O que mais acontece hoje em dia é vermos ou lermos algo sobre um assunto e então generalizarmos isso para todos os casos relacionados. Pois aí é que está o engano!
Eu frequento o curso de Genética e Biotecnologia na UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) e li um desabafo de um caloiro de outro curso desta universidade que me deixou bastante revoltada, por uma simples razão: por haver pessoas sem cérebro que fazem coisas erradas e levam à má reputação da Praxe nesta mui nobre universidade. É claro que a culpa não é do novo aluno mas sim das pessoas que decidiram intimidá-lo e desrespeitá-lo, mas será que devemos julgar agora toda a gente de todos os cursos e acusá-los de serem maus praxadores por causa de uma minoria que não vale sequer a pena?
Eu entrei na UTAD este ano e decidi, por minha livre vontade, participar nas Praxes.
Ali estava eu no primeiro dia sem conhecer praticamente ninguém e quando saí da sala lá estavam os Doutores à nossa espera. Confesso que fiquei nervosa e até um pouco assustada no primeiro dia porque tudo aquilo era novidade para mim e eu não imaginava sequer o que mais poderia vir.
Conforme os dias iam passando eu cada vez mais percebia o que realmente significava a Praxe e confesso que aprendi muito mais do que algum dia pensei aprender. Foram-nos ensinados muitos valores importantes como a solidariedade, o espírito de equipa, o ajudar o próximo, a importância de cumprir horários, a responsabilidade, o carinho, tantos valores indispensáveis sem os quais não podemos viver! Construí laços e amizades que pretendo guardar para toda a vida e no que depender de mim, quando chegar a minha vez, irei sempre dar o meu melhor para honrar o meu curso e aqueles que me praxaram, porque eles merecem!
Posso dizer que tenho bastante orgulho dos doutores e doutoras que tenho, pois sempre nos respeitaram, brincaram connosco, riram, choraram, ajudaram-nos a estudar, preocuparam-se com toda a gente, nunca sequer deixaram ninguém ir sozinho para casa e certificavam-se de que tudo estava bem, apoiaram-nos sempre em tudo o que puderam e acolheram-nos. Eles não tinham essa obrigação, não tinham de abdicar do tempo e vida deles para estarem connosco mas eles assim o fizeram.
Estou mais do que agradecida por tudo o que vivi e já com saudades daqueles dias.
Eu sou feliz e a culpa é da Praxe!
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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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