Maria (M.): Fala-nos um pouco do teu curso, em que consiste e quais são as suas saídas profissionais.
Beatriz Tomás (B. T.): O meu curso é Engenharia Informática e Multimédia, foi criado em 2006 e é lecionado no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa – ISEL. Este curso não só privilegia a formação em sistemas informáticos, redes de comunicação e inteligência computacional como também nas áreas de multimédia, ambientes multimédia interativos e sistemas de processamento multimédia.
Com esta licenciatura, somos capazes de conceber e desenvolver software e sistemas informação multimédia, desenvolver aplicações multimédia interativas para a web, produzir modelos e animações 3D para a indústria de entretenimento e do audiovisual, construir redes locais, planear estruturas de encaminhamento de tráfego IP em redes locais e na Internet.
João Abílio Rodrigues (J. A. R.): Engenharia Informática é um curso muito abrangente dado que temos variadíssimas saídas profissionais, como o desenvolvimento de software e de sistemas de informação multimédia, a produção de modelos e animações 3D para a indústria de entretenimento e do audiovisual, o desenvolvimento de aplicações para suporte ao ensino à distância e ao comércio eletrónico, o desenvolvimento, instalação, configuração e administração de redes e consultoria na área das tecnologias de informação.
Uma luta que se tem verificado nos últimos tempos com as empresas é o facto de algumas tentarem ainda “escravizar” o informático. Mas como a oferta é cada vez maior, a grande maioria das empresas já fornece melhores condições. Recomendo que tirem também um mestrado, dado que as empresas de tecnologias de informação estão cada vez mais a dar importância à formação.
Manuel Magalhães (M. M.): O curso de Engenharia Informática lida com uma variedade de competências especificas, como desenvolver aplicações, planear e configurar redes e serviços, administrar bases de dados, entre muitas outras competências. A licenciatura tem uma multiplicidade de saídas profissionais, como administrar sistemas, administrar bases de dados, engenharia de software, gerir projetos, engenharia de redes de computadores, etc.
Miguel Pires (M. P.): Engenharia Informática, na minha faculdade, abrange uma grande variedade de áreas no campo da informática, tais como as matemáticas, as componentes arquitetónicas de um computador e, claro, as linguagens de programação. O curso está dividido em três ramos diferentes: redes e administração de sistemas, desenvolvimento de aplicações (foi aquele que acabei por escolher) e sistemas de informação – temos de tomar esta opção no 2º semestre do 2º ano. Este curso oferece uma vasta gama de saídas profissionais, como engenharia de software, de redes informáticas ou de sistemas. É um curso que continua em crescimento e que é bastante necessário nos tempos atuais.
Simão Nunes (S. N.): Engenharia Informática e de Computadores é um curso do Instituto Superior Técnico com a duração de 3 anos de licenciatura iniciais, sendo que podemos posteriormente ingressar no mestrado de 2 anos numa área mais específica. Este curso assenta em três pilares fundamentais: Ciências de Engenharia – que constituem a base das ciências exatas necessárias à formação de um engenheiro, onde são desenvolvidos e aprofundados os conhecimentos nos domínios da matemática e da física ; Ciências da Engenharia Informática – onde se adquirem as competências fundamentais associadas aos conhecimentos de base de Engenharia Informática e Competências Transversais – onde se pretende dar aos alunos uma visão da engenharia informática na sociedade, nas empresas, na inovação e na investigação.
Existem variadíssimas saídas profissionais como Inteligência Artificial, Administração de Sistemas Informáticos, Desenvolvimento de Software, Programação, Cibersegurança, Jogos, Consultoria, entre outros.
M.: O que te levou a escolher o teu curso e que factores tiveste em conta? Foi a tua primeira escolha?
B. T.: Sempre tive uma grande paixão e admiração pela área da informática, muito por influência familiar, pelo que a Engenharia Informática foi desde logo a minha primeira escolha. Contudo, a vertente da Multimédia foi a minha segunda escolha, mas no final do curso, fiquei bastante satisfeita por me ter sido “imposta” esta segunda escolha. O curso é diferente do “normal”, é muito mais interativo mas sem nunca descurar a parte da programação que eu tanto queria.
