- Matrícula
- 27 Fevereiro 2016
- Mensagens
- 3,957
- Curso
- Direito
- Instituição
- FDUP
Ora bem.. li tudo o que estava anteriormente e gostava de tecer aqui algumas considerações (não querendo suscitar amarguras em ninguém, mas com todo o realismo possível).
Em primeiro lugar, nenhum curso superior é conhecido sido concluído, maioritariamente, por pessoas com notas altas. Elas são sempre uma minoria; e se se estiver atento, notar-se-á que grande parte dos alunos não aspira a concluir o curso com notas muito elevadas. Isto não torna, no entanto (de todo), ilegítimo desejar tê-las, e isso é possível. Mas é necessário que se seja sensato, e se deixe a ingenuidade de parte.
Seguidamente, aqui falamos do curso de Direito. A @Blasty e a @Ariana_ , não sendo alunas do curso, não estiveram longe de captar a sua realidade, e o que disseram está certo: é um curso teórico (que envolve milhares de livros gigantes e pesados e, portanto, imensa matéria) e que exige muito estudo diário; sendo que se pode chegar ao momento de avaliação e não se ter aquilo que se desejou (ou pelo menos, sentir que se ficou aquém do que se podia ter ido.
Ora, isto é algo que os caloiros sentem de forma muito mais intensa. Muitos vêem com notas muito boas do secundário, e não se acostumaram à nova escala em que 18s são muito raros, 20s e 19s não existem e (em algumas cadeiras) um 13 é já uma grande conquista. Está adaptação não é fácil, mas é necessária; de modo a que as expectativas (todas elas) estejam assentes na base daquilo que é possível fazer.
Quem anda há uma década nisto, como a maioria de nós aqui no Uni, já sabe que há uma espécie de “leis de Newton” que se aplicam a todos os estudantes. Uma delas é “quanto mais trabalho, mais hipótese de sucesso”. Destarte, mesmo que as notas na faculdade sejam mais baixas, nada impede alguém de se vir a destacar; se fizer o que implica esse destaque. No entanto, um aluno destacado na faculdade não é, em termos de notas, o mesmo que um aluno destacado no secundário. Regressando à licenciatura em Direito, diria que um aluno que se licencie com 14 revela uma boa performance académica. Não é um aluno mediano, nem suficiente.. é um bom aluno!
“Ah, mas eu sei que há quem tire muito mais que isso..”. Muito bem, é verdade. Mas esses são, em todos os casos, alunos excecionais. Em cada dez alunos (ou anda mais), não se vai encontrar um que tenha resultados desses; e que se podem dever a uma grande multiplicidade de fatores. “Mas se há, não posso eu ser como eles?” Logo se vê. Porque esse casos são tão excecionais, que não dá para prever se se chegará lá. Isso depende de muitos fatores.
É isto leva-me a outro ponto, de que vos queria aqui falar (e pegando, também, em algo que atrás se discutia): não é que não nos devamos indignar com a injustiça (porque devemos), mas a faculdade não é o sítio mais justo do Mundo. Sim, há professores/as bons, e maus. E há, por vezes, notas que nos custam muito a engolir. O impacto negativo da injustiça pode puxar para baixo a nossa média final; podendo gorar os objetivos de quem ambicionasse a uma média mais extravagante. Há professores que não dão mais do que eles mesmos receberam; outros há, como há pouco se viu, que não dão acima de x. Mas isso não tem nada que frustrar ninguém, porque em nada impede que se tenha mérito na mesma.
Imaginemos, pois, um professor que só dá até 14. Um aluno que tenha esses 14, ou mesmo 13, é um aluno brutalmente meritório nessa cadeira
Tem mesmo que se sair da escala do secundário, em que dá para chegar ao 20, e se tem o 20 como referência. Na faculdade de Direito, nunca há 20, e os 19 só aparecem de década a década (e são, quase sempre, caso isolado enquanto nota final de cadeira).
Sintetizando, não é impossível tirar notas brilhantes. Mas é muito difícil, e a hipótese de fracasso de objetivo é maior, sim. Notas dessas (17 e 18) implicam perder tempo de férias (normalmente, só se conseguem em melhoria), é muito estudo quotidiano durante o ano; assim como ir além do que é obrigatório e ter soft skills como sentido crítico, capacidade de relacionamento, etc. Não basta chapar o que está no manual. Colocar a fasquia alta também faz com que haja mais risco. Alguém que queira fazer isso tem que gerir muito bem as suas expectativas, porque a hipótese de falhar é grande.
Por fim, o que é que eu recomendaria a um caloiro? Opá, aproveitem. É uma fase tão boa, cheia de coisas novas e interessantes. Conheçam pessoas, criem amizades, ajudem-se uns aos outros... Não se andem a matar logo a estudar tendo em vista notas astronómicas (porque a vida é muito mais que isso). Dediquem-se, façam o vosso primeiro semestre e vejam os resultados.. e depois moldem os vossos objetivos em torno deles. E lembrem-se: um 12 como primeira nota não é nada mau. Se chumbarem, não há problema nenhum. Ninguém é inferior ou menos inteligente por isso. Se tiverem notas mais altas, que bom!
