Maria (M.): Fala-nos um pouco do teu curso, em que consiste e quais são as suas saídas profissionais.
Maria Marques (M.M.): Estou no quinto e último ano do curso de Medicina Dentária na Universidade de Lisboa. É um Mestrado Integrado e consiste, de uma forma geral, em dois anos maioritariamente teóricos: um ano de pré-clínico (em que praticamos em modelos anatómicos) e dois anos em que exercemos medicina dentária na clínica da faculdade. No último ano, temos também de escrever uma tese.
Paulo Curado (P.C.): O meu curso é de Medicina Dentária, em regime de Mestrado Integrado e tem uma duração total de cinco anos. Este curso, lecionado na Egas Moniz, oferece as ferramentas possíveis para seguir uma carreira clínica na sua vertente mais prática, mas também um vasto leque de opções naquilo que concerne ao trabalho de investigação passível de ser feito – relacionado quer com a região oro-facial quer com fatores sistémicos que influenciam a mesma. Este curso é reconhecido internacionalmente pela sua oferta formativa de excelência nomeadamente naquilo que diz respeito ao estágio em clínica (sendo que esta se encontra integrada dentro do Campus Universitário Egas Moniz).
Tiago Caetano (T.C.): Estou atualmente inscrito no Mestrado Integrado em Medicina Dentária na FMDUP (Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto). É composto, nos primeiros três anos, por uma licenciatura em Ciências Básicas da Saúde – período no qual a nossa formação é essencialmente baseada no estudo da Medicina e nos é transmitida toda a complexidade do corpo humano.
Engana-se quem pensa que estudar Medicina Dentária se resume a estabelecer competências que abranjam somente a cavidade oral. Após completarmos os dois anos restantes (perfazendo um total de cinco anos) podemos obter o diploma de formação em Medicina Dentária que nos permite ter saídas profissionais para o setor público e privado.
O curso abrange ainda formação para conhecimento de vários métodos de procura de evidência científica, análise estatística e epidemiológica, psicologia, legislação, ética e gestão. São-nos transmitidos vários princípios para promoção do nosso espírito crítico que deverá estar sempre presente.
O último ano pressupõe a entrega e apresentação de uma monografia de investigação ou relatório de atividade clínica.
M.: O que te levou a escolher o teu curso e que fatores tiveste em conta? Foi a tua primeira escolha?
M.M.: Desde cedo soube que queria seguir um curso na área da saúde que me permitisse cuidar das pessoas mas, também, desafiar-me diariamente e aplicar os meus conhecimentos. A Medicina Dentária não foi a minha primeira escolha, mas foi onde fiquei colocada quando não entrei em Medicina. Devido às suas semelhanças com a minha primeira opção, decidi dar-lhe uma oportunidade – o gosto e o interesse pelo curso foram crescendo com o tempo.
P.C.: Este curso não foi, de facto, a minha primeira escolha. A minha primeira escolha foi Medicina mas, como já é sabido, as médias de entrada para este curso são absurdamente altas e em nada avaliam fatores psicosociofisiológicos que são de extrema importância no exercício de uma profissão na área da Saúde.
O meu curso foi opção porque era aquele que mais se “enquadrava” dentro do tema “Saúde” e tive em conta o renomado prestígio desta faculdade. Para além disso, com a minha média de Ensino Secundário, também não conseguiria entrar na faculdade pública de Medicina Dentária (FMDUL).
T.C.: Fui um dos muitos estudantes do secundário que sonhava com Medicina e que, na altura, não conseguiu obter classificação suficiente para ingressar no curso que pretendia. Naquela altura foi um balde de água fria na minha vida que me custou a ultrapassar. Talvez devido à minha falta de maturidade enquanto adolescente, nunca tinha, até então, sequer aceite a possibilidade de não conseguir alcançar os meus objetivos.
Para mim, seguir qualquer outro curso na área da saúde que não o de Medicina fazia-me sentir, erradamente, um falhado. Fui sem dúvida demasiado orgulhoso e descobri, nos anos seguintes, que ainda tinha muito que crescer e abrir os meus horizontes.
Após superar a desilusão e ouvir alguns conselhos, uma vez que era um jovem bastante ligado a computadores (passava muito tempo em videojogos e todo o tipo de tecnologia me despertava, e ainda desperta, bastante interesse) optei por ingressar no Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na FEUP, onde fui bem acolhido e fiz amizades que perduraram até hoje. O curso era, sem quaisquer sombras de dúvida, de grande valor mas, desde cedo, senti que aquilo que queria para a minha vida era poder tratar e ajudar o maior número de pessoas possível, pelo que não me sentia completo.