J. A. R.: Desde o 8º até ao 12º ano que por volta da semana académica ia à Universidade de Aveiro, no âmbito das Competições Nacionais de Ciência. Esses anos todos levaram a que tivesse mais vontade de ir para a UA. Porém, a minha escolha foi realizada apenas em maio do último ano letivo. Sempre gostei da área de informática pelo que a decisão não foi difícil nesse aspeto. O último fator que me levou a ir para a UA foi ter direito à bolsa de mérito correspondente ao valor do 1º ano de propinas, uma vez que tinha mais de 17,5 valores. Este curso foi a minha primeira escolha.
M. M.: Gosto de programar e de administrar sistemas e redes, por isso escolhi este curso. Engenharia Informática no IPLeiria foi a minha primeira escolha, pela elevada taxa de empregabilidade dos recém-licenciados e a qualidade de ensino.
M. P.: Todas as minhas opções ligavam-se à engenharia informática. Em relação à instituição de ensino não tinha uma grande opinião sobre o que me esperava uma vez que foi das minhas últimas opções. É claro que informática sempre me correu no sangue e, desde o início do secundário, tinha em mente seguir algo que envolvesse isso, portanto não foi algo que foi difícil de decidir. Considerei também as percentagens de empregabilidade que o curso tinha e fiquei bastante satisfeito. Acredito que, mesmo num futuro distante, seja uma área que continue em crescimento e em constante mudança e que continue a ser necessária para muitas áreas.
S. N.: Desde muito novo que em pequenos momentos de lazer me dedico à aprendizagem de ferramentas tecnológicas. Sempre tive uma paixão por computadores e o que começou por ser apenas uma atividade lúdica, tornou-se agora uma possibilidade para o meu futuro. No 12º ano tive o meu primeiro contacto com a programação. Foi algo que fortaleceu o meu gosto pela área e que me despertou o interesse em procurar mais informações sobre o curso, bem como as suas saídas profissionais. Tudo isto, em conjunto com uma taxa de empregabilidade bastante elevada, possibilitou que fosse a minha primeira escolha no ensino superior. Em setembro, iniciarei o meu 3º ano da licenciatura.
M.: O que é que te surpreendeu pela positiva e pela negativa no curso?
B. T.: Como já disse anteriormente, este curso não foi a minha primeira opção, no entanto, surpreendeu-me imenso pela positiva, tanto pela parte interativa como pela multimédia que estende horizontes ao nível do mundo informático. O ISEL surpreendeu-me imenso pela quantidade de componente prática com que enriquece os seus cursos e o meu não foi exceção. O único ponto negativo que consigo encontrar no curso trata-se de um gosto pessoal: não me agradou a quantidade de cadeiras de redes que o curso tem (três obrigatórias).
J. A. R.: Pela positiva, a forma como a maioria dos professores está disposta a ajudar-nos. No Secundário, ouvíamos de vez em quando frases como “No Ensino Superior os professores não vos ajudam, por isso não se queixem” – o que acabou por não se verificar. A dificuldade do curso deve ser mesmo o que me surpreendeu mais pela negativa uma vez que no Secundário habituei-me a estudar “na véspera do teste”. Ao longo do tempo acabei por lidar bem com a situação e aprendi a superar essas dificuldades. É o tal “impacto do Ensino Superior”.
M. M.: Pela positiva, destaco a qualidade do ensino e a disponibilidade dos professores que tive até agora, que esclarecem sempre as dúvidas dos alunos. Os alunos não se podem limitar a saber ou a fazer o que “funciona”; têm de perceber o porquê das coisas funcionarem e não funcionarem, o que é uma forma de pensar necessária para um engenheiro informático. Não tenho pontos negativos de momento.
