Leiria, minha para sempre Leiria,
Começo agora as despedidas. Sim, despedidas! Como muitos dizem, e eu própria disse noites sem fim, nunca nos vamos despedir! Mas lá no fundo sabemos que isso não é verdade! Agora, de volta às minhas origens, agora quatro anos depois e sem malas para fazer e desfazer todos os fins de semana, sem os tupperwares da mãe para encher e sem os domingos de aperto no coração, agora sem Ti, as despedidas têm de ser feitas!
No Teu berço cheguei, frágil, só e com os olhos pesados das lágrimas que carregavam mas no Teu berço fui também a pessoa mais feliz! Viste-me chegar naquele dia, em 2015, abraçaste-me com toda a Tua força, aquela que abraça dezenas de caloiros todos os anos e que, quis o destino, eu só começasse a perceber dias depois! Que semanas difíceis foram as primeiras, que vontade inexplicável de Te abandonar, de sentir que não Te pertencia e de Tu, todos os dias me mostrares que estava enganada! Dias passaram, a vontade de fugir de Ti foi sendo desvanecida com a vontade de nunca mais de Ti querer sair, vontade que permanece até hoje! Até este dia, que deveria ser de felicidade por ter concluído o sonho que me levou até Ti mas que, ao invés disso, me causa a dor que jamais pensei ser possível vivenciar!
De Caloira a Licenciada. Uma caloira refilona, segundo os excelentíssimos e digníssimos “senhores de preto”. Mas uma caloira que aproveitou TUDO, desde o primeiro ao último ano com a certeza de que a vida só se vive uma vez! Anos esses que me deram a família que sei,será para a vida: as minhas madrinhas, os meus eternos Felizes, as minhas crianças! Leiria, obrigada pelas duas “mães” e companheiras que me deste, aquelas que me batizaram e que me traçaram a capa pela primeira vez, aquelas que me traçarão, para toda a vida, as suas capas como só uma madrinha sabe fazer!
Obrigada pelas três crias maravilhosas que me deste, por me permitires tentar ser para elas o abrigo que outrora alguém foi para mim! Por me permitires mostrar-lhes que o berço que nos uniu será para sempre o berço dos reencontros e aquele que não fará esquecer as noites de brindes, de colo, de sorrisos e de lágrimas que juntas partilhámos!
Recordar-me-ei, para sempre, das noites sem fim no Terreiro, no Parque dos Mortos e no Colonial, dos brindes com a Tuna, do som dos sapatos dos Semi-doutores, Doutores e Veteranos na calçada leiriense, dos sinos da Sé a ecoar nos silêncios das serenatas, das capas traçadas, ou a esvoaçar em cima dos ombros que carregam o orgulho e a dedicação por uma Academia! Vou, eternamente, recordar-me de Ti, de todos os teus encantos e recantos, do Teu Castelo que é o grande símbolo da nossa cidade, que iluminou todos os dias aquela que foi a minha segunda casa e que, por vezes, nos guiava quando o álcool nos fazia esquecer os caminhos!
A Ti Leiria, agradeço nunca me teres largado e fazeres com que, ao fim de quatro anos, volte a chorar com a mesma força que chorei no dia em que a Ti cheguei – desta vez com a vontade de nunca mais sair de Ti.
São estas as memórias de quem sabe que está tudo a terminar, de quem já Te sente longe e de quem chora, agora, a dor da despedida! Despeço-me em lágrimas com a certeza de que os sorrisos surgirão sempre que a Ti voltar!
Minha Leiria, continua a fazer felizes todos aqueles que em Ti iniciam um novo ciclo com a insegurança das incertezas e do desconhecido! Continua a deixar a tua marca nas vidas de quem a Ti chega e de quem de Ti parte, para um dia, certamente, voltar!
Agora vou ser feliz, dar continuidade ao que em Ti aprendi, longe, mas, eternamente, Contigo no coração!
Da tua, para sempre, estudante de lágrimas nos olhos e sorriso no rosto,
Diana Fonseca.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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