Lisboa é a cidade mais cara para viver e estudar e o Porto batalha no segundo lugar com Faro. A famosa ‘cidade dos estudantes’, Coimbra, é das mais baratas para se viver, de acordo com a análise feita pelo Expresso. Mas é na Covilhã que se verificam os custos mais baixos.
O jornal Expresso decidiu analisar, na edição deste fim de semana, diversas variáveis que compõem o custo de vida de um estudante, desde as propinas ao quarto, passando pelo passe nos transportes públicos e pelas refeições na cantina em várias cidades portuguesas. Optou por apenas o fazer nas nove cidades portuguesas que têm universidades públicas: Faro, Évora, Lisboa, Coimbra, Aveiro, Covilhã, Porto, Braga e Vila Real. Os detalhes de cada rubrica podem ser vistos na infografia no fim do artigo.
No que toca às propinas, as contas são fáceis de fazer. O valor fixado pelo Governo é igual para todas as universidades públicas: €697 ao ano, o que dá €69,7 por mês (considerando 10 meses que compõem o ano letivo). É nas restantes despesas que se verifica uma variação.
No que toca aos transportes, o jornal adianta como em Lisboa e Porto um estudante do ensino superior consegue comprar o passe por €22,5, na Covilhã ele ultrapassa €25, enquanto em Braga custará ao estudante pouco mais que €7.
Na rubrica da alimentação, o jornal guiou-se pelo preço da refeição nas cantinas escolares. Contabilizou 10 refeições por mês na cantina com o valor da refeição social, verificando que é em Faro que se encontra o valor mais caro (€29) e na Covilhã e Braga o preço mais barato (€25).
Mas a despesa que tem mais peso continua a ser o alojamento. Embora muitos estudantes tenham as despesas da casa incluídas no preço dos quartos, o Expresso simulou faturas simples nos simuladores da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).
Concluiu que o valor do gás e da luz não difere muito entre as diversas cidades portuguesas, sendo que arredondado dá mais ou menos €20 por pessoa. Já na água os valores variam, indo dos €16 em Aveiro aos €32 na Covilhã. No que toca à conta da internet, o pacote mais barato de internet e televisão varia entre €21 e €31 por mês.
Mas o valor mais relevante nesta equação é o do quarto. E é este que coloca Lisboa no primeiro lugar da lista de cidades mais caras para os estudantes viverem em Portugal. Segundo o Observatório do Alojamento Estudantil, cada quarto estava a ser arrendado em setembro, em média, por €326 por mês. Seguem-se as cidades do Porto e Faro, ambas com uma média €250 por mês por um quarto. Évora, Braga e Aveiro ocupam os lugares do meio, com valores de €200, €202 e €223 por mês, respetivamente. Por fim, as três cidades com quartos mais baratos são Coimbra (€180), Vila Real (€157) e Covilhã (€150).
Tudo somado, o jornal conclui que Lisboa é a cidade mais cara para os estudantes viverem (aproximadamente €518 por mês), logo seguida de Faro (€442), mas com uma diferença muito curta para o Porto (€432). Seguem-se Braga (cerca de €367), Évora (€377) e Aveiro (€408). No fim da lista apareceria as cidades mais acessíveis: Covilhã (quase €341), Vila Real (€348) e Coimbra (€354).
O jornal conclui que o quarto chega a representar mais de 60% do valor total das despesas. Em Lisboa, 63% das despesas vão para o quarto. Já na Covilhã, o alojamento representa ‘apenas’ 43% do valor total das despesas. Na maioria das cidades, o quarto equivale a mais de 50% do total. Finaliza com a nota que outras despesas não foram consideradas como as do supermercado, despesas com livros, materiais de estudo ou até outras da sua vida social.