M. P.: Aquilo que mais me interessou no curso foi a diversidade de unidades curriculares que tenho. Umas ligadas à matemática, outras mais centradas em componentes físicas de um computador e até mesmo umas ligadas ao design e aos critérios de usabilidade. Não digo que seja um curso “fácil de roer” porque não é, só o gosto pelo que se faz e pela descoberta de matérias novas faz com que este corra de forma fluida. Relativamente aos pontos negativos, não tenho muito a dizer: por vezes, aparecem assuntos mais aborrecidos e que não motivam muito mas há que superar e conseguir atravessar essa barreira.
S. N.: Uma das grandes surpresas que fui tendo ao longo do curso foi o facto de este se ter revelado muito abrangente. Antes de entrar, tinha uma ideia (errada) de que o curso seria um pouco limitado no que diz respeito a sub-áreas dentro da informática. Mas na verdade, este é constituído por uma panóplia de áreas de especialização para todos os gostos. O entusiasmo e a curiosidade que nutro por cada uma destas áreas crescem todos os anos. Contudo, percebo perfeitamente que a elevada componente teórica do curso possibilitará ao estudante em questão, colecionar ao longo do ano um conjunto de aulas teóricas fatigantes, pois por vezes, nem os melhores professores conseguem fascinar-nos.
M.: Como tem sido a experiência de estudar nesse curso? O que é que te marcou mais?
B. T.: A experiência de frequentar este curso foi bastante boa. Fiquei contente por ter escolhido o ISEL, é bastante acolhedor, a comunidade do curso é muito prestável, existe uma entreajuda enorme entre toda a gente que se vê e se sente. As amizades que fiz foram, de facto, aquilo que me marcou mais.
J. A. R.: Tenho gostado imenso deste curso e tenho conseguido conciliar tudo entre o estudo e a participação no associativismo na Universidade.
Uma coisa que me marcou mais foi ter desistido de uma cadeira de programação (Fundamentos de Programação) e quando me dei conta e vi que ia reprovar, estive a semana inteira antes do recurso a estudar a essa cadeira e neste momento é a minha melhor nota (subi de 4 para 19 valores).Outra coisa que me marcou e que ainda me marca (o pessoal de Aveiro perceberá): “Um curso, uma Família, Informática”.
M. M.: Tem sido uma boa experiência. É trabalhoso, mas também é recompensante quando um trabalho começa a ficar composto ou quando se começa a ganhar prática. Os trabalhos de grupo, de momento, são aquilo que me marcou mais. Cada trabalho de grupo que tive foi uma experiência que envolveu madrugadas a trabalhar e dificuldades que tentávamos resolver durante horas ou até dias, mas esse trabalho de equipa também envolveu triunfos, aprendizagens e espírito de equipa. Esse esforço é recompensado tanto na pauta como naquilo que aprendemos a nível técnico e sobre como trabalhar em grupo.
M. P.: Definitivamente todas as pessoas que conheci e todo o conhecimento que já carrego! Um bom ambiente académico que nos mantenha felizes e bem dispostos é o caminho certo para o sucesso. Obviamente que esta opinião não é igual para todas as pessoas, mas acho que muitos se relacionam com aquilo que disse.
S. N.: A experiência tem sido inesquecível e enriquecedora. Nunca pensei aprender tanto num tão curto espaço de tempo. Este curso permitiu-me ganhar uma série de competências pessoais/profissionais únicas. Sem dúvida que a dimensão deste novo mundo universitário me marcou muito!
M.: Como descreverias a tua adaptação ao ensino superior? Quais foram os teus principais desafios?
B. T.: A experiência de frequentar este curso foi bastante boa. Fiquei contente por ter escolhido o ISEL, é bastante acolhedor, a comunidade do curso é muito prestável, existe uma entreajuda enorme entre toda a gente que se vê e se sente. As amizades que fiz foram, de facto, aquilo que me marcou mais.
