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De Coimbra Para Coimbra

8 de Setembro de 2013, foi quando fui “Colocada”

Ainda mal imaginava que por ti iria ser amada

“És a cidade que me viu nascer” e começar com desalento

Perdoa-me por antes não te amar e te associar ao céu cinzento

Era uma adolescente perdida e desligada do mundo

E, agora, toda eu sou feita do teu fado profundo

As lágrimas escorrem-me pela face quando penso em ti

Transformaste-me em fortaleza e, aqui, sei que cresci



“Os sonhos nascem aqui” e aqui são concretizados

É um capítulo da vida onde os estudantes são por ti amados

É um casulo de liberdade onde reina a juventude

Unidos pela batina e uma tradição que nunca desilude

“Deste-me tudo o que tinha para aprender”

E todos os dias deste sentido ao verbo “viver”

Escondes segredos em cada rua e em cada madrugada

Até o mocho do conhecimento escondes na lateral da Torre da Cabra

Tantas cartolas a passar por nós e caloiros a chegar,

És o berço de um futuro que ajudas a criar

És o símbolo do fado e fado simboliza destino

E não é por acaso que o teu canto será sempre o meu hino

Cristalino, genuíno, repleto de verdade e de histórias sem tino

“Mostras-te o que havia para viver”, mais um verso que não mente

Ensinaste-me a lutar e a encarar os problemas de frente

Grito dentro de mim para que não me leves daqui

Trajar dá-me a certeza de que foste um sonho que cumpri

Iluminaste o meu horizonte e sempre me reservaste o melhor

Ensinaste-me a valorizar cada pedaço de lágrima e suor

Guardo um mar de memórias, não sei se é por não beber

Ou se por ter tido a sorte de grandes histórias viver

Sinto-me como Álvaro de Campos, quero estar em todo o lugar

Abarcar todas as tuas ruas e ver todos os dias o teu luar

Quero contar o quanto fui feliz aqui e o quanto significa cada fita

Acolheste com amor cada um que em ti habita

Aquele mar de gente de estudantes com paixão

Que a todos os domingos lá iam na tua direção

Com uma lágrima contida e um coração apertado

Irei relembrar-te pelos teus ensinamentos em formato de fado

E mesmo quando o traje já não me servir

Vou lembrar-me dos belos anos em que aprendi a sorrir

Que um dia os meus filhos te tenham como um desejo fulcral

E te peçam para conhecer na sua carta ao Pai Natal

Que percorram as tuas ruas antigas mas brilhantes

E que um dia te possam chamar rainha dos estudantes

“Deixo agora, nesta hora, promessas de voltar”

Posso dar voltas ao mundo mas serás sempre o meu lar

Ensinaste-me a amar aos poucos a minha chegada

E na hora da despedida irei sentir as mãos cheias de nada

Ensina-me também a abandonar-te sem dor

Se poderei ficar mais um dia até o sol se pôr

Lembra-te que onde as memórias perduram, o espírito sempre acorda

E onde a saudade se implanta, o amor transborda.

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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

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