Estações de comboio desactivadas vão ser convertidas em residências de estudantes em Lisboa


O Governo e CP vão celebrar um protocolo em que várias estações e outras instalações desactivadas vão ser disponibilizadas para serem convertidas em residências de estudantes com capacidade “entre 300 a 500 camas”.“Um primeiro protocolo para um conjunto de instalações dos caminhos-de-ferro, na zona entre Lisboa e Sintra”, será assinado na quinta-feira, na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, anunciou o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, indicou esta quarta-feira em Bragança, à margem de uma conferência no Instituto Politécnico.

A parceria insere-se no Plano Nacional de Alojamento para estudantes, lançado pelo Governo, que visa aproveitar e reconverter edifícios do Estado desocupados em residências de estudantes, com o propósito de criar mais 12 mil camas numa década. O protocolo que será celebrado com a CP, na presença dos ministros do Ensino Superior, Infraestruturas e vários reitores, visa aproveitar as estações desactivadas para aumentar a oferta na zona da Grande Lisboa, onde os custos do alojamento são “um grande problema”, como apontou o secretário de Estado do Ensino Superior, Sobrinho Teixeira.

O secretário de Estado, que acompanhou o ministro em Bragança e estará também presente na cerimónia com a CP, é o responsável pela pasta do alojamento e avançou que, no âmbito deste plano nacional, o primeiro edifício a entrar em obras deverá ser aquele que é considerado pelo Governo o mais emblemático deste processo, o antigo Ministério da Educação, na 5 de Outubro, em Lisboa. O projecto é para albergar 600 estudantes e o edifício já foi “entregue a um arquitecto”, disse. “Se tudo correr normalmente nós gostaríamos que a 5 de Outubro estivesse em obras antes do início do próximo ano lectivo. Veremos a resposta que vai haver do sector privado da construção civil para fazer a obra”, afirmou o secretário de Estado.

Ao abrigo deste plano, está prevista também a quase duplicação das pouco mais de 400 camas existentes actualmente em Bragança, mas desconhece-se ainda quando é que a execução terá início. O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Orlando Rodrigues, explicou esta quarta-feira, 29 de Janeiro, que a instituição fez o trabalho de identificação de vários edifícios em Bragança, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Chaves, cidades onde tem oferta formativa.

Ao todo serão mais 300 camas, mas o presidente do IPB não tem até ao momento “conhecimento de que haja previsão para arranque das obras”, que vão aumentar a oferta de alojamento aos cerca de nove mil alunos, um terço dos quais internacionais. O secretário de Estado explicou que, em relação a esta região, estão a ser feitos os estudos e pensa que “em menos de 15 dias” haverá resultados, seguindo-se “as componentes de licenciamento e de autorização da parte dos municípios”. “Estamos a prever que seja iniciado antes do final deste ano lectivo com um prazo de obra de cerca de um ano e três meses e que se possa disponibilizar ainda em 2021 para os estudantes”, declarou, indicando que o investimento necessário “ainda está em análise”.

Em Bragança estão em causa três moradias do Ministério da Agricultura, uma antiga residência de estudante na zona da Estacada e uma projectada escola de hotelaria que ficou em esqueleto há 30 anos no edifício da Associação Empresarial (NERBA). Macedo de Cavaleiros terá obras numa antiga residência de estudantes e Mirandela e Chaves em edifícios desocupados do Ministério da Agricultura.