J. A. R.: O meu 1º semestre, digamos que foi o semestre de adaptação à nova realidade. Apesar do infortúnio que tive a Fundamentos de Programação, acabei por passar a todas as cadeiras nesse semestre, o que me permitiu continuar a fazer as cadeiras todas nos restantes semestres. Penso que os principais desafios que eu tenho são a falta de estudo (que parece comum à grande maioria dos universitários, ahahahahah) e, mais recentemente, conciliar os estudos e o associativismo. Estes dois desafios conjugados exigem que tenha de gerir melhor o tempo, uma coisa que tenho aprendido aos poucos.
M. M.: Consegui adaptar-me. A minha escola secundária preparou-me bem. Não vou a atividades relacionadas com a praxe, mas nunca fui excluído por isso. O meu principal desafio foi gerir o tempo de modo a conseguir bons resultados nos testes e nos trabalhos de grupo.
M. P.: Um dos pontos que acho mais fundamentais é a integração. A vida não é mais fácil quando estamos com alguém que nos ajuda? Termos alguém ou termos um grupo de amigos que nos ajude em certas situações, sejam relativas à nossa aprendizagem ou até mesmo às nossas questões mais pessoais, pode ajudar a resolver assuntos que nos perturbem e que nos estejam a desviar da nossa rota. Outro ponto é a organização que temos de tomar quando chegamos à faculdade. No meu caso, sou de Santarém e estou a estudar em Coimbra, ou seja, há dois anos deparei-me com a realidade de que a partir daquele momento estaria a viver sozinho e a tomar as minhas decisões, sendo eu responsável por mim mesmo. Há que ter uma boa gestão de dinheiro e de tempo, conciliar a vida social com o curso e tudo isto tem de ser realizado algo com pés e cabeça, a meu ver.
S. N.: A adaptação ao ensino superior foi um processo bastante complicado. De um momento para o outro, estava a viver sozinho na capital do país a mais de 300 quilómetros de casa. Para além de sentir imensas saudades da família numa fase inicial, tive de me habituar a uma rotina totalmente diferente de tudo aquilo que já tinha experienciado. Foi assim, no meio de roupas, comida, viagens, aulas e alguns tupperwares à mistura que iniciei uma das fases mais importantes da minha vida. Uma das coisas que me custou mais foi ter de partilhar um quarto pequeno com outra pessoa. Com o tempo, toda esta confusão trouxe um sentido à minha vida. Tive também o privilégio de conhecer pessoas muito marcantes. Confesso que no dia em que houver falta de agitação e stress estudantil, estranharei imenso e olharei com saudades para estes tempos. Pois são momentos como estes que nos fazem crescer e, sobretudo, dar valor à vida.
M.: Achas que o teu curso te prepara para o exercício da profissão, isto é, que adquires as principais competências que um profissional dessa área deve ter?
B. T.: Estando neste momento já a exercer a profissão, consigo dizer que o curso deu-me as bases certas, pois adquiri as competências principais. Sendo um curso bastante prático em que temos de entregar trabalhos/projetos a todas as cadeiras e ao mesmo tempo conciliar o tempo para estudar para as frequências e/ou exames, ganhei o ritmo e a visão certos para o exercício da profissão.
J. A. R.: Sim, acho que se tem as principais competências para abordar o mercado de trabalho, e se em complemento com o Mestrado em Engenharia Informática da UA ou outros mestrados mais específicos (Mestrado em Segurança, por exemplo), ainda melhor. Várias empresas que têm contratado os recém-licenciados têm elogiado a formação que os estudantes tiveram na Universidade de Aveiro, o que só demonstra que o curso na UA, apesar de novo, tem muita qualidade.
M. M.: Sim, sinto que irei sair do curso bem preparado, não só com o conhecimento que aprendi nos três anos, mas também sairei com a capacidade de lidar com tecnologias que não aprendi. A informática é um mundo e estão a surgir novidades a um grande ritmo.
