Deixa-me pintar-te um cenário. Uma da manhã. Uma secretária cheia de apontamentos, 5 marcadores de cor diferentes, um PC ligado e um estudante em puro desespero. É-te familiar?
É normal que sim. Maior parte dos estudantes passa por uma fase onde o estudo… não é assim tão fácil.
O cansaço já está a passar o nível do saudável desde as 11 da noite. Mas bebemos aquele café noturno, na esperança de aguentar mais umas horas. O sentimento de culpa ao deixar o trabalho naquele momento é forte demais para nos irmos deitar. E é assim que, lentamente, vamos matando a nossa produtividade.
O teu cérebro é o grande responsável pela tua capacidade de estudo. É, portanto, lógico, que queiras ter a certeza que tomas conta dele o melhor possível. O problema é que o cérebro não se vê [e raramente se sente].
As horas seguidas a estudar queimam o cérebro como se esgravatasses uma ferida até sair bastante sangue mas, como não se vê, nós vamos mantendo o nosso “estudo”. Espero que este artigo te ajude a perceber o teu dever de fazer pausas nos teus períodos de estudo.
A primeira coisa é perceberes o porquê de ser importante fazeres pausas.
Já reparaste na sensação que tens na pele proveniente de teres a tua roupa vestida? É provável que até eu ter feito esta pergunta não tivesses reparado. No entanto, hoje de manhã, quando te vestiste, sentiste a roupa a assentar no corpo! Mas houve uma altura no teu dia em que esse estímulo desapareceu e deixou de estar consciente. Isso aconteceu porque o teu corpo percebeu que aquele estímulo era tão constante que já não era relevante ter em atenção e por isso libertou espaço no teu foco mental
para outras coisas. Sabes com o que é que o teu cérebro também faz isto?
Se respondeste com os materiais de estudo, acertaste! Depois de um contacto demasiado prolongado com o que estás a fazer, o teu cérebro começa a tomar aquele estímulo como “garantido” e desvia a tua atenção para uma outra coisa qualquer que crie em ti a sensação de novidade!
É por isso que depois de estares horas a estudar, até uma tampa de caneta parece a coisa mais interessante do mundo! Como é que podes contrariar esta tendência? Pausas. Nem poucas, nem demasiadas. A quantidade ideal.
Existem uma série de métodos diferentes no que toca a períodos de
trabalho/descanso:
- o pomodoro [20 min de trabalho – 5 min de descanso]
- a hora [45 min de trabalho – 15 minutos de descanso]
- os 90’ [90 minutos de trabalho – 30 minutos de descanso]
Pessoalmente, gosto deste último, mas és tu quem tem de perceber o que funciona melhor na tua realidade.
Uma última sugestão. Aproveita as pausas para te mexeres.
Se a tua pausa consiste em fechares um caderno, pegares no telemóvel e inclinares-te para a frente, não estás a dar ao teu corpo uma “dissociação do espaço de trabalho” [algo que fica para um próximo artigo] . M E X E – T E ! A sério, vai dar uma volta de 5 minutos pela rua, passeia pela casa, faz uns 20 agachamentos, o que quiseres. O essencial é mexeres o corpo para que a tua fisiologia mude, os teus neurotransmissores mudem e ponhas mais oxigénio a circular no teu organismo!
“Há uma virtude no trabalho e há uma virtude no descanso. Usa as duas e não descuides nenhuma” – Alan Cohen.
O equilíbrio entre o estudo e pausas vai ajudar-te a aumentar a tua eficácia e o teu rendimento.
Bons resultados!