Jovens portugueses são os que saem mais tarde de casa dos pais

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Portugal é o país da União Europeia (UE) em que os jovens saem mais tarde de casa dos pais. Um estudo do Eurostat, atualizado neste mês de agosto, revela que a idade média, mais elevada, dos jovens que abandonam o reduto parental, regista-se, precisamente, em Portugal: 33,6 anos.

Já no lado oposto, encontra-se a Suécia, país onde os jovens adquirem a sua independência bem mais cedo, deixando a casa de família, em média, aos 19 anos.

A autoridade estatística da UE fez as contas e concluiu que a idade média para a saída do domicílio parental nos 27 Estados-membros e na Sérvia (em lista de espera para adesão à UE), em 2021, era de 26,5 anos.

É, contudo, uma média que varia bastante entre os Estados-membros, como aliás se percebe pela diferença, por exemplo, entre Portugal e a Suécia.

Portugal (33,6), a Croácia (33,3), a Sérvia (31,4), a Eslováquia (30,9), a Grécia (30,7) e a Bulgária (30,3), registaram as idades médias mais elevadas no que diz respeito ao abandono da casa dos pais, com uma média acima dos 30 anos.

Em contrapartida, além da exceção para a Suécia, também na Dinamarca, na Finlândia ou até mesmo na Estónia, os jovens conseguiram cortar o “cordão umbilical”, em média, entre os 20 e os 23 anos.

Mulheres mais precoces que os homens

Em todos os países da UE, as jovens mulheres abandonaram a casa dos pais mais cedo do que os jovens do sexo masculino.

Ao nível da UE, as raparigas deixaram, em média, o seu agregado familiar parental aos 25,5 anos de idade, enquanto os rapazes o fizeram aos 27,4 anos de idade.

Em 11 países da UE (Croácia, Portugal, Eslováquia, Bulgária, Grécia, Eslovénia, Itália, Malta, Espanha, Roménia e Polónia), os homens abandonaram, em média, o seu domicílio parental após os 30 anos de idade.

Já as mulheres saíram da casa dos pais após esta idade em apenas dois países: Portugal e Croácia.

O Eurostat conclui que, em 2021, a disparidade entre homens e mulheres, na idade média de saída do domicílio parental, era de 1,9 anos a nível da UE, com as mais acentuadas a recaírem sobre a Roménia (4,7 anos), a Bulgária (3,5 anos) e a Croácia (3,1 anos).

Na Sérvia, a diferença é ainda maior e chega aos cinco anos. Do outro lado das estatísticas, estão a Irlanda, a Dinamarca e a Suécia, com uma média inferior a um ano.

Evolução condicionada pela Covid-19

Quanto à tendência a longo prazo na UE da idade média em que os jovens se deslocam do agregado familiar parental, concluiu-se que, nos homens, a idade média de saída passou de 28 anos, em 2006, para 27,1 anos, em 2019.

Depois, em 2020, a idade dos homens que deixaram a casa parental aumentou 0,3 anos, o maior aumento ano a ano desde 2006. Uma mudança relevante entre 2019 e 2020, desencadeada, muito possivelmente, pela pandemia de Covid-19, que pode ter levado os jovens a reconsiderar a mudança de residência e a permanecer um pouco mais tempo na casa dos pais. Entre 2020 e 2021, essa idade média manteve-se estável.

Já no que diz respeito às mulheres, a tendência a longo prazo, não revela tanta flutuação como para os homens: diminuiu apenas 0,3 anos, passando de 25,5 anos em 2006, para 25,2 anos em 2019. A idade média das mulheres que abandonam o agregado familiar parental registou o seu aumento anual mais elevado entre 2019 e 2020, de 0,3 anos, também muito provavelmente devido à pandemia, tendo depois permanecido estável entre 2020 e 2021.