M. P.: Tenho a certeza. Tal como referi, a forma como o curso está estruturado prepara-nos muito bem para o mundo real. Tenho trabalhos práticos a quase todas as cadeiras que se assemelham a algo que pode existir numa situação laboral.
S. N.: Nestes dois anos que passaram aprendi imensos conceitos práticos relevantes. Este verão estou a estagiar numa empresa e senti que muitas das competências adquiridas na faculdade me facilitaram a vida. Relatos de colegas mais velhos demonstram que também não tiveram muita dificuldade em se adaptar ao percurso profissional enquanto Engenheiros Informáticos formados. No entanto, nunca devemos dar como suficiente uma determinada quantidade de conhecimento. Um informático (ou qualquer outro profissional/estudante) deve sempre procurar aprender coisas novas sozinho, pois há uma grande probabilidade de estas se tornarem preponderantes no dia a dia. Devemos ter sempre sede de saber mais. Proatividade é uma das (muitas) chaves para o sucesso.
M.: Consideras o teu curso difícil? Porquê?
B. T.: Sim e não. O curso é bastante trabalhoso e algumas cadeiras extremamente exigentes onde a carga de trabalho é enorme, o que, dependendo da visão e objetivos de cada pessoa, pode tornar o curso difícil. Acho que o curso é “fazível” desde que se seja organizado, que se faça os trabalhos/projetos com tempo e que se mantenha a matéria em dia para as frequências/exames.
J. A. R.: Não diria difícil, mas sim muito exigente e trabalhoso. A partir do segundo semestre do segundo ano, a agenda começa a apertar, com várias entregas a realizar. É necessária muita dedicação, vontade de aprender e gosto por aquilo que se está a fazer. Ter objetivos ajuda imenso a superar os momentos de maior desespero.
M. M.: Não considero difícil nem fácil, mas é trabalhoso. É necessária uma boa gestão de tempo, muito estudo e muita prática.
M. P.: Engenharia Informática não é fácil. Não se faz sem matemática e isso é uma realidade em que poucos acreditam. Muitos querem informática porque “gostam de computadores e jogar jogos”, mas depois são postos a fazer duas ou três cadeiras de matemática por semestre e deparam-se com uma situação dramática. Mas nada é difícil se nos esforçarmos. Acho que o curso coloca-nos à prova, desafia-nos de dia para dia. Não posso prometer que por vezes não seja desgastante, mas se houver gosto e dedicação pelo que se faz tudo se resolve.
S. N.: Não considero que seja difícil, mas sim muito trabalhoso. A maior parte das teorias que surgem e que são transmitidas de alunos para alunos são inócuas. Estudar e não faltar às aulas constituem o ponto de partida para ter (pelos menos) notas satisfatórias. O importante é que cada um encontre a sua motivação. Assim que chegarem a esse ponto, as coisas tornam-se muito mais fáceis. Existem alturas em que ando exausto, mas tento sempre ocupar-me com outras atividades para poder aliviar a pressão do trabalho, como por exemplo, a prática de desporto.
M.: Quais são as tuas expectativas no que toca à entrada no mercado de trabalho? Que perspectivas tens?
B. T.: O ISEL tem uma taxa de empregabilidade perto dos 100% para os licenciados do meu curso e foi aquilo que aconteceu comigo: tive várias opções de escolha no que toca ao mercado de trabalho e a oportunidade de escolher a que mais me agradava.
J. A. R.: Esta é uma questão difícil. Sinceramente ainda não tenho nada pensado, sou uma pessoa que pensa nisso mais no final do ciclo de estudos/curso, neste caso deverei pensar quando estiver a acabar o mestrado.
M. M.: Tenho boas expectativas. Gostaria de trabalhar na área da administração de sistemas.
M. P.: Tenho em mente, quando acabar o curso, ver os campos com que mais me identifiquei e especializar-me nisso para que, quando chegar ao mercado de trabalho, tenha bastante mais sucesso no que toca à minha especialização. Não estou a dizer que só irei focar-me na minha especialização, já que sei bem que ao acabar a licenciatura estarei preparado para trabalhar em qualquer ramo, mas era o que mais queria.
