O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) está a efetuar todos os preparativos para que, já em 2024, arranque projeto-piloto que vai testar a aplicação dos exames nacionais do secundário em formato digital.
Em entrevista à TSF, o presidente do IAVE, Luís Pereira dos Santos, recorda que houve testes neste sentido mas na provas finais de ciclo do 9.º ano, o que permitiu identificar “algumas fragilidades”.
“Já sabemos o que é que temos de afinar para, agora, em 2024, e de acordo com o cronograma, generalizarmos as provas de final de ciclo. Estamos ainda a analisar os dados com muito cuidado”, indica o responsável, que tem a certeza de que o calendário previsto vai ser cumprido. “Ou seja, vamos ter a generalização das provas finais do 9.º ano e, também, se tudo correr bem (…), vamos ter um piloto muito restrito dos exames nacionais do ensino secundário”.
Ainda assim, Luís Pereira dos Santos adianta há exames que poderão até nunca ser feitos em formato digital, como o de Geometria Descritiva. No entanto, nestes casos, a prova será digitalizada, com o processo da classificação a ser feito online, o que também traz “grandes vantagens”.
“O digital permite termos itens interativos, permite que os alunos tenham à sua frente itens que são simulações de situações reais, podemos ter suportes de vídeo, suportes áudio, tudo à disposição do aluno para responderem às tarefas e aos itens que o IAVE propõe. Podemos fazer esta mudança, esta melhoria, na elaboração das provas”, indica o responsável, elogiando as várias vantagens deste sistema que, assegura, “garante uma maior equidade entre os alunos”.
O ministro da Educação, João Costa, confirmou esta informação esta quinta-feira, no final do Conselho de Ministros, referindo que só falta definir em que disciplinas e adianta que os exames podem ser feitos sem recursos à Internet.
“As disciplinas específicas ainda serão objeto de decisão e de divulgação. Há uma experiência que resulta da primeira generalização que foi feita no ano passado sobre a qual nós queremos trabalhar e ter garantias de bom funcionamento. Já o ano passado as provas de aferição podiam ser feitas em duas modalidades, online ou offline, e nas escolas que optaram por fazer as provas em modalidade offline não houve qualquer problema”, disse João Costa.
Sobre os exames digitais, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, disse à Renascença que a mudança vai ser um desafio e, por isso, pede rapidez ao Governo para informar as escolas.