É muito frequente, tanto enquanto estudantes ou em candidaturas profissionais, ser pedida uma carta de motivação da nossa parte. Posto isto, nem sempre é fácil escolher que informação queremos apresentar, ou como estruturar o que queremos expor. Somos deparados com questões como ‘Porque quero esta vaga?’, ‘Quais são as minhas expectativas?’, ou ainda ‘Como é que o meu percurso até ao presente me conduz a querer esta posição?’. São questões essenciais para a equipa que gere as candidaturas, mas podem também permitir-nos um melhor conhecimento de nós próprios, o que pode tornar-se bastante interessante.
Assim sendo, reuni um conjunto de dicas e informações que podem ser úteis e ajudar neste caminho!
O que é uma carta de motivação?
Uma carta de motivação é uma declaração pessoal que tem como objetivo fazer uma apresentação individual num processo de candidatura, seja a um mestrado, doutoramento, estágio, ou vaga de trabalho.
Sobre o que é que se escreve numa carta de motivação?
Uma carta de motivação deve expor as características pessoais que nos distinguem como adequados para a vaga a que nos estamos a candidatar. Por exemplo, pode descrever projetos passados que nos tenham dado experiência, ou por exemplo planos futuros de desenvolvimento de alguma ideia e ainda sobre a nossa forma de pensar e características pessoais (cooperação em grupo, organização, criatividade, etc.).
Em geral, a carta de motivação é submetida em conjunto com o CV, e portanto, estes podem complementar-se. O CV contém a nossa informação de formação académica e experiência profissional. Podemos usar então a carta para personalizar e acrescentar informação mais relevante que se relacione com a posição a que concorremos.
Para que serve?
O principal propósito é tornar a comunicação entre o candidato e a equipa admissora mais pessoal, dando a conhecer o nosso background, assim como qual é o nosso interesse em concorrer. Principalmente, deve convencer que somos um potencial bom candidato e a forma como é escrita irá diferenciar-nos dos outros candidatos e reflete o nosso compromisso perante aquele projeto/vaga.
Estrutura
Em geral, a carta deve ser pouco extensa e poderá conter 3 parágrafos principais ou, alternativamente, 5, onde 3 deles fazem parte do desenvolvimento. É importante realçar uma boa apresentação estética, embora organização na escrita e no encadeamento de ideias seja fundamental, tendo-se especial atenção em evitar erros gramaticais.
Sendo um complemento ao CV, deve evitar repetições: tudo o que está escrito na carta tem que ter um objetivo em concreto e não deve estar apenas para a tornam esteticamente mais rica ou mais longa.
Além disso, nunca se deve utilizar a mesma carta para propósitos diferentes. Cada projeto tem um único objetivo e devemos adaptar o conteúdo e o que abordamos acerca de nós próprios em função dos objetivos particulares daquele projeto.
Preparação
A iniciação da escrita da carta deve dar-se muito antes do prazo de encerramento de candidaturas. Uma candidatura requer preparação, não só na organização de todos os documentos necessários mas também na ponderação da informação mais adequadas a colocar na carta e na posterior exposição clara de ideias.
A primeira coisa a fazer é procurar informações (por exemplo no website da instituição ou empresa que está a lançar o processo de candidaturas) sobre o posto de trabalho ou a plano académico (caso seja um programa de mestrado ou doutoramento) a que nos estamos a candidatar: requisitos, qualificações necessárias, restrições, expectativas em relação aos candidatos, tipo de projetos feitos e filosofias, de tal forma a nos permitir ter uma ideia geral do tipo de conteúdo em que devemos focar a nossa carta.
Como começar uma carta de motivação?
Ainda antes de começar a escrever a carta deve-se refletir e sintetizar um conjunto de ideias que se querem referir e desenvolver: identificar o nosso objetivo principal e construir o resto das carta em torno disso. É opcional, mas pode começar-se por expor tema para o qual estamos a submeter a nossa candidatura. Manter linguagem formal é importante, mas mais do que isso, devemos personalizar a carta e evitar descrever características genéricas e ambíguas.
Composição
Após uma breve apresentação (nome, formação académica e/ou experiência de trabalho), expor a razão que nos leva a submeter a candidatura. Deve explicar porque é que estamos interessados e o que é que nos torna adequados para aquele programa. É essencial descrever a nossa experiências, características e melhores qualidades, focando-nos em apresentar o nosso trabalho académico ou profissional pela ordem de maior para menor importância para aquele projeto em particular, usando isto como suporte para as características que expomos. É também útil descrever os motivos que nos interessam particularmente naquela instituição, de forma a mostrar que temos um sólido conhecimento do que se espera e do tipo de trabalho que é desenvolvido. Além disso, tendo em conta o seu propósito, é uma mais valia ser objetiva e direta, aliada a um discurso original.
Em suma, devemos ao longo da nossa carta dar indicadores de forma a responder à questão ‘porque devo contratar esta pessoa?’.
Para encerrar, mostrar disponibilidade para responder a questões ou (caso faça parte da candidatura) disponibilidade para uma entrevista. Concluir reafirmando o nosso interesse, e caso sejamos aceites, o que é que se espera obter daquela experiência e (especialmente se é uma candidatura para uma programa académico) como é que isso se enquadra nos nossos planos futuros.
Em geral, estas são as características mais usadas atualmente numa carta de motivação, no entanto, não são regra, pelo que imaginação e criatividade devem sempre ter papéis fundamentais! Em geral, o mais importante é que a escrita da carta seja um processo enriquecedor, que nos permite descobrir melhor as nossas capacidades e interesses, e também para percebermos de que forma encaixamos nos requisitos e expectativas do projeto ou vaga!
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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