Os alunos do ensino secundário vão manifestar-se na quarta-feira em Lisboa para exigir o fim dos exames nacionais, mas também mais investimento na Educação que permita medidas como a contratação de mais funcionários ou obras nas escolas.
A ideia do protesto partiu da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Camões (AEESC), em Lisboa, mas rapidamente “se associaram escolas de todo o país, de Bragança até ao Algarve”, contou à Lusa o presidente da AEESC, Simão Bento.
No entanto, a maioria dos alunos que vai participar na manifestação será de escolas da região de Lisboa, uma vez que “os restantes subscrevem o apelo, mas não têm capacidade para estar presentes”.
O apelo de que fala Simão Bento chama a atenção para as “injustiças do sistema de ensino”, tais como os exames nacionais de acesso ao ensino superior que consideram ser “um fator de tremenda desigualdade no acesso ao ensino superior”.
Para os alunos, deveria ser valorizada a avaliação contínua e não os exames que acabam por ser utilizados para fazer rankings “das escolas de topo e das escolas de lixo”, criticou.
Além do fim dos exames nacionais, os alunos dizem-se preocupados com o atraso nas obras de requalificação das escolas e com a falta de funcionários.
No caso do antigo Liceu Camões, o Ministério da Educação anunciou há cerca de uma semana que a obra, avaliada em cerca de 15 milhões, já tinha sido adjudicada e que os trabalhos estavam prestes a começar.
No entanto, Simão Bento disse que só deixarão de protestar quando as obras começarem no terreno: “Enquanto as máquinas não entrarem na escola, não nos vamos deixar enganar com promessas”.
O representante dos estudantes lembrou ainda o caso da Escola Artística António Arroio, também em Lisboa, onde as obras já começaram e já foram interrompidas.
Os alunos desta escola de artes também vão participar no protesto que foi marcado ainda com o intuito de exigir mais funcionários.
O fim do processo de municipalização do ensino, que implica a transferência de competências na área da Educação para as autarquias, é outra das lutas dos estudantes que temem que essa mudança possa aumentar as desigualdades entre alunos, uma vez que “as autarquias não têm todas a mesma capacidade financeira para investir nas escolas”.
A manifestação está prevista começar às 10h30 na praça do Marquês de Pombal, local de onde vão partir rumo à residência oficial do primeiro-ministro.
Para já estão confirmadas as presenças de alunos de várias escolas secundárias de Lisboa tais como a Maria Amália, Vaz de Carvalho, Marquês de Pombal, D. Pedro V, D. Filipa de Lencastre, António Damásio e Passos Manuel.