Assim, no ano seguinte, mudei para o curso em que me encontro hoje, inicialmente com o objetivo de possivelmente pedir transferência para Medicina. Mas fiquei e estou inteiramente satisfeito por toda a formação que tenho recebido, não só a nível profissional, mas também ao nível das relações interpessoais. Aprendi ainda que todos os cursos merecem o meu respeito e que não há um mais importante ou de maior valor que outro: todos garantem um equilíbrio imprescindível às necessidades societais.
M.: O que é que te surpreendeu pela positiva e pela negativa?
M.M.: Uma das partes mais positivas deste curso é a possibilidade de aprender com alguns dos melhores profissionais do país. Alguns dos professores são muito marcantes: não só pelo conhecimento que transmitem, mas também porque nos falam acerca do exercício da profissão.
No campo dos fatores negativos, as dificuldades financeiras no nosso país e também algumas más decisões de gestão interna afetaram, de certo modo, o curso de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Ao longo dos anos, os alunos têm tentado conseguir melhores condições mas ainda existem alguns problemas. Para além disso, nem sempre as avaliações são justas.
P.C.: Relativamente aos pontos negativos, deveria provavelmente apontar a falta de “guidance” sobre como estudar determinadas disciplinas. Mas isso não é um ponto negativo, é apenas a realidade dura e crua do Ensino Superior. E o curso não é propriamente fácil, “diga-se de passagem”. Os pontos positivos passam pelas instalações, as unidades curriculares, os professores, os materiais disponíveis, o ambiente, etc.
T.C.: Aquilo que mais me surpreendeu foi, sem dúvida, o ambiente em que fui acolhido: a proximidade que rapidamente ganhei com a maioria dos estudantes, ter sentido que aquele era o meu lugar – o lugar que me permitia seguir a razão primordial para a qual nasci, ou seja, proporcionar a melhor saúde possível à sociedade.
Para além disso, não posso deixar de referir as portas que a faculdade me abriu após ter entrado no mundo do associativismo: abandonei o meu espaço de conforto confinado a uma sala e um computador e apostei no debate de assuntos relevantes para o futuro do meu curso, da minha faculdade e da própria sociedade. Surgiu a necessidade de procurar saber sempre mais, conseguir obter novas perspetivas e tomar uma posição, por vezes reivindicativa, em relação àquilo em que acredito que seja o mais correto.
Há claramente alguns pontos que necessitam de ser melhorados no meu curso: desde logo, a necessidade da aquisição de material dentário essencial para completar a formação, que chega a rondar valores acima dos 1500€ por estudante. É totalmente incompreensível que a nossa universidade não considere estes gastos como incluídos no valor da propina anual. Os estudantes têm trabalhado bastante no sentido de corrigir este ponto e, após diálogo com as Faculdades de Medicina Dentária de outras Universidades, concluímos que é um problema transversal a todas. Um dos deveres do Estado é garantir a igualdade de oportunidades a toda a população no ingresso ao ensino público universitário e, portanto, deveria estar mais recetivo a propostas construtivas dos estudantes.
Sendo o curso de Medicina Dentária, muitas vezes, uma escolha para os estudantes que pretendem pedir transferência para Medicina e, assim, obter equivalências às UCs, a taxa de desistência dos estudantes do 1º para o 2º ano deve rondar os 50%, o que gera um enorme desequilíbrio.
Naturalmente, o facto dos “estudantes que não conseguem Medicina” ingressarem no nosso curso justifica a elevada média de entrada que, por vezes, impossibilita a inscrição de estudantes que realmente sonham seguir Medicina Dentária.
Por último, o envelhecimento do corpo docente é mais um dos fatores preocupantes. Não há, por aquilo que sei, perspetivas de melhoria no sentido de procurar docentes mais jovens e permitir que os mais experientes possam transmitir o seu conhecimento aos mesmos, o que fará com que um dia cheguemos ao ponto em que uma grande maioria acabará por sair e “cairão de paraquedas” um conjunto de docentes jovens que (se calhar) não terão a mesma preparação que poderiam ter tido se tivessem sido verdadeiramente acompanhados.
M.: Como tem sido a experiência de frequentar o curso? O que é que te marcou/tem marcado mais?
M.M.: O mais marcante é a possibilidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas que tratamos.
P.C.: A experiência tem sido muito desafiante: aquilo que me marca mais a cada dia é o meu crescimento e maturação intelectuais.
T.C.: A experiência tem sido bastante melhor do que esperava quando ingressei no curso. Aquilo que mais me tem marcado são as oportunidades de fazer novas amizades, conhecer novos modos de pensar e agir e seguir a vontade de todos em aprender mais, uma vez que a ciência está sempre em evolução e, quanto mais sabemos, maior é a necessidade de procurar por mais respostas. Acredito que a “idade dos porquês” acabará por se estender por um longo período das nossas vidas, pelo menos, assim espero que seja.
