Como estudar para Português

   
Matrícula
6 Julho 2018
Mensagens
19
Curso
Engenharia do Ambiente
Instituição
FCT Nova
Bom dia. Gostava de saber, isto para quem já fez o exame de Português e teve boa nota, qual consideram o melhor método de estudo. No meu caso, não acho a disciplina difícil, mas parece ser muito trabalhosa. Como estudo? O que estudo? O que não estudo? Quais são as matérias mais prioritárias, e qual é o melhor método para aprendê-las? Por onde começar? Qualquer dica ajudaria, obrigada!
 
Bom dia. Gostava de saber, isto para quem já fez o exame de Português e teve boa nota, qual consideram o melhor método de estudo. No meu caso, não acho a disciplina difícil, mas parece ser muito trabalhosa. Como estudo? O que estudo? O que não estudo? Quais são as matérias mais prioritárias, e qual é o melhor método para aprendê-las? Por onde começar? Qualquer dica ajudaria, obrigada!
Olá, Margarida!

Acho que isto é uma questão muito subjectiva e deves ser tu a procurar o método que resulta melhor contigo e isso é uma coisa que às vezes é intuitiva, outras vezes andamos num método mais de tentativa e erro até percebermos o que achamos que está a resultar melhor com o nosso estudo. De uma maneira geral, eu não considerei que Português fosse uma disciplina muito "trabalhosa" no estudo (mas isto também é provável que seja a minha perspectiva face a outras disciplinas que tive, que exigiam um estudo diferente do que fazia para Português). Diria que o melhor método é conheceres as obras do programa e muitas vezes para as conhecermos bem é preciso ler, mais que não seja as partes mais importantes e ter a capacidade de a partir daí saber interpretar o texto, reparar nos recursos expressivos, reparar no estilo de um determinado autor ou de uma determinada corrente literária (às vezes ajuda muito saber características gerais do Romantismo, do Simbolismo, do Modernismo e tentar encaixar os autores nessas correntes). Portanto, a nível da interpretação de textos, a sensibilidade é treinada com alguma leitura e capacidade de relacionar assuntos com o contexto em que foram escritas (e saber estas coisinhas costuma dar jeito para caso exista uma parte C).

De resto, é estudar gramática (que não é muito difícil, mas exige que faças algum treino, até absorveres as "regras"; uma vez aprendidas, torna-se muito intuitivo perceber as questões, que costumam todas focar-se bastante na classificação de orações, funções sintáticas, deíticos...). Quanto ao Grupo III, que normalmente é um texto mais desenvolvido, convém teres uma boa noção do que é que cada tipo de texto pede (perceber as diferenças entre um texto argumentativo, um texto expositivo, um texto de opinião, etc e isto também serve para as perguntas do grupo de interpretação do texto: repara sempre no verbo que a pergunta pede "Enuncie" "Explicite" "Explique", ... tens um exemplo aqui: http://centrorecursos.movimentoesco..._essenicalizacao_informacao_II_arodrigues.pdf). Eu diria que o treino de uma boa estrutura de resposta, quer na composição, quer nas perguntas do primeiro grupo é um bom método para conseguir uma classificação boa na disciplina.

Quanto ao que deves estudar e não estudar, recomendo que sigas o documento das informações-prova, consultes as aprendizagens essenciais da disciplina que lá estão assinaladas e uses isso como se fosse um guia para o que deves estudar. Não é um estudo que vá exigir que andes a decorar intensivamente a matéria, normalmente, não corre muito bem, mas teres esse guia e ires atentando no que eles dão mais prioridade e no que dizem que pode sair em exame é uma forma de ficares familiarizada com o tipo de temas que podem sair. Destaco que normalmente, os textos de Português não exigem que saibas muita coisa sobre eles de cor, são textos que consegues interpretar no momento do exame e por isso é que deves treinar a capacidade de interpretação e deves estar familiarizada com as características mais gerais e com o que trata cada obra, porque provavelmente lembras-te disso na hora do exame e mais facilmente integras as coisas na resposta do que pensares que tens de saber "isto, isto e aquilo" de cor para a resposta, não sei se me faço entender. Tens esse documento de que te falei aqui: https://iave.pt/wp-content/uploads/2021/01/IP-EX-Port639_2021.pdf
 
O meu ver, não deve cair no erro de declarar alguma matéria "não importante" (e isto acontece muito na gramática). O mesmo se pode dizer relativamente a autores com menos "prestígio" que constam no programa.

