Com o aumento da incidência da Covid-19, o Governo vai reforçar a testagem na Grande Lisboa. Uma das áreas prioritárias dos testes em massa é o ensino secundário e superior, bem como a população mais jovem, entre os 18 e 40 anos.
Em declarações à TSF, António Cruz Serra, reitor da Universidade de Lisboa, garante que estes locais “não são seguramente um foco de contágio” da doença, “até porque a atividade presencial é relativamente limitada e a maior parte do ensino é feita à distância. O reitor considera, contudo, que “o comportamento da faixa etária em que estão os estudantes universitários pode revelar alguma preocupação“.
Mesmo assim, Cruz Serra admite que a testagem na Universidade de Lisboa continua a ser feita, apesar de o número de testes ter sofrido uma redução significativa nas últimas semanas.
“Desde o princípio já fizemos mais de 37 mil testes e, nas últimas semanas, temos feito um número de testes que teve um pico no final de abril quando fizemos mais de mil testes por dia. Nos últimos dias temos feito entre 300 e 600 testes“, avança, acrescentando que tem havido poucos testes positivos. “Desde o princípio de maio temos 16 testes positivos.“
Cruz Serra não foi contactado sobre o reforço da testagem na Universidade de Lisboa, mas assegura que existe capacidade para dar resposta à medida do Governo. “Há cerca de quatro a cinco semanas atrás estávamos a fazer três vezes mais testes do que fazemos hoje, portanto é possível fazer bastante mais testes do que aqueles que estavam a ser feitos na semana passada“, afirma.
Aumento de casos de infeção em Lisboa leva a um reforço da testagem
No domingo, em entrevista ao Diário de Notícias, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, anunciou que, devido ao aumento da incidência e do Rt em Lisboa e Vale do Tejo, a testagem vai ser reforçada na região. Os alvos principais vão ser as escolas, universidades, empresas e função pública.
Os detalhes deste plano foram acertados numa reunião que juntou o Governo, as autoridades de saúde e a Câmara de Lisboa. O jornal Público conta que no domingo à tarde, a ministra e o secretário de Estado da Saúde estiveram reunidos com elementos do Instituto Ricardo Jorge, da ARS de Lisboa e Vale do Tejo e da Câmara de Lisboa.
Ficou decidido que o reforço da testagem avança já esta semana, em três áreas prioritárias: o ensino, onde serão intensificados os testes em escolas secundárias e nas universidades e politécnicos, as empresas, tendo como prioridade aquelas que têm mais de 250 trabalhadores, e as freguesias mais pequenas do concelho, onde a existência de poucos casos faz disparar a taxa de incidência.
A SIC avançou que também as residências universitárias vão merecer uma atenção especial, porque há pequenos surtos e mais dificuldade em fazer testes e aplicar medidas de isolamento. De resto, o reforço da testagem vai incidir sobre os adultos jovens, entre os 18 e 40 anos. Depois de Lisboa, os testes em massa vão chegar aos concelhos à volta da capital: Amadora, Loures, Sintra, Cascais, Oeiras, Vila Franca de Xira e Almada.
De acordo com os últimos dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), entre 12 e 19 de maio, os novos casos por 100 mil habitantes passaram de 81 para 118, num aumento de 45,7%. Em Lisboa e Vale do Tejo o Rt médio chega aos 1,11 e a 16 de maio até já estava mais alto, em 1,15.
O concelho de Lisboa passou a estar muito próximo da linha vermelha de 120 casos por 100 mil habitantes definido pelo Governo em articulação com as autoridades de saúde. Os números disparam a seguir a 12 de maio, coincidindo com a festa do título da I Liga de futebol. A DGS adiantou que a festa do título do Sporting deu origem a pelo menos 20 casos de Covid, mas sublinhou que os festejos não explicam na totalidade, a subida do Rt.