Olá,
@usernames must be unique! Aqui vão as minhas respostas:
Como é que foi a tua experiência durante a licenciatura? Qual ano consideraste mais difícil? Qual o ano que achaste mais “apaixonante”?
Posso dizer que de uma forma geral foi uma experiência muito positiva. O curso é, para mim, apaixonante e só tenho coisas boas a dizer sobre a Escola de Direito da Universidade do Minho que entretanto se tornou a minha segunda casa.
Sobre o curso o que costumo dizer é que é muito abrangente e por isso nunca se torna aborrecido. Para quem goste de muitas áreas: política, economia, filosofia, história, psicologia, sociologia, até linguas, oratória e argumentação é o curso perfeito.
Sobre a Instituição, tem uma abordagem muito moderna e prática (sem contudo, descurar o lado teórico que é dado por um corpo docente de muita qualidade). Os professores, na sua maioria, preocupam-se e estão completamente disponíveis para tirar as nossas dúvidas e responder às nossas questões. Cada professor tem um horário de atendimento para quem precisar de um acompanhamento mais personalizado.
O método de avaliação é muito flexivel, e é-te dada a opção de escolheres se queres fazer quatro testes parcelares (em cadeiras anuais), ou só um em cada semestre ou só um no final do ano. No fundo, podes construir o teu próprio calendário de avaliação.
O ano que considerei mais dificil foi sem dúvida o quarto, não só pela dificuldade e especificidade da matéria, como pelo desgaste mental e emocional que se está a acumular desde o primeiro ano.
Apaixonantes são todos, cada um à sua forma.
Durante o teu percurso académico, quais foram os pontos negativos? Quais foram as tuas principais dificuldades em termos de estudo?
O único ponto negativo relevante foi a falta de tempo para conciliar o estudo com a preparação para atividades extracurriculares como Moot Courts e Simulações. Mas até isso se fez! Uma das maiores capacidades que adquires com o curso é a capacidade de gestão de tempo e de perceberes que tarefas são absolutamente essenciais para alcançares o sucesso.
A minha principal dificuldade, que só senti neste último ano da licenciatura, foi manter-me sempre a par da matéria que ia sendo leccionada. Tal como referi a cima, não só pela quantidade de matéria, mas pelo desgaste que se faz sentir. Cheguei a achar que não ia terminar a licenciatura este ano, e isto vem de alguém que nunca deixou uma cadeira para trás. Foi uma questão de manter a cabeça fria, de me manter focada no meu objetivo e de ir fazendo teste a teste, exame a exame.
Porque é que escolheste Direito inicialmente?
Essencialmente porque me aborreço com muita facilidade, então não queria um curso demasiado específico.
No curso de Direito tens manhãs a discutir a relação entre o Direito Fiscal e variáveis económicas e tardes a discutir a relação entre o Direito da Família e a Psicologia.
Não existem dois ramos do Direito que requeiram exatamente a mesma visão, perspetiva ou abordagem.
Eu tenho interesses muito variados e o curso reflete precisamente essa multidisciplinaridade.
Há alguns mitos a desmitificar acerca do curso?
Há vários:
- "só quem estuda na X, Y ou Z tem boas hipóteses quando entrar para o mundo do trabalho."
Errado. A universidade dá aos seus alunos as ferramentas necessárias. O aluno faz com elas o que quiser.
Eu posso escolher licenciar-me na X com média de 10 a estudar por apontamentos de outras pessoas. Ou posso escolher licenciar-me na A e dedicar-me ao máximo, indo às aulas, lendo a bibliografia, participando em atividades que desenvolvam outras qualidades, colocando questões nas aulas, e efetivamente absorvendo conhecimento e aprendendo a pensar como um jurista.
- "Direito é só marrar."
Errado. Direito é saber pensar. É saber relacionar conhecimento.
Quem decora para chapar no teste, até se pode licenciar, mas não é um verdadeiro jurista. É apenas alguém que conhece a lei.
- "Direito só dá para a advocacia ou magistratura".
Errado. Direito dá para o que se possa querer. Com maior especialização ou menor, dá para tudo. Dá para ser advogado? Claro. Dá para ser jornalista? Também.
-"Em Direito é impossível ter boas notas."
Primeiro há que dizer que com dedicação e um verdadeiro envolvimento com o curso e as suas matérias, é possível ter boas notas.
Segundo, é preciso reprogramar o conceito de "boa nota". No Secundário, estará entre o 17-20. Na EDUM, a cima de 14 é considerado uma boa nota. Existem apenas duas cadeiras (Direito Fiscal I e Direito Fiscal II) em que o 14 é literalmente o 20.
Qual é o maior conselho que podes dar a alguém antes de entrar no curso de Direito?
Ou se vai para ser bom, ou não se vai. E atenção que com o "ser bom" não me refiro à média de todo.
Refiro-me a ir com uma mentalidade de entrega total à ciência do Direito.
Criar um Linkedin e adicionar profissionais da área: alunos da licenciatura/mestrados, professores, advogados, juízes, magistrados. Ver o que eles publicam. Ler acórdãos. Estar atento a novas leis. Ler artigos.
Ler o jornal e saber o que se passa no país e no mundo!
Ver filmes de qualidade, que façam pensar!
Ler sobre Direito e áreas conexas.
Participar em mais do que aquilo que é exigido: conferências, seminários, workshops, estágios de verão, moot courts, etc.
Estar atento nas aulas, responder às questões dos professores sem medo de errar, tirar dúvidas.
Viver o curso e não ficar preso no velho ciclo "ir às aulas, estudar, fazer testes. ir às aulas, estudar, fazer testes."
Qualquer dúvida que tenhas mais, ou qualquer outra pessoa, não hesites!