S. N.: Sei que essa é uma das questões que assusta muito os estudantes, mas (pelo menos nesta fase) não me tenho preocupado muito com isso. Por enquanto, vou confiando nas estatísticas recentes que traduzem uma taxa de empregabilidade muito alta para os estudantes do IST. Principalmente em Engenharia Informática, somos muito valorizados e procurados.
M.: Pensas em continuar a estudar para um mestrados/doutoramentos ou pós-graduações?
B. T.: Sim, como o meu curso não tem mestrado integrado a opção de o tirar ficou a meu cargo. Optei por não o tirar logo após a licenciatura para ganhar experiência e tentar perceber em que área queria “especializar-me”, na medida em que existem muitas. Mas prosseguir estudos é uma coisa que tenho em mente.
J. A. R.: Pelo menos Mestrado, em princípio em Engenharia Informática.
M. M.: Sim. Depois de fazer a licenciatura, ao mesmo tempo que trabalho, gostaria de fazer uma pós-graduação ou um mestrado relacionado com segurança.
M. P.: Sim, quero continuar a estudar após a conclusão da licenciatura, seguir uma especialização que me entusiasme e que me eleve a aura sempre que a pratico. Sinto mesmo muito entusiasmo no que toca à minha área e interesso-me bastante por aquilo que aprendo, portanto se tiver oportunidade de recolher ainda mais conhecimentos e descobrir novas matérias, vou aproveitar imediatamente!
S. N.: Sim. Na minha opinião e de acordo com os meus objetivos pessoais, um mestrado é quase como obrigatório. Em relação a um possível doutoramento, acho que ainda é cedo para pensar nisso, mas não deixa de ser uma opção. Quem sabe…!
M.: Se soubesses o que sabes hoje, candidatavas-te para o mesmo curso novamente? Porque?
B. T.: Provavelmente teria feito deste curso logo a minha primeira opção por todas as razões já mencionadas acima. Sinto-me realmente realizada e contente com aquilo que tirei.
J. A. R.: Claro. Sinceramente, neste momento não me via noutro curso/área!
M. M.: Sim, faria. Gosto de aprender e fazer o que é lecionado nas aulas. Isto, aliado a um alto nível de empregabilidade, solidifica a minha escolha.
M. P.: Faria sempre. É dos cursos com os quais mais me identifico e onde fui “aterrar”, algo que foi das melhores coisas que me aconteceram na vida. É claro que houve momentos em que fiquei um pouco desiludido com certas situações, mas tudo se consegue atravessar com um pouco de afinco.
S. N.: Sem pensar duas vezes. Muito do que sou hoje deve-se a este curso e a esta experiência enriquecedora. Este curso conseguiu moldar muito a minha personalidade e, tal como referi anteriormente, nunca pensei aprender tanto em tão pouco tempo.
M.: Que recomendações deixas aos futuros candidatos ao ensino superior?
B. T.: Provavelmente teria feito deste curso logo a minha primeira opção por todas as razões já mencionadas acima. Sinto-me realmente realizada e contente com aquilo que tirei.
J. A. R.: Escolham Engenharia Informática na UA, claro. Bom, falando com seriedade, pensem naquilo de que realmente gostam, vejam e revejam o plano de estudos dos cursos, se tiverem dúvidas apoiem-se no Fórum do Uniarea ou no grupo do Facebook que o Uniarea tem criado nos últimos anos para os caloiros. Sigam o vosso coração, acima de tudo. Não tenham medo de errar.
