É uma coisa rara termos cursos com excesso de inscritos em humanidades, porque os alunos são educados para escolher cursos de tecnologias, engenharias e matemáticas, (…) mas este curso tem excesso de inscritos há uma década”, disse Matthew Croasmun, diretor do programa ‘Life Worth Living’.
Em entrevista à Lusa por telefone a propósito do lançamento do livro “Uma Vida com Sentido”, baseado no curso que dirige na Universidade de Yale, nos EUA, o professor contou que mais de 700 alunos já passaram pelo programa de 13 semanas, que equivale a uma cadeira semestral.
Criado em 2014 pelos outros dois autores do livro, Miroslav Volf e Ryan McAnnally-Linz, o curso pretendeu responder, por um lado, a um aumento dos problemas de saúde mental entre os estudantes do Ensino Superior nos EUA e, por outro a “uma espécie de falta de sentido”.
“Há uma espécie de falta de objetivos nos estudantes que, especialmente na nossa universidade, uma universidade de elite, têm todas as oportunidades no mundo e podem sentir-se muito capacitados e muito livres, mas não têm ideia de como escolher entre as diferentes opções”, relatou.
Desde então, a procura pelo curso tem vindo a aumentar entre os estudantes em Yale, mas também por parte de outras universidades nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Europa e até em Hong Kong ou na Malásia.
“É um movimento crescente entre faculdades e estudantes. Temos uma rede de faculdades afiliadas com mais de 30 instituições”, disse Croasmun.
Embora com formatos diferentes consoante os contextos, o curso pretende ajudar os estudantes “a casar o melhor das suas energias intelectuais com as mais profundas questões existenciais”.