minutos, mesmo que isso implique interromper o que estavas a fazer, porque aí é que reside a mais-valia desta técnica. Nestas pausas deves sair do teu local de estudo e ir beber água, ver tv, ir às redes sociais, acima de tudo desligar e descomprimir. Passados os 5minutos, retornas e continuas. E assim sucessivamente até que completes as duas horas. Antes de entrares noutro período pomodoro deves descansar 30minutos. Eu sei, parece estranho e com pausas a mais, mas experimenta, e depois diz-me se não sentes o teu cérebro muito mais focado e o teu estudo menos desgastante.

4º Passo – Identificação dos pontos fortes e dos pontos a melhorar

Vamos dividir uma folha A4 em 3 colunas. Na 1ª coluna do lado esquerdo deves escrever os teus pontos fortes enquanto estudante, como por exemplo: sou metódico, sou esforçado, sou atento nas aulas, estudo com antecedência, sou participativo nas aulas ou nos trabalhos de grupo, sou competitivo, etc. Tudo o que te possas lembrar e que te caracteriza de forma positiva enquanto estudante, se tiveres dificuldades nessa listagem fala com colegas ou com professores (se possível). Na coluna do meio dessa folha, vais listar os aspetos que consideras que deverias melhorar, como por exemplo: deixo passar os trabalhos de casa, não traço objectivos, estou distraído nas aulas, só estudo de véspera. Finalmente na coluna da direita vais colocar compromissos para trabalhares cada um dos aspetos a melhorar que colocaste na coluna do meio. Por exemplo ser mais organizado, falar menos nas aulas, rever a matéria e fazer bons resumos, participar mais nas aulas, tirar dúvidas com professores, gerir melhor o tempo, estar menos tempo nas redes sociais, fazer os tpc, etc. Depois de esgotadas as tuas ideias, procura incluir todas as ideias e sugestões de colegas, professores, familiares, de coisas que tu podes fazer diferente para melhorar cada um dos fatores colocados na coluna do meio. E deste trabalho conjunto, começa a assumir compromissos com quem te rodeia.

5º Passo – Definição de objetivos a atingir

Define os teus objetivos, e responsabiliza-te por eles. Estes objetivos devem ser uma mistura de ambição com realismo, de nada te serve apontar para muito alto ou muito baixo se isso não te motivar. Encontrar o equilíbrio é importante para que as metas a que te propões, verdadeiramente te façam acionar o teu foco e a tua dedicação. Por outro lado estes objetivos devem ser específicos e mensuráveis, um exemplo de objetivos que não te vai ajudar: quero melhorar as minhas notas, ou quero ter nota positiva a tudo, ambos são objetivos muito vagos, e deixam muita margem de manobra o que não vai ajudar no foco e satisfação na sua perseguição.

Por isso nada melhor do que definires quais as notas que queres obter em cada uma das disciplinas. Assim será claro e compreensível para todos, o grau de satisfação ou insatisfação perante os resultados obtidos.

Experimenta então este método de 5 passos para construíres o teu método de estudo, acredito que no inicio será estranho, mudar hábitos de estudo que têm muitos anos é difícil, mas acredita no processo e avalia com os resultados obtidos. Como nota final, procura também incluir os teus pais nestas técnicas, eles podem vir a ser o teu melhor apoio e quem sabe até te podem surpreender com boas reações.

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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