M. M.: Comecem a estudar e a praticar à medida que a matéria é lecionada; reforço o meu estudo quando algum teste se aproxima, mas não deixo tudo só no final. Paradoxalmente, há momentos em que o telemóvel e o computador atrapalham mais do que ajudam, pela distração e pela “pressa” de começar a escrever código e ver o resultado sem primeiro pensar no algoritmo que é preciso. É possível ter sucesso escolar e ter tempo para lazer, basta saber o tempo que se pode dar a cada coisa, o que varia consoante a altura do semestre e a própria pessoa. Saber inglês é importantíssimo. Finalmente, e esta nota aplica-se a outros cursos com um alto nível de empregabilidade: não venham para o curso somente pela empregabilidade, venham por gosto!
M. P.: É grande o salto que se dá do secundário para o ensino superior, e só vos aconselho a seguirem os vossos instintos e não aquilo que os outros dizem. Criem o vosso ambiente o mais confortável possível para que não haja margem para erros ou perigos. Não há que ter receio em errar numa ou noutra situação, há sempre outras em que certamente terão imenso sucesso. Nunca parem de acreditar em vocês mesmos, porque são vocês que conseguirão mover montanhas no futuro!
S. N.: Em primeiro lugar, escolher o curso que gostam sem influências externas é um excelente ponto de partida. Depois, como disse anteriormente, procurem sempre ser proativos, pois é isso que vos vai destacar no final do curso. Para além disso, não pensem que por estarem a entrar numa fase muito exigente da vossa vida, não poderão realizar muitas das atividades extracurriculares em que sempre participaram, muito pelo contrário! Essas atividades são essenciais para o bem-estar emocional e ajudam imenso a rentabilizar o estudo e o trabalho. Por último, não pensem que conseguem fazer o curso “sozinhos”. A entreajuda dos amigos/colegas de curso é muito importante para que juntos consigam superar as dificuldades. As boas amizades na faculdade terão um grande impacto no vosso percurso académico e também nas vossas vidas, graças a elas ultrapassarão momentos difíceis mais facilmente e viverão momentos inesquecíveis.
M.: O que dizem… as tuas notas?
B. T.: As minhas notas são o resultado do meu empenho e dedicação sem nunca ter necessitado de sacrificar as horas de lazer. Acabei o curso em 3 anos (coisa rara no ISEL, ahah) com uma média de 16 valores, mas agora entendo que esta média é apenas um número. No mercado de trabalho o mais importante é a experiência e quando saímos da faculdade estamos todos no mesmo patamar independentemente da média que obtivemos.
J. A. R.: Até são boas dado que tendo a ser uma pessoa muito preguiçosa. Sei que se me organizasse melhor podiam estar à altura daquelas que tinha no Secundário. Mas ter uma média de 14,8 ao fim de dois anos é bom!
M. M.: Não são más até agora. Há cadeiras em que sinto que podia ter feito melhor e nas quais tentarei fazer melhoria de nota, no entanto também há cadeiras nas quais estou satisfeito com a classificação que obtive.
M. P.: Admito que tenho algumas notas um pouco mais medíocres, em cadeiras onde não consegui atingir todos os meus objetivos. Mas nunca desisti. Todas as minhas classificações foram obtidas à base de muito trabalho e muito esforço e sem isso não há sucesso. Sim, tenho umas poucas notas baixas, mas também tenho notas altas. Se isso vai definir o meu trabalho no futuro? Não. Todos temos momentos em que nos sentimos mais fracos, em que não conseguimos enfrentar tudo o que nos impõem. Mas não significa que no dia a seguir não estaremos prontos para ripostar, lutar e para deixarmos a nossa marca no mundo!
S. N.: Pessoalmente, acho que as notas não definem as capacidades nem o profissionalismo de um aluno. As notas podem “esconder” muitas soft-skills. Estas são muito importantes, mas deve dar-se valor às atividades extracurriculares que contribuíram de diferentes modos para o crescimento do aluno; por vezes, muito mais do que uma mera pauta…!
Beatriz Tomás é aluna do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa do Instituto Politécnico de Lisboa, João Abílio Rodrigues da Universidade de Aveiro, Manuel Magalhães da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Leiria, Miguel Pires do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra do Instituto Politécnico de Coimbra e, finalmente, Simão Nunes é estudante no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.