A escolha de um curso nem sempre é fácil. E no Ensino Superior essa escolha torna-se ainda mais complicada. O que escolher quando existem tantos cursos, com tantas semelhanças entre si?
No que diz respeito às Licenciaturas — e, posteriormente, Mestrados — nas áreas de Economia e Gestão de Empresas, existem dúvidas muito comuns entre os estudantes, nomeadamente em relação às saídas profissionais.
Neste artigo pretendemos esclarecer algumas dessas questões e, a par com a Iscte Business School, dar-te a conhecer a sua oferta formativa, tanto em Licenciatura como em Mestrado para ambas as áreas.
Quais são as principais diferenças entre um economista e um gestor?
Embora existam várias semelhanças entre os Planos de Estudo de ambos os cursos e as próprias saídas profissionais dos mesmos, as principais diferenças residem na formação académica de cada um dos profissionais.
Enquanto que no caso de Economia os estudantes têm uma formação muito mais voltada para a Matemática e a Econometria, os estudantes de Gestão são formados principalmente em subáreas como Marketing e Empreendedorismo.
Qual a relevância destas duas áreas no mundo atual?
Tanto a área de Economia como Gestão formam profissionais com soft skills de relevância para o presente e futuro, como por exemplo: pensamento crítico, capacidade de análise de dados e resolução de problemas complexos. Devido à grande aposta no digital e à sua presença no mercado de trabalho, os estudantes destas áreas beneficiam ainda de uma formação que aposta na Programação, permitindo-lhes uma adaptação flexível aos desafios atuais.
Para te ajudar a compreender melhor a importância destas duas áreas e o que podes encontrar nos Mestrados da Iscte Business School contamos com os testemunhos da Ana Tostão, estudante do Mestrado em Economia e o João Vieira, Mestre em Gestão de Empresas pelo Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, desde 2019.
Atualmente sinto que o papel do gestor vem crescendo na sua relevância e também no número de postos de trabalho que buscam por tais competências. Não porque os cargos de gestão clássica de equipas/pessoas estejam necessariamente a crescer, mas por via da expansão do que chamo gestores de processos.
João Vieira, Mestre em Gestão de Empresas pela Iscte Business School.
- O que vos levou a escolher estes cursos? E porquê o Iscte?
A.T.: O meu percurso em Economia começou logo no ensino secundário. Na altura, optei por Ciências Socioeconómicas porque gostava de matemática, mas cedo me apercebi que Economia era uma ciência social que ia muito para além dos números, e foi aí que me “apaixonei” pela disciplina. Quando ingressei na Licenciatura, Economia pareceu-me a escolha natural, e estou agora a terminar o Mestrado em Economia. Aos meus olhos, Economia é uma área que permite aliar a aptidão para os números com a sensibilidade para o mundo que nos rodeia.
Relativamente ao Mestrado em Economia, destaco a forte aposta na formação em áreas core da ciência económica, nomeadamente Microeconomia, Macroeconomia e Econometria. Para além disso – e de todas as outras razões já mencionadas anteriormente –, existe a possibilidade de ter uma experiência internacional, nomeadamente através da realização de um double degree com uma das universidades parceiras e, deste modo, ficar com dois diplomas no final do curso. Podes também juntar-te a organizações como o ITIC ou a IJC, onde podes aplicar na prática os conhecimentos adquiridos nas aulas, ao mesmo tempo que vais desenvolvendo uma rede de networking.
J.V.: Na origem da decisão esteve, principalmente, a complementaridade com a licenciatura que possuía em Gestão de Informação. Pretendia um curso capaz de combinar competências transversais de gestão com as técnicas de manipulação de dados. No fundo, queria preparar-me para conseguir oferecer um melhor contributo no apoio à decisão a nível profissional, tendo uma melhor perspetiva dos dados relevantes do ponto de vista da gestão e ser capaz produzir informação de maior valor.
Este curso do ISCTE provou ter um programa muito abrangente possibilitando saídas variadas e a adaptação muito personalizada a alunos de diferentes áreas de origem. Por ser lecionado em inglês, traz também a possibilidade de interagir com colegas de diferentes nacionalidades contribuindo para uma experiência mais enriquecedora.
Por fim, pesou ainda o facto de ser um curso com bastante reconhecimento internacional, sendo um dos cursos mais cotados na área em Portugal de acordo com o ranking da Financial Times.
- Como vês a importância de um profissional da tua área no mundo atual?
