A educação falha a muitos


Sempre tentei dar a minha opinião apenas àqueles que a procuram, mas neste momento penso que devo fazer-me ouvir. Consequentemente, venho falar por aqueles que adoram aprender, mas não gostam de estudar. Eu sou dessas pessoas, e para mim a educação, falhou-me, e continua a falhar. Não quero culpar ninguém por os meus falhanços, responsabilizo-me por todos eles, pois os resultados estão sobre o meu controlo.

Sinceramente, nunca fui um aluno bom, apenas razoável, fui fazendo as coisas e, de momento, estou no ensino superior, 2º ano de Gestão Industrial. Quem diria que seria capaz depois de chumbar no exame de matemática no 12º ano por 5 décimas. Eu, pessoalmente, gosto de ler livros de desenvolvimento pessoal, de como negociar, comunicar, expressar, enriquecer, gerir empresas e ser feliz, isso é o que me interessa, mas o meu curso não está inteiramente aplicado aos meus interesses, nem a ninguém que esteja em qualquer curso sente que o completa, porque? Basicamente, eles julgam-nos todos iguais, quando somos todos diferentes, com dons únicos, porque somos todos únicos. Cada um de nós é feito para completar os seus sonhos e ninguém possui os sonhos dos outros. Além disso, julgo que educação é diferente de escolaridade.

À vista disto, devemos admitir que o nosso país, tal como outros, não altera o tipo de ensinamento há centenas de anos. Devemos sentar-nos todos em filas, falar apenas quando levantarmos o braço, pedir para ir à casa de banho, possuímos pequenos intervalos para comer, dizem o que devemos pensar, parecendo operários numa fábrica. O ensino está programado para criar trabalhadores de indústrias. Se tiveres baixas notas já sabes o que te espera, mas não desanimes, tenho boas notícias.

És obrigado(a) a provar que és bom/boa numa coisa que provavelmente não gostas, desde o 2º ano da primária, em provas de aferição. Se há alunos(as) de ensino superior que sofrem de depressão por causa dos exames, imaginem estas crianças, criadas sobre a pressão constante de estudo para provar de que são capazes acerca de temas que provavelmente não apreciam, a pessoas que não interessam minimamente para a felicidade delas. O ensino, julga que exames, definem o sucesso. O próprio criador deste tipo de testes disse: “Estas provam são muito cruéis para serem utilizadas e devem ser abandonadas”.

 

Desta forma, claro que a matemática é importante, mas a arte, a dança, a música também o são, e por isso, devemos dar uma hipótese aos dons de todos. A escola não nos prepara para a realidade, não nos compõe para o futuro. A mesma, não mostra como fazer o IRS, como comunicar, como poupar e investir dinheiro, como encontrar trabalho e fazer o nosso currículo, como cozinhar, como utilizar os primeiros socorros, como podemos desenvolver e sermos melhores, como dançar. E por mais que isto parece fora do normal, não importa, não há problema em ser diferente. A escola não é feita para todos porque se eu quisesse ser cozinheiro, para que é que eu preciso de saber a física ou a literatura? Obviamente que o saber não ocupa lugar, mas precisamos de matemática complexa para fazermos aquilo que nos faz feliz?

Retornando aqueles que não gostam de estudar, aos que não tem as melhores notas e aos que têm receio de ir trabalhar para uma fabrica montar peças, eu tenho boas noticias, lembrem-se, para entrar numa empresa é preciso mostrar o diploma, mas para abrir uma, não é necessário esse estatuto. Portanto se tens sonhos, não desistas, luta por o que queres e aprende o que realmente te faz feliz. Sê tu mesmo, sê autentico e vive a vida como se só tivesses 6 meses restantes, aproveita cada pedaço, cada momento e lembra-te, há um lugar para cada um de nós, onde encaixamos perfeitamente, tal e qual como somos.