Falemos a sério sobre assuntos sérios: a Depressão e o Suicídio

Terminaste o 12º ano? Queres seguir para o ensino superior? Se sim, toma atenção, este texto é especialmente para ti! (e se não queres seguir o ensino superior, lê na mesma!) Nos últimos tempos temos sido confrontados com o desaparecimento de dois dos grandes nomes do Rock mundial: há 2 meses, Chris Cornell e recentemente foi a vez de Chester Bennington, o estrondoso vocalista dos Linkin Park. Sinto que todos da minha geração estão particularmente tocados com estas mortes por serem 2 vozes inesquecíveis do Rock que se perderam num curto espaço de tempo e por terem marcado tantos e bons momentos da adolescência de todos nós. No entanto, há aqui um aspeto que quero ressalvar: as causas da morte. Chris e Chester apesar de partilharem o mesmo gosto pela música partilhavam também uma boa amizade. E quis a vida que nas suas piores circunstâncias partilhassem também a causa das suas mortes: o Suicídio. E é sobre ele que hoje quero aqui falar e alertar para um longo caminho – o da prevenção, o da deteção de sinais e o tratamento, para que outras mortes não sejam notícia. Não vos vou falar da famosa série que já foi alvo de atenção aqui há tempos nem do fenómeno “Baleia Azul”. Vou-vos falar do estigma, do Tabu, do desconhecimento que leva à despreocupação, do isolamento, do que podemos fazer para estar alerta e para evitar casos como este.



Sabe-se que a depressão a par da ansiedade é das doenças mentais que mais prevalece em todo o mundo. Que causam imenso sofrimento, sofrimento esse que não podemos negar nem desvalorizar. Não interessa o estrato social, o estatuto socioeconómico, o sexo, o número de filhos, a orientação sexual, todos podemos vir a sofrer de depressão. Ninguém está deprimido porque quer, ninguém passa o dia sem conseguir levantar-se da cama porque quer. Não há como evitar dizê-lo: ainda há, hoje, em pleno século XXI um enorme estigma a combater quando falamos de doença mental. Muitos ainda acham que estar deprimido é um capricho, não querer ir trabalhar, ser preguiçoso e cobarde, não querer fazer nada. Muitos ainda acham que a tristeza e o cansaço são uma desculpa. De certo são muitos os que hoje ainda não tem coragem de olhar este problema de frente. A mensagem que vos quero deixar é que a depressão assim como outras doenças mentais podem deixar marcas muito profundas e muito sofrimento e no pior dos cenários a falta de sentido, de caminho a seguir, de alternativas, pode ser tal que leva ao suicídio. O Suicídio tem de deixar de ser tabu. As pessoas, o governo, o mundo em geral tem de acordar para este problema e combatê-lo de frente. Todos reconhecem o sofrimento que acarreta um cancro e a quimioterapia. Porque não reconhecem o mesmo em caso de doença mental? Porque não se incentiva a psicoterapia (e em casos mais severos e urgentes acompanhada de medicação?) Porque se acha que a depressão é refresco? Vamos deixar de abandonar a depressão, isolada e esquecida naqueles que dela padecem e vamos estar atentos aos “não me apetece sair de casa”, à raiva excessiva e frequente sem razão aparente, ao cansaço desmedido, aos dias passados na cama, a ver televisão e a comer pipocas. Chega. Eu digo: chega. Para que mais notícias destas não se repitam nos nossos feed’s, nos telejornais, nos nossos instagram’s.

E se tu, como eu, queres ter um papel ativo em combater a depressão, tentativas de suicídio, parassuicídio e ideações suicidas (muitas vezes acompanhadas do consumo de drogas) neste ano de 2017, coloca a psicologia na tua 1ª opção! Boa sorte!

Colabora!

Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.

Gostavas de publicar um texto? Colabora connosco.