Setembro sempre foi o meu mês preferido, porque significava voltar à escola, mudança, novas experiências. Mas este Setembro vai ter um sabor especial. A universidade nunca esteve tão perto, e eu sinto-me tão nas nuvens, que nem consigo acreditar.
Sempre quis entrar na Universidade, mas neste 12º ano é que me comecei verdadeiramente a aperceber do quanto isso constituía um sonho para mim. Começar a ver amigas minhas mais velhas nas suas tradições académicas ao longo do ano, acordou de novo em mim um amor que jamais se desvanecerá. Um amor a Coimbra, um amor à verdadeira cidade dos estudantes. Passar nos corredores da minha escola e poder ver ao longe a Torre da Universidade, todos os dias, bela e altiva, era para mim inspiracional, era olhar de perto um sonho. E agora falta pouco menos de uma semana para as colocações, e eu todos os dias me “belisco”. Porque vou ser finalmente tua, ó Coimbra. Porque independentemente de entrar já em Medicina, como também sempre sonhei, ou não, quando souber que fui colocada nessa mística Universidade, serei feliz.
Serei feliz porque sei que o teu rio, o meu Mondego, que olho com tanto saudosismo quando parto mesmo que por breve tempo, e que admiro com carinho quando a ti volto, vai para sempre abraçar-me como te abraça a ti; porque sei que as tuas ruas de pequena grande aldeia que és, vão ser e vão traçar em mim caminhos; porque sei que vou viver todas as tuas manhãs cinzentas e as tuas tardes quentes e abençoadas por esse sol, que te toca e te torna a mais bela obra de arte; porque sei que é no teu fado e na tua lua que o meu amor vive e que os meus amores quero viver; porque sei que vou ser mais uma pequena caloira, e com tudo me vou entregar a ti; porque sei que se já sei e sinto tudo isto agora, já nada resta de mim que não seja Coimbra.
Sou de Coimbra, já a conheço, mas acredito piamente que todos os dias vou encontrar mais uma razão apaixonar pela minha ciade, para a sentir e viver mais.
Se vais para Coimbra estudar, vai de braços abertos. De braços, olhos e ouvidos bem abertos, para que absolutamente nada te escape. Porque já sei, e depois vamos saber ainda melhor, saber e sentir, que viver Coimbra é viver no limbo entre querer sempre mais desta cidade, e querer demais voltar atrás para a podermos sentir outra vez.
Como o fado sabiamente ensina: “Quem te não amar não vive”.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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