M.: Como descreverias a tua adaptação ao Ensino Superior? Quais foram/têm sido os teus principais desafios?
M.M.: No meu caso, como vinha do Ensino Secundário com boas notas, tive de aprender a gerir melhor as minhas expetativas. Para além disso, o peso da responsabilidade do exercício da profissão vai aumentando com a aproximação do fim do curso.
P.C.: Bastante boa. O principal desafio prende-se com a necessidade de encontrar diferentes estratégias de estudo para cada uma das diferentes cadeiras, mas tal não é limitativo. É apenas trabalhoso.
T.C.: A minha adaptação ao Ensino Superior foi muito fácil. Não considero que esta nova fase na vida dos jovens seja difícil: têm de se manter abertos a conhecer mais gente e aliar-se às pessoas certas. Quando trabalhamos com um grupo coeso de amigos tudo se torna mais fácil e, se nos desafiarmos sempre mais, o que hoje parece ser uma dificuldade, amanhã será algo que já nem sequer valorizamos e que se executa de forma natural. Segundo Darwin, “não sobrevivem os mais fortes, sobrevivem os que melhor se adaptam”. Afinal, se tudo fosse fácil, onde estaria a piada de vivermos?
M.: Achas que o teu curso te prepara para o exercício da profissão, isto é, que adquires as principais competências que um profissional dessa área deve ter?
M.M.: Sim! Os dois anos de prática clínica dão-nos muita experiência, é uma das melhores preparações que podíamos ter.
P.C.: É difícil responder à pergunta, dado ainda me encontrar no 2ºano do curso e só agora ter começado a contactar com a parte clínico-prática do mesmo, pelo que me é difícil fazer projeções futuras. No entanto, confio bastante naquilo que o curso me irá oferecer.
T.C.: Sim, não tenho quaisquer dúvidas de que a minha faculdade nos prepara devidamente para o exercício da profissão, mas que a sede pelo conhecimento nunca deve ficar saciada.
Nas áreas das ciências temos de ter consciência que, para sermos bons profissionais, a procura pelo saber fará sempre parte das nossas vidas. A formação que o nosso curso oferece não se baseia somente na componente científica, atinge também vários pontos que considero imprescindíveis: a abordagem ao trabalho em equipa, técnicas de escuta ativa com o paciente, o correto estabelecimento do diagnóstico e plano de tratamento e os cuidados para a prevenção e promoção da saúde.
Tenho plena consciência de que, sendo proativos, encontramos sempre novos pontos a melhorar e o objetivo é esse mesmo: caminhar de forma ambiciosa, sem nunca deixar de dar o devido valor a tudo que já se alcançou.
Reforço que a formação e aplicação da Medicina Dentária, em Portugal, embora esteja (na minha opinião) bastante atrasada a nível tecnológico relativamente a outros Países da UE, é uma das que oferece melhor qualidade de tratamento e saúde. Apesar disso, temos ainda muito por onde melhorar, começando por toda uma reformulação do SNS – que tem comprometido o correto funcionamento de várias áreas da saúde no nosso país, onde se inclui a Medicina Dentária.
M.: Consideras o teu curso difícil? Se sim, porquê?
M.M.: Não diria que é um curso difícil, mas sim que é exigente e requer muito estudo e treino prático. Algumas disciplinas foram particularmente complicadas para mim, mas tenho conseguido superar essas dificuldades.
P.C.: Sim. É um curso muito científico, com muita informação e ainda mais raciocínio. Tudo o que “fazemos”, se mal feito, pode colocar em risco a vida do doente, pelo que é necessário ter o aporte de informação para atuar nas diferentes situações já que, em Medicina Dentária, “cada caso é um caso”.
T.C.: Não. O meu curso é exigente mas todos os cursos têm as suas dificuldades. Para um aluno de engenharia, um curso como o meu poderá ser muito difícil porque obriga a uma maior capacidade de memorização mas, para estudantes do meu curso, ir para uma área de engenharia também obrigaria a um estudo muito mais baseado na prática de exercícios de lógica matemática, o que também poderia ser um fator limitante para o seu sucesso.
Aquilo que importa é que nos sintamos felizes com o curso em que estamos inscritos e que nele depositemos o nosso devido esforço e a nossa dedicação!
M.: Quais são as tuas expectativas no que toca à entrada no mercado de trabalho?
M.M.: Sei que nos últimos anos o mercado da Medicina Dentária tem ficado um pouco saturado mas a taxa de empregabilidade continua bastante alta, pelo que espero encontrar trabalho.
P.C.: Ótimas. O curso tem empregabilidade aproximada de cem por cento, pelo que não me preocupo minimamente com esse fator.
