A força no meio da pandemia


Não costumo escrever quando não me sinto para aí virada, mas hoje é mais um daqueles dias em que não consigo dormir por estar a pensar no mundo em que vivemos.

Estamos perante uma pandemia. Sem tirar nem pôr. Tenho 22 anos e nunca achei que ia estar a viver uma situação destas. Fala-se de tanto e quando se fala dizemos sempre: “Está longe, não chega cá”. Pois bem, meus caros, chegou. Chegou e com toda a força. Mas, falando de força, força essa que o povo português tanto tem e tanto mostra ter. Se há força para juntar milhares de euros para alguém que precisa de nós, se há força para mover multidões por uma causa maior, se há força para gritar bem alto pela seleção e se há força para se ouvir bem longe: “O povo é quem mais ordena!”, então por favor, que haja força para termos a consciência que o nosso lar é a nossa segurança. Que se somos os que mais ordenamos, que ordenemos uns aos outros as medidas de prevenção que nos são impostas. Só assim se vence, só assim conseguimos levar a cabo o fim de um pesadelo que só agora acabou de começar.

É verdade, eu sou uma mera estudante. Uma mera estudante que tem tantos sonhos ainda por viver e que quer realizar esses sonhos, mas mais importante que isso, quer mostrar a felicidade de satisfação de os realizar às pessoas que mais ama. Algumas dessas pessoas são pessoas com doenças há muitos anos, outras são mais velhinhas e outras são da minha idade, mas, sabem são as pessoas que amo, são as pessoas que estão comigo e são as pessoas que quero proteger. E se queremos proteger quem mais amamos temos de perceber que não é na praia perante uma pandemia que elas vão ser protegidas. Estamos todos com a vida entre vírgulas. Mas se querem mudar de parágrafo têm de fazer por isso. É aborrecido estar em casa? Imaginem o que é estar num hospital à espera de um resultado que nos pode trazer sequelas para a vida toda. É, não é aborrecido, mas atormenta. Mas em casa aborrecidos estamos atormentados? Há sempre alguma coisa para se fazer. Vejam as séries que não tiveram tempo de ver em tempo de aulas, ponham a matéria em dia que não puseram porque a vida na faculdade nem sempre o permite, ajudem os vossos pais em casa, façam receitas novas, ouçam música, façam desporto em casa, leiam o livro que tanto queriam ler, tratem de vocês, tratem daquilo que são e deem valor ao que têm.

Neste momento, há quem esteja a lutar no hospital contra um novo vírus que atacou o mundo. Vocês, pelo menos, podem estar em casa, no conforto do vosso lar. Não se esqueçam disso e mais importante, sejam responsáveis por vocês, mas também pelo outro!

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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