Falo assim porquê? Ao nível de gramática, ao aprender e interiorizar bem os diversos aspetos da mesma, vai acabar por construir respostas curtas ou longas com uma estrutura muito mais sólida. Sabendo bem gramática vai melhorar a pontuação dos seus textos, evitar erros de estilo e muito mais! Relativamente aos autores, há sempre a possibilidade de sair o autor ou conjunto de autores que não estudou numa pergunta sem texto de apoio, por isso não sacrifique essa vertente.

Outra coisa, se lhe for possível, leia as obras o mais que conseguir. Pode ser chato para muitos, e julgarem que os resumos servem só por si. Até um certo ponto tem razão, uma pessoa com os resumos e boa capacidade de interpretação vai lá, mas há outros aspetos importantes na leitura das obras, aquisição de vocabulário novo e a interpretação que é treinada na hora ao ler a obra. Não se esqueça que a avaliação também passa por evitar vocabulário repetitivo, por isso o novo espólio que vai aprender ao ler as obras vai ajudar muito para não cair nesse fosso.
 
O meu ver, não deve cair no erro de declarar alguma matéria "não importante" (e isto acontece muito na gramática). O mesmo se pode dizer relativamente a autores com menos "prestígio" que constam no programa.

Falo assim porquê? Ao nível de gramática, ao aprender e interiorizar bem os diversos aspetos da mesma, vai acabar por construir respostas curtas ou longas com uma estrutura muito mais sólida. Sabendo bem gramática vai melhorar a pontuação dos seus textos, evitar erros de estilo e muito mais! Relativamente aos autores, há sempre a possibilidade de sair o autor ou conjunto de autores que não estudou numa pergunta sem texto de apoio, por isso não sacrifique essa vertente.

Outra coisa, se lhe for possível, leia as obras o mais que conseguir. Pode ser chato para muitos, e julgarem que os resumos servem só por si. Até um certo ponto tem razão, uma pessoa com os resumos e boa capacidade de interpretação vai lá, mas há outros aspetos importantes na leitura das obras, aquisição de vocabulário novo e a interpretação que é treinada na hora ao ler a obra. Não se esqueça que a avaliação também passa por evitar vocabulário repetitivo, por isso o novo espólio que vai aprender ao ler as obras vai ajudar muito para não cair nesse fosso.
Percebo o seu parecer, mas não acha que ao dizer que se deve ler tudo, inclusive os autores menos estudados, a maioria dos alunos mais preocupados vão levar esse comentário com demasiada seriedade e querer ler, "estudar" e dissecar textos, ao ponto de poder ter um efeito contraprodutivo? Ler nunca é demasiado, claro, mas quando estamos a falar especificamente de um exame nacional, não sei se é recomendável mandar estudar todos os poetas contemporâneos, por exemplo, só porque pode calhar um texto de qualquer um deles. Isso costuma levar os alunos a estudar intensivamente os poemas que podem ou não sair e a encarar o exame como algo que pode ser previsível. No fundo, retira a naturalidade e a sensibilidade com que muitas vezes esse tipo de textos são apresentados e pretendem ser interpretados, o que acredito que até era o efeito oposto daquilo que o seu comentário pretendia (isto é, que o exame fosse visto como algo que envolve necessariamente excluir conteúdos).
 
  • Like
Reactions: minnow and Porungda
Expressei-me incorretamente, queria referir ler até "se fartarem", por assim dizer, mas sempre mantendo a vontade própria. Não uma leitura integral de todas as obras nas aprendizagens, que obviamente, para muitos, seria enfadonho, e até poderia causar um certo cisma para a leitura "forçada". Queria sobretudo naquele ponto salientar a aquisição de vocabulário e algumas regras formais, mas se leem o Memorial e na página 15 já lhes apetece "arrancar os olhos", então claro, parem por aí e fiquem pelo resumo.