T.C.: A entrada no mercado de trabalho, na Medicina Dentária (MD), não é difícil, estamos é bastante sujeitos a condições de subemprego. Penso que o alargamento da extensão das áreas abrangidas pelo projeto-piloto do governo para integração da MD no SNS poderá ser bastante promissor, desde que feito com o devido rigor e qualidade de tratamento.
Acredito que, independentemente do local onde consiga emprego, se o meu foco for sempre dar o meu melhor, um dia “a sorte bater-me-á à porta”, aparece sempre a quem se dedica. Não coloco de parte a possibilidade de procurar ofertas no estrangeiro mas gostava bastante de me poder manter em Portugal: o país que investiu na minha formação e ao qual devo o meu contributo.
Fotografia gentilmente cedida por Tiago Caetano
M.: Pensas em prosseguir estudos, isto é, frequentar uma pós-graduação, um mestrado e/ou um doutoramento são opções que tens em mente?
M.M.: O meu curso já me confere o grau de Mestre. Depois de o concluir, tenciono exercer a profissão durante algum tempo antes de decidir frequentar uma pós-graduação ou doutoramento (apesar de estar aberta a essa possibilidade).
P.C.: Certamente! O saber não ocupa lugar. Se será numa vertente mais prática (pós-graduação/especialização) ou numa vertente mais científica de investigação (doutoramento), só o tempo o dirá.
T.C.: Sim, em princípio o meu objetivo será inicialmente trabalhar alguns anos como MD generalista e, posteriormente, tirar especialização em periodontologia e/ou cirurgia, que são as áreas que me despertam maior interesse. Não coloco de parte a possibilidade de também tirar doutoramento ou até outro curso noutra área de formação.
M.: Se soubesses aquilo que sabes hoje, farias a mesma escolha novamente? Porquê?
M.M.: Sim. Apesar de não ter ficado colocada na minha primeira opção, a Medicina Dentária tem muitas das características que procurava e, ao longo do tempo, fui-me identificando cada vez mais com este curso. Neste momento, o curso já faz parte de mim e não me vejo a estudar outra coisa!
P.C.: Sim. E não teria ficado tão triste como fiquei por não ter entrado em Medicina. Mesmo dada a oportunidade já não mudaria de curso, por estar a amar aquilo que estou a fazer!
T.C.: Sim, voltaria a escolher o curso de MD, porque é aquele em que me sinto concretizado.
M.: Que recomendações deixas aos próximos candidatos ao Ensino Superior?
M.M.: Aos futuros alunos do Ensino Superior aconselho que escolham um curso com o qual se identifiquem. Mesmo quando não ficamos colocados na primeira escolha, existem muitas possibilidades. Acima de tudo, espero que aproveitem estes anos tanto para aprender como para se divertirem!
P.C.: Não desesperem. Nem sempre aquilo que achamos que queremos é realmente o certo. E creio, na minha fé, que tudo acontece por uma razão: a chave é viver um dia de cada vez com os olhos postos no futuro. Quanto maior for a escalada, maior será a vista do horizonte.
T.C.: As recomendações que deixo aos próximos candidatos ao Ensino superior é que abram os seus horizontes, não rejeitem quaisquer oportunidades nas suas vidas sem primeiro se informarem devidamente e, se possível, as experimentem. Acima de tudo, que se desafiem todos os dias e se encontrem a si mesmos – só fazendo aquilo de que gostamos é que conseguimos dar o nosso melhor.
M.: O que dizem as tuas notas?
M.M.:Apesar de me ter mantido consistente ao longo do curso, gostaria de ter melhores notas.
P.C.:As notas refletem o meu esforço e a minha felicidade e, de momento, não poderia estar mais contente com as mesmas. No entanto, o céu é o limite e há sempre espaço para “improvements”.
T.C.: Aquilo que defendo e procuro transmitir a todos os estudantes é que o número que aparece na pauta não serve para rigorosamente nada! É verdade que alguns procuram, dessa forma, o reconhecimento do seu empenho e eu respeito, mas o Ensino Secundário já passou e já paguei caro por pensar dessa forma.
Não sou uma “máquina de fazer números”. Se analisar somente a minha média atual (13,24) diria que sou um estudante mediano, mas não considero de todo que esse fator reflita a minha capacidade como MD.
Encontrarei o reconhecimento todos os dias em que estiver no meu local de trabalho e receber um agradecimento de um paciente meu.
A FMDUP dá-me muito mais que números. Já Fernando Pessoa dizia: “O Médico que só sabe Medicina nem Medicina sabe”.
Maria Marques é estudante na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Paulo Curado no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz e Tiago Caetano na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.
Colabora!
Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
Gostavas de publicar um texto? Colabora connosco.