A.T.: A meu ver, a grande valência de um Economista no mercado de trabalho é a sua capacidade de análise: ser capaz de olhar para os dados e ter sentido crítico sobre eles; deparar-se com um desafio e ser pragmático na identificação de possíveis soluções.
J.V.: Atualmente sinto que o papel do gestor vem crescendo na sua relevância e também no número de postos de trabalho que buscam por tais competências. Não porque os cargos de gestão clássica de equipas/pessoas estejam necessariamente a crescer, mas por via da expansão do que chamo gestores de processos. Hoje em dia a gestão estende-se cada vez mais às camadas técnicas. No mundo profissional cada vez mais assistimos à delegação de competências e responsabilidades por essa via. O mundo é cada vez mais complexo e as empresas por mais focadas que sejam num determinado segmento, acabam por ter de dominar mais temas do que no passado. Isto implica um número maior e mais distinto de processos, tarefas, sistemas, entre outros que necessitam dominar e gerir.
Embora exista uma componente forte de empreendedorismo e de alunos com maior senioridade onde tal não se aplique na totalidade, em grande medida o curso é frequentado por alunos mais jovens onde não é expectável que se assuma um cargo de gestor empresarial no curto prazo. Nestes casos aconselho que vejam o curso não só como uma habilitação para um futuro cargo de topo, mas como uma preparação no imediato para assessorar da melhor forma esses cargos ou contribuírem nas vossas organizações para servirem como um pivôt capaz de interpretar esta complexidade e diversidade a que as organizações estão expostas e aplicarem os conhecimentos técnicos em sintonia com esse contexto.
- Numa era em que cada vez estamos mais inseridos no digital, sentes que a formação académica que estás a receber te deixa bem preparada para os desafios que te surgirem futuramente, enquanto profissional da área?
A.T.: O mercado de trabalho abre muitas portas aos alunos de Economia – em diversas áreas –, por isso a resposta depende muito da porta onde se escolhe entrar. No que toca à aprendizagem de softwares, ao longo do curso lidamos sobretudo com o Stata, que é geralmente utilizado para o desenvolvimento e análise de modelos econométricos – o que pode ser extremamente útil para carreiras ligadas à investigação e/ou policy-making. Adicionalmente, temos a possibilidade de escolher unidades curriculares optativas ligadas ao digital e a ciência de dados, nomeadamente relacionadas com Excel Avançado, R e Python – ferramentas muito apreciadas pelos principais recrutadores da área. Em Economia, temos também uma vertente muito forte de trabalhos de grupo, pelo que fazemos muitas apresentações em PowerPoint ou Prezi, o que é um ponto a vosso favor caso o vosso trabalho envolva apresentações regulares, porque se sentirão mais confortáveis com as ferramentas em si e também com o “estar em palco”. Assim, acho que a formação académica que tive me permitiu entrar em contacto com ferramentas que são essenciais atualmente, o que não implica que, consoante a natureza do trabalho que venhamos a desempenhar no futuro, não seja necessário aprofundar conhecimentos em certas matérias. Acima de tudo, acho que os professores nos dão as ferramentas necessárias para aprendermos a explorar e a pensar por nós próprios, o que torna o todo o processo de aprendizagem mais enriquecedor – e, acreditem, muito útil para um futuro emprego.
J.V.: Senti neste curso em particular que neste ciclo de estudos se pressupõe que os alunos trazem consigo um conjunto forte de ferramentas técnicas e científicas, tentando posteriormente, por mais diversas que sejam, potenciá-las ao máximo dentro dos temas da área. Com esse pressuposto em mente, os alunos acabam por ter aqui a responsabilidade um pouco do seu lado em encontrar estratégias e caminhos, onde busquem ativamente nas diferentes disciplinas, encontrar o ponto de contacto onde podem marcar a diferença. Neste sentido, julgo que o primeiro ano de estudos acaba por ser uma oportunidade de cada um explorar as áreas de maior interesse pessoal.
A um futuro aluno de Economia, diria que nunca perdesse a curiosidade. Num mundo em que as respostas parecem estar sempre à distância de um clique, é importante perceber que, às vezes, não existem verdades absolutas para as questões com que nos deparamos.
Ana Tostão, estudante do Mestrado em Economia da Iscte Business School
- Quais as hard skills e soft skills que consideras mais relevantes num profissional da área? O curso permite-te desenvolver algumas delas?
A.T.: Tendo em conta a quantidade cada vez maior de dados (“big data”) com que as organizações têm de lidar diariamente, penso que o conhecimento de linguagens de programação e de ferramentas de data science serão, inevitavelmente, uma hard skill cada vez mais procurada pelos empregadores num profissional da área, de modo a poder otimizar processos e resultados. No ISCTE, tanto na Licenciatura como no Mestrado em Economia, temos a oportunidade de entrar em contacto com estas ferramentas. No mundo globalizado em que vivemos, diria também que a proficiência em inglês é quase um “must-have” e, quanto a este aspeto, o Mestrado em Economia do ISCTE deixa-nos muito bem preparados, uma vez que todas as aulas são lecionadas em inglês.
No que toca às soft skills, aquelas que considero mais relevantes são a orientação para resultados, a capacidade de trabalhar em equipa e a gestão de tempo. Ser orientado para resultados significa que temos o nosso foco bem definido e que trabalhamos todos os dias para atingir um objetivo final bem definido – é um recurso essencial para qualquer organização. Ser capaz de trabalhar em equipa significa que conseguimos gerir e aplicar aquilo que sabemos, ao mesmo tempo que estamos disponíveis para aprender com aqueles que nos rodeiam – estando a trabalhar para um objetivo comum, não há nada mais importante do que saber partilhar conhecimento. Por fim, a importância da capacidade de gestão de tempo está ligada ao tão conhecido problema económico da escassez – recursos limitados para necessidades (quase) ilimitadas. O tempo de que dispomos para concluirmos as tarefas a que nos propomos não é infinito, pelo que devemos ter a capacidade de o otimizar. Estas são soft skills que sinto que fui aprimorando ao longo da minha passagem pelo ISCTE, não só na Licenciatura e Mestrado em Economia, como também em todas as atividades extracurriculares em que estive envolvida.
J.V.: Definitivamente competências ao nível da interpretação de informação de cariz quantitativo é fundamental para um correto desempenho da maioria das funções. Quer estejamos a analisar informação contabilística, económica, de produtividade, adesão a campanhas de marketing ou outros tipos de informação, um gestor hoje tem de adotar uma metodologia data-driven. Vivendo nós numa aldeia global e num meio cada vez mais complexo e repleto de dependências entre áreas de conhecimento, é importante ter uma visão o mais completa possível da nossa cadeia de valor e dos seus principais stakeholders. Isto pode implicar a busca por aprofundar conhecimentos e colecionar experiências para potenciar a nossa visão dos processos de negócio. Para ajudar a conquistar estes tipos de conhecimentos, o curso e o ISCTE oferecem várias atividades extracurriculares, seminários, entre outros.
- Que conselhos darias a um futuro aluno de Economia?
A.T.: A um futuro aluno de Economia, diria que nunca perdesse a curiosidade. Num mundo em que as respostas parecem estar sempre à distância de um clique, é importante perceber que, às vezes, não existem verdades absolutas para as questões com que nos deparamos. Seja uma escola de pensamento económico, uma política pública ou um modelo econométrico, procurem sempre entender o seu porquê e ter um olhar crítico sobre o tema.
- E a futuro aluno de Gestão de Empresas?
J.V.: Por mais distante que a vossa formação de origem possa parecer da Gestão, não hesitem ou receiem não possuir as capacidades de integrar e ter sucesso neste mestrado. Ele está desenhado para dar resposta a este tipo de casos e o apoio é muito personalizado. Tentar ao máximo ir procurando e refletindo sobre qual ou quais os vossos macro objetivos a que o curso pode dar resposta: enriquecer conhecimentos para iniciativas de empreendedorismo; preparação para uma oportunidade de cargo de gestão; foco numa gestão mais orientada a multinacionais ou a pequenas empresas; prosseguir o caminho da investigação académica. São apenas alguns exemplos, mas que ajudaram a definir o que gostavam de explorar ou tirar máximo valor de cada disciplina, professor, trabalho, convidado e em ultima instancia da própria tese.
Para além dos testemunhos da Ana e do João, deixamos-te ainda alguns pontos que deves ter em consideração caso estejas a ponderar não só um Mestrado como uma Licenciatura numa destas áreas:
O que preciso de saber sobre a Licenciatura e Mestrado em Economia no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa?
Tanto a Licenciatura como o Mestrado em Economia proporcionam-te uma formação académica apoiada no rigor e realismo na análise económica, num ambiente de proximidade entre professor-aluno.
Os estudantes da Licenciatura, lecionada em português, podem ainda encontrar uma especialização em Capital Markets and Securities Operations, numa parceria com o BNP Paribas e um Plano de Estudos suportado por disciplinas fundamentais para qualquer profissional da área.
No caso dos estudantes de Mestrado, estes têm à sua disposição um programa de Duplo Grau em parceria com a University of Warsaw (Polónia) e com a Southwestern University of Finance and Economics (China), o que lhes permitirá concluir o curso com um diploma acreditado por uma destas instituições (a par com o Iscte – Instituto Universitário de Lisboa). O Mestrado é lecionado em inglês, pelo que os estudantes devem ter conhecimentos proficientes da língua.
Podes ainda encontrar neste link a entrevista que realizámos em 2020 a dois estudantes do Mestrado em Economia.
Posso tirar uma Licenciatura em Economia e posteriormente um Mestrado em Gestão de Empresas?
Sim, podes. Na verdade, muitos dos estudantes optam por esse caminho, como forma de enriquecerem ainda mais a sua formação académica e possuírem conhecimentos amplos das duas áreas.
O que preciso de saber sobre a Licenciatura em Gestão e o Mestrado em Gestão de Empresas no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa?
A Licenciatura em Gestão tem uma tradição de mais de 40 anos no Iscte, permitindo aos seus estudantes frequentarem uma especialização em Capital Markets and Securities Operations, em parceria com o BNP Paribas. A Licenciatura em Gestão, lecionada em português e inglês permite ainda um Duplo Grau em parceria com a KEDGE Business School (França) e a Pforzheim University (Alemanha).
Em relação ao Mestrado em Gestão de Empresas, lecionado em português e inglês, salientamos que este se destina exclusivamente a estudantes que possuam uma Licenciatura em áreas não relacionadas com Gestão, pelo que se fizeres a tua Licenciatura nesta área, não poderás frequentar este Mestrado.
À semelhança do Mestrado em Economia, também o Mestrado em Gestão de Empresas oferece aos seus alunos a possibilidade de realizarem um Duplo Grau, nas seguintes instituições parceiras: KEDGE Business School (França), Universitas Gadjah Mada (Indonédia), Southwestern University of Finance and Economics (China), Florida International University (EUA) e Tongji School of Economics and Management (China).
Quais as provas de ingresso necessárias para me candidatar à Licenciatura em Economia e à Licenciatura em Gestão?
Os dois cursos aceitam as mesmas provas de ingresso/ conjuntos:
- Matemática A (19) ou
- Economia (04) + Matemática A (19) ou
- Geografia (09) + Matemática A (19).
Já tenho uma Licenciatura. O que preciso de fazer para me candidatar ao Mestrado em Economia e/ ou ao Mestrado em Gestão de Empresas?
Até dia 23 de maio podes realizar a tua candidatura a estes Mestrados. Para mais informações sobre documentos e requisitos para o Mestrado em Economia, consulta esta página.
Se, por outro lado, procuras informação sobre os documentos e requisitos necessários para efetuares com sucesso a tua candidatura ao Mestrado em Gestão de Empresas, recomendamos a leitura dos mesmos aqui.
Para finalizar, se ainda tens dúvidas sobre se deves seguir alguma destas áreas no ISCTE, a Ana deixa-te um lembrete:
“Se tivesse de escolher apenas um aspeto a destacar do ISCTE seria o espírito que se vive no campus: quer entre colegas – onde a entreajuda é uma constante –, quer entre alunos e professores – existe uma grande proximidade entre ambos, estando os professores sempre disponíveis para nos receber e ajudar, o que depois se reflete no nosso sucesso escolar e profissional. [E]xistem muitas outras razões para escolher estudar no ISCTE: desde o seu crescente reconhecimento a nível internacional, passando pela pluralidade de áreas de conhecimento com que irão ter a oportunidade de se cruzar no vosso dia-a-dia e, não menos importante, porque temos uma série de grupos onde podes desenvolver atividades extracurriculares, como por exemplo a associação de estudantes e os núcleos de estudantes de cada curso (de certeza que já ouviste falar das nossas festas e sunsets!). Mas… ainda há mais! Sabias que o ISCTE foi a primeira universidade portuguesa com certificação ambiental?! Tendo em conta a grave crise climática que atravessamos neste momento, é de louvar o reconhecimento internacional atribuído ao ISCTE pelas práticas ambientais que promove.”
(Ana Tostão, Mestranda em Economia)
Desejamos-te a maior das sortes na perseguição e conquista dos teus sonhos. Vai em frente!
Artigo elaborado em parceria com a Iscte Business School.