No meu curso antigo andei na praxe e gostei do que lá fiz até ao início da pandemia. Nunca me senti humilhado.
Acho que , como caloiro, se não forem abusivas , as praxes são uma forma muito eficaz de ficar a conhecer colegas e fazer amigos quando se cai de paraquedas e não se conhece ninguém. A minha praxe consistiu em jogos idiotas. Eu dava -me com as pessoas que me praxavam, quando se metiam comigo durante a praxe não havia maldade e era sempre em brincadeira. Nunca fui insultado, nem me agrediram, nem fiz nada que não quisesse ter feito.
Em caloiro foi engraçado e recomendo que a malta experimente uma vez e depois decida se os seus valores encaixam naquilo. Eu levei aquilo algo na desportiva e fiz boas memórias. Acho que a praxe, levada com esta atitude é muito positiva. Aquela cena dos valores que tentam incutir e união e bla bla bla é meio chachada, mas compreendo que aquilo tenha de ter uma identidade e criar o sentimento de pertença que apela ao ser humano.
A mim não me fez sentido continuar a ir à praxe quando foi a minha vez de praxar. Na altura já estava meio "checked out" do curso, mas ,acima de tudo, achava que aí sim era uma bela perda de tempo.
Este ano vou um bocado indiferente em relação à praxe na fmul. Neste momento, já não sei se tenho tanta paciência para isso, mesmo que, pelo que apurei, seja soft. Mas mesmo assim lá hei de ir experimentar pelo menos uma vez e conhecer quem lá anda. Se achar que merece a pena, lá estarei batido de novo.
Mas também não apoio que vão à praxe ser vítimas de bullying ou cenas assim. Este tema é algo polarizante : malta muito anti-praxe que nem sequer considera que haja malta que goste de participar em praxes ,mesmo as que são soft, e depois os maluquinhos pró-praxe que se for preciso até chumbam mais um ano para poderem praxar caloiros mais uma vez.
Eu sou pró-praxe bacana e anti-praxe abusiva

( na verdade não quero realmente saber )
O meu pensamento foi sempre se o que a praxe me pode dar (amigos, memórias, experiências novas, etc) compensa o que me tira (tempo e possibilidade de estar a fazer outra coisa que goste mais). É como tudo na vida, no fundo.