A Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) quer que as regras de ingresso ao ensino superior sejam as mesmas que foram aplicadas nos últimos dois anos à conta da pandemia de Covid-19.
Em entrevista ao Público, o presidente Fontainhas Fernandes diz que o ano letivo tem sido “turbulento”, “longe de ser normal”, por isso as regras devem ser as mesmas: “Não devemos voltar já à normalidade anterior à Covid-19”.
À luz destas medidas excepcionais, os estudantes não tiveram de realizar exame nacional a todas as disciplinas específicas do ensino secundário que normalmente fariam — só mesmo àquelas de que necessitaram para entrar no ensino superior. A medida, acreditam os peritos, contribuiu para mais estudantes se terem candidatado à universidade no último ano letivo.
É isso que Fontainhas Fernandes vai voltar a sugerir quando liderar pela segunda vez o grupo de trabalho que aconselhará o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre a próxima época de exames. O despacho relativo à constituição deste grupo foi publicado esta quarta-feira.
Fontainhas Fernandes admite ao Público que é “prematuro saber o que vai acontecer nas escolas face à evolução da pandemia“. Mas a estrutura dos exames, essa, já está decidida: vão ter um bloco de perguntas de resposta opcional e outro de perguntas de resposta obrigatória. A confirmação chegou já em outubro pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave).
O secretário de Estado e Adjunto da Educação referia em setembro deste ano que os exames nacionais e as provas de aferição deveriam “retomar a normalidade” este ano letivo, incluindo as regras dos exames finais obrigatórios do secundário. “O caminho é o da retoma da normalidade também a respeito da avaliação externa“, afirmou João Costa na altura. Com as eleições legislativas em janeiro do próximo ano, caberá ao próximo governo tomar a decisão do caminho a seguir, tendo por base o parecer da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior.