Com a Festa das Latas aí à porta é também altura de os recém estudantes do ensino superior escolherem padrinhos e madrinhas. Alguns fazem uma escolha precipitada, outros pensam demasiado no assunto… Tenho-me apercebido, no entanto, independentemente do modo como essa escolha é feita, que são muitos os que não atribuem o verdadeiro significado a esta tradição… Com este artigo, dirijo-me principalmente aos caloiros e sinto esta necessidade de partilhar a minha opinião.
A escolha do padrinho de faculdade e a consequente integração numa família de praxe devem ser levadas a sério. Não em demasia, dado que tal não vai influenciar todo o nosso percurso académico, mas arrisco-me a dizer que é uma das principais decisões que qualquer estudante recém chegado à universidade enfrenta! Pelo menos foi assim para mim e, talvez por isso, veja este tema de forma tão peculiar e tenha até alguma dificuldade em não ser demasiado pessoal na apreciação que faço da situação.
Quando se chega à faculdade, é normal que não se compreenda o porquê de os doutores ligarem tanto a esta questão, mas, com o tempo, ganhamos uma ligação à tradição e aos costumes da instituição que frequentamos e ficamos a nutrir um amor enorme pela cor que, simultaneamente, nos representa e representamos. No meu caso é o roxo e acreditem que, até entrar na FFUC, pouca importância lhe atribuía. Agora diz-me tanto!
E é precisamente por ser um daqueles ávidos defensores das tradições que a minha universidade representa que acho que a escolha dos padrinhos de curso deve ser muito bem pensada. Deves convidar a pessoa com quem te identificaste mais, e não escolhê-la em função dos bons apontamentos que pode ter, da média que apresenta ou como consequência da pressão que o pouco tempo que temos para fazer esta escolha pode criar.
Mais do que um amigo, o padrinho de faculdade deve ser um exemplo e um apoio para o percurso que agora começa. Se a escolha que fizeres for acertada, acredita que já conquistaste um excelente pilar para a tua vida académica e vais poder contar sempre com essa pessoa.
Para nós, doutores, a questão do apadrinhamento tem muito que se lhe diga. Acima de tudo, trata-se de uma responsabilidade e todos nós gostamos de falar dos nossos afilhados com orgulho, como se de um bom aprendiz se tratasse. Quando o meu percurso académico chegar ao fim, quero poder olhar para trás com orgulho nos ensinamentos que passei aos meus afilhados e, acima de tudo, sentir que fiz um bom trabalho e que eles o reconhecem.
Mas se, por acaso, a tua escolha correr mal, não faças disso um drama! É bem possível que encontres a figura do padrinho noutra pessoa e que percebas que, afinal, a decisão não foi a mais acertada. Como se costuma dizer, as amizades conquistam-se no dia a dia e também na faculdade é importante investires nas relações e reconheceres os bons amigos que crias. Acredito que as amizades que levamos da faculdade são para a vida…
Aliás, como se diz aqui em Coimbra (e que podes aplicar à cidade onde estás a estudar): “O que Coimbra uniu… ninguém separa.”.
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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