É verdade. Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro passaram a voar, estão há 4 meses em Coimbra. 4 meses wow. 4 meses, durante os quais tenho a certeza que já viveram imenso.
Durante estes 4 meses, conheceram os vossos colegas, aqueles que vos acompanharão ao longo do vosso percurso académico em Coimbra. Alguns deles já são vossos amigos, outros ainda virão a ser. Foi com eles que fizeram sessões de estudo até às quatro da manhã na AAC ou acordaram às seis da manhã para estudar. Se ainda não o fizeram não se preocupem porque janeiro rapidamente se aproxima. Foi também com eles que saíram até de madrugada, beberam uns quantos shots e finos, tiraram uma foto no leão, cantaram e dançaram ao som de um funk e ouviram a balada da despedida abraçados … se ainda não fizeram isto, estão à espera de quê?
Durante estes 4 meses, o vosso conhecimento na área farmacêutica, desde anatomia, química, biologia, microbiologia mudou. De certo que já conseguem distinguir os tecidos epitelial do conjuntivo, ou até definir uma cistite ou septicémia. Mesmo que às vezes não pareça, estes conhecimentos ser-vos-ão úteis, vá alguns nem que seja por cultura geral, mas serão!
Ainda durante estes 4 meses, foram-vos transmitidos inúmeros valores, como união, respeito, confiança, amizade, perseverança, interajuda. Acreditem que são estes valores, ensinados na praxe, que vão indiscutivelmente ajudar-vos a tornarem-se melhores caloiros, melhores doutores um dia, melhores profissionais e acima de tudo melhores pessoas.
Claro que de maneira nenhuma, a praxe é necessária para se criarem relações. No entanto, as relações criadas na praxe são muitas das vezes aquelas que ficam, aquelas que se guardam, aquelas mais especiais. E porquê? Porque é na praxe que conhecem os pontos fortes e fracos de cada colega ao vosso lado, é na praxe que se divertem e aprendem a confiar e a respeitar os mais velhos.
Muito provavelmente, os doutores que berram convosco, que se riem convosco, que conversam convosco, que saem à noite convosco têm relações especiais com cada um de vocês.
Todas estas vivências tornam Coimbra uma cidade repleta de memórias, sonhos e lágrimas no momento da partida. É certo que para vocês a partida ainda está longe, mas desde a vossa chegada até ao momento de hoje, não se esqueçam que em 4 meses já carregam convosco uma t-shirt de caloiro com algum peso.
Acreditem na frase “O sol de Coimbra é diferente do sol do resto do mundo”, porque é mesmo. Da mesma maneira que quando usarem capa e batina pela primeira vez, as vossas emoções serão muito diferentes, também a primeira vez que deixarem de ser caloiros e passarem oficialmente a estar num grau hierárquico acima desse, as saudades irão surgir.
Como aluna finalista, posso garantir que ainda há tempo para criar mais memórias nesta linda cidade dos estudantes, mas acreditem quando vos digo que passa num instante.
Para muitos de nós, finalistas, o melhor ano foi o ano de caloiro. Por isso mesmo, peço que aproveitem ao máximo a vossa passagem por Coimbra enquanto caloiros, porque os 4 meses que passaram já não voltam.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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