Escolas por todo o país foram feitas de abril. Um excelente e imprescindível feito. Por vezes pergunto-me se estudaria se tal não fosse. Porém, as assimetrias persistem. O interior de Portugal encontra-se na falta e escassez, o que inclui a educação. Se ação política é necessária, na negligência, porquê a falta da ação pessoal? O interior parece ter falta de autoestima.
Estudo desde sempre no interior. Desde sempre escuto de professores e de toda a comunidade que na cidade é que a educação é de ponta. Muitos são os que julgam as simetrias com o litoral. Têm uma educação muito completa. Eles é que terão as skills do futuro (a robótica, a eloquência, a visão), pois o interior é já do passado. Eu repugno este discurso fatela. Eu não me resigno à visão fatalista, ainda que haja montes acima de nós, ainda que a cultura esteja longe. Havemos que nos esforçar mais, mas acredito que seja possível. Apontar a cidade com plenitude é irrealista.
Malta do litoral, vocês realmente são inatamente preparados para os exames? Fartam-se de me dizer que vocês são sempre os melhores. Que vocês têm o material todo desde a Escola Virtual à aula digital, os melhores professores. “Aqui no interior pouca é a preparação”.
A mesma resposta me vem sempre. Então porque é que vocês não nos ensinam mais? Porque não nos disponibilizam essas plataformas? Vários são os projetos e iniciativas gratuitas. Porque não há mais visitas de estudo?
Mas nem sempre dão o exemplo da grande Lisboa, chegam até à Noruega. Nem todos os professores são assim, claro, mas do resto da comunidade educativa ainda menos as exceções.
Seja como for, vou eu no fim do ano para a cidade. Não porque não acredite no potencial deste interior, mas porque não quero continuar a gritar para o nada. Por isso este texto escrevi.
Vou lá ver o que é isto da cidade que tanto falam!
Colabora!
Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
Gostavas de publicar um texto? Colabora connosco.