Afinal o que é feito dos novos cursos superiores de 2 anos?

Já vos tínhamos dado conta em março dos novos cursos superiores de 2 anos e explicado o seu funcionamento. Podes reler o nosso artigo aqui, relembrando que estes cursos são exclusivos do ensino superior politécnico, têm a duração de 2 anos e conferem a qualificação de nível 5 do Quadro Nacional de Qualificações. Entretanto estes “cursos curtos” ou “meias licenciaturas”, com já são chamados na imprensa, tiveram um arranque atribulado, com vários a adiarem o seu funcionamento para o próximo ano.

Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTSP), é este o verdadeiro nome da nova oferta de ensino superior que o Governo implementou este ano para dar continuidade à aposta nas vias vocacionais de ensino. Só um terço dos 92 cursos já aprovados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) entrou em funcionamento, havendo 46 cursos ainda à espera de resposta.

 

1/3 dos cursos aprovados já entrou em funcionamento

26 destes cursos começaram as aulas até às primeiras semanas deste mês, aos quais se juntam outros 11 cursos com início previsto até fevereiro do próximo ano. O atraso no início destes cursos é justificado pela demora na aprovação dos mesmos pela DGES, organismo tutelado pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC).

No entanto, vários politécnicos estão a adiar para o próximo ano letivo a entrada em funcionamento dos seus cursos, estando já 14 cursos neste grupo (15% dos já aprovados).

Algumas instituições estão a seguir uma estratégia diferente, como é o caso do Instituto Politécnico de Leiria, onde estão a decorrer as candidaturas a estes cursos. Ao Público o presidente da instituição, Nuno Mangas, referiu:  “Em função do número de candidatos, decidiremos se os CTSP entram em funcionamento, ou se aguardamos pelo próximo ano letivo”. São 19 os cursos que se encontram nesta situação, justificada pela indefinição quanto ao número de candidaturas, numa altura em que os potenciais interessados já fizeram as suas escolhas.

Perto de 3 mil vagas entre os 300 e os 3 mil euros

Só 69 dos 92 cursos já aprovados têm o número de vagas definidas, num total de 1876. Portanto, em média cada um destes cursos tem 27 vagas, o que nos permite extrapolar para os 28 cursos já aprovados, mas ainda sem esta informação disponível, e prever um total de perto de 3 mil vagas para os estudantes que queiram seguir esta via. Encontramos no Instituto Superior de Educação e Ciências e no Instituto Politécnico de Tomar os cursos com mais vagas (60), Comunicação e Marketing e Produção Artística para a Conservação e Restauro, respetivamente, e no Instituto Politécnico de Castelo Branco o curso com menos vagas, apenas 15, em Biotecnologia de Plantas e Produtos Naturais.

As propinas variam conforme a instituição de ensino, tendo o Instituto Politécnico de Bragança o valor mais baixo, 380€, e o Instituto Superior de Administração e Gestão o valor mais alto 3108€. O valor médio destes cursos no ensino superior público ronda os 660€ por ano, enquanto que no ensino superior privado ronda os 941€.

O Governo prevê que os CTSP possam atrair cerca de 10 mil estudantes por ano letivo. Esta estimativa tem por base os cerca de 22 mil alunos do ensino secundário que não seguem para o ensino superior, dos quais 40% estão em vias profissionais e demonstraram interesse em inquéritos realizados em continuar os estudos.

Tens acesso à lista dos cursos e número de vagas na DGES aqui, embora alertamos não é atualizada há um mês.