Agora, não se esgotem, não renunciem a tudo mais por notas.. livrem-se de tocar em livros de Direito nos verões. É lembrem-se que quem vos empregar também sabe que vocês também são mais que um mero número final de curso..
Em primeiro lugar, nenhum curso superior é conhecido sido concluído, maioritariamente, por pessoas com notas altas. Elas são sempre uma minoria; e se se estiver atento, notar-se-á que grande parte dos alunos não aspira a concluir o curso com notas muito elevadas. Isto não torna, no entanto (de todo), ilegítimo desejar tê-las, e isso é possível. Mas é necessário que se seja sensato, e se deixe a ingenuidade de parte.
Seguidamente, aqui falamos do curso de Direito. A @Blasty e a @Ariana_ , não sendo alunas do curso, não estiveram longe de captar a sua realidade, e o que disseram está certo: é um curso teórico (que envolve milhares de livros gigantes e pesados e, portanto, imensa matéria) e que exige muito estudo diário; sendo que se pode chegar ao momento de avaliação e não se ter aquilo que se desejou (ou pelo menos, sentir que se ficou aquém do que se podia ter ido.
Ora, isto é algo que os caloiros sentem de forma muito mais intensa. Muitos vêem com notas muito boas do secundário, e não se acostumaram à nova escala em que 18s são muito raros, 20s e 19s não existem e (em algumas cadeiras) um 13 é já uma grande conquista. Está adaptação não é fácil, mas é necessária; de modo a que as expectativas (todas elas) estejam assentes na base daquilo que é possível fazer.
Quem anda há uma década nisto, como a maioria de nós aqui no Uni, já sabe que há uma espécie de “leis de Newton” que se aplicam a todos os estudantes. Uma delas é “quanto mais trabalho, mais hipótese de sucesso”. Destarte, mesmo que as notas na faculdade sejam mais baixas, nada impede alguém de se vir a destacar; se fizer o que implica esse destaque. No entanto, um aluno destacado na faculdade não é, em termos de notas, o mesmo que um aluno destacado no secundário. Regressando à licenciatura em Direito, diria que um aluno que se licencie com 14 revela uma boa performance académica. Não é um aluno mediano, nem suficiente.. é um bom aluno!
“Ah, mas eu sei que há quem tire muito mais que isso..”. Muito bem, é verdade. Mas esses são, em todos os casos, alunos excecionais. Em cada dez alunos (ou anda mais), não se vai encontrar um que tenha resultados desses; e que se podem dever a uma grande multiplicidade de fatores. “Mas se há, não posso eu ser como eles?” Logo se vê. Porque esse casos são tão excecionais, que não dá para prever se se chegará lá. Isso depende de muitos fatores.
É isto leva-me a outro ponto, de que vos queria aqui falar (e pegando, também, em algo que atrás se discutia): não é que não nos devamos indignar com a injustiça (porque devemos), mas a faculdade não é o sítio mais justo do Mundo. Sim, há professores/as bons, e maus. E há, por vezes, notas que nos custam muito a engolir. O impacto negativo da injustiça pode puxar para baixo a nossa média final; podendo gorar os objetivos de quem ambicionasse a uma média mais extravagante. Há professores que não dão mais do que eles mesmos receberam; outros há, como há pouco se viu, que não dão acima de x. Mas isso não tem nada que frustrar ninguém, porque em nada impede que se tenha mérito na mesma.
Imaginemos, pois, um professor que só dá até 14. Um aluno que tenha esses 14, ou mesmo 13, é um aluno brutalmente meritório nessa cadeira

Sintetizando, não é impossível tirar notas brilhantes. Mas é muito difícil, e a hipótese de fracasso de objetivo é maior, sim. Notas dessas (17 e 18) implicam perder tempo de férias (normalmente, só se conseguem em melhoria), é muito estudo quotidiano durante o ano; assim como ir além do que é obrigatório e ter soft skills como sentido crítico, capacidade de relacionamento, etc. Não basta chapar o que está no manual. Colocar a fasquia alta também faz com que haja mais risco. Alguém que queira fazer isso tem que gerir muito bem as suas expectativas, porque a hipótese de falhar é grande.
Por fim, o que é que eu recomendaria a um caloiro? Opá, aproveitem. É uma fase tão boa, cheia de coisas novas e interessantes. Conheçam pessoas, criem amizades, ajudem-se uns aos outros... Não se andem a matar logo a estudar tendo em vista notas astronómicas (porque a vida é muito mais que isso). Dediquem-se, façam o vosso primeiro semestre e vejam os resultados.. e depois moldem os vossos objetivos em torno deles. E lembrem-se: um 12 como primeira nota não é nada mau. Se chumbarem, não há problema nenhum. Ninguém é inferior ou menos inteligente por isso. Se tiverem notas mais altas, que bom!
Agora, não se esgotem, não renunciem a tudo mais por notas.. livrem-se de tocar em livros de Direito nos verões. É lembrem-se que quem vos empregar também sabe que vocês também são mais que um mero número final de curso..