Sentem-se mal pagos, acreditam que a sociedade não reconhece o seu trabalho e estão descontentes com o que recebem face às qualificações que têm. Esta é a opinião dos professores portugueses, segundo uma sondagem nacional realizada pela FNE, a segunda maior confederação portuguesa de sindicatos de docentes. De resto, os professores não aconselham os jovens a seguir esta carreira, mesmo num momento em que o país enfrenta uma enorme falta de profissionais na Educação.
A sondagem da FNE, liderada por Pedro Barreiros, questionou os professores sobre as perspetivas que têm sobre a carreira, o reconhecimento profissional e sobre as condições de abertura do novo ano letivo. A amostra foi de 2.138 docentes colocados nos vários níveis de ensino.
Segundo a sondagem, 97,1% dos inquiridos (no ano anterior eram 96,7%) defendem que o seu salário não está ao nível das qualificações que lhe são exigidas para o exercício profissional. Por outro lado, 84,1% não aconselhariam um jovem a ser professor. Número idêntico de professores (82,9%) consideram que o reconhecimento social da profissão docente é negativo.
A sondagem revela ainda que 91,9% dos docentes afirmam que as políticas educativas do governo são insuficientes ou muito insuficientes.
No que respeita àquilo que os professores consideram ser os problemas mais importantes a resolver, quando se fala de reivindicações sindicais, as prioridades apontadas foram: recuperação total do tempo de serviço não contabilizado (congelado e transições carreira); abolição de vagas no acesso aos 5.º e 7.º Escalões; alteração/eliminação do atual modelo de Avaliação de Desempenho Docente (ADD); valorização salarial; e estabilidade profissional, entre outras.