E quem decidiu não se matricular este ano?? Por N motivos??? Tipo ano sabático

marina c

Membro Dux
Apoiante Uniarea
Matrícula
19 Maio 2018
Mensagens
526
Curso
Enfermagem
Ola
Este tópico serve para contar as experiências de como se sentem agora que não têm de estudar este ano e como encaram esta experiência.

Estão arrependidos??
Acharam mais prudente??
Têm receio de perder " a pedalada"?
 
  • Like
Reactions: CarolMira

CarolMira

Membro
Matrícula
20 Maio 2020
Mensagens
78
Curso
Biologia
Instituição
ULisboa - FCUL
Olá! Ingressei este ano na faculdade, após um ano sabático. Foi sem dúvida a melhor decisão que tomei! Durante esse ano, fiz 2 meses de voluntariado internacional e um estágio remunerado de 8 meses numa câmara municipal, e mais uns quantos projectos de voluntariado de curta duração. Cresci muito nestas experiências, tanto a nível pessoal como profissional. Estive sempre a "trabalhar" na área que estou a seguir, o que só me deixou mais certa do curso que escolhi. Tornei me muito mais independente, confiante e responsável.
Não sinto que tenha perdido "a pedalada", pelo contrário até, desenvolvi capacidades de estudo autónomo que não possuia antes e isso será muito útil nos próximos 3 anos. Venho de um curso profissional e por isso nunca tinha realizado exames nacionais, e aproveitei a quarentena para desenvolver métodos e rotinas de estudo que até à data nunca tinha necessitado (estudei 2 anos de matéria em 3 meses, sem professores ou explicadores para me ajudar).

Aconselho a 100% a realização de um ano sabático. É importante não deixar de estudar e manter rotinas para uma fácil adaptação ao ensino superior, mas também é muitíssimo importante relaxar e aproveitar tudo o que surge durante esse período pois muitas dessas oportunidades não voltam a aparecer tão facilmente.
 

marina c

Membro Dux
Apoiante Uniarea
Matrícula
19 Maio 2018
Mensagens
526
Curso
Enfermagem
Olá! Ingressei este ano na faculdade, após um ano sabático. Foi sem dúvida a melhor decisão que tomei! Durante esse ano, fiz 2 meses de voluntariado internacional e um estágio remunerado de 8 meses numa câmara municipal, e mais uns quantos projectos de voluntariado de curta duração. Cresci muito nestas experiências, tanto a nível pessoal como profissional. Estive sempre a "trabalhar" na área que estou a seguir, o que só me deixou mais certa do curso que escolhi. Tornei me muito mais independente, confiante e responsável.
Não sinto que tenha perdido "a pedalada", pelo contrário até, desenvolvi capacidades de estudo autónomo que não possuia antes e isso será muito útil nos próximos 3 anos. Venho de um curso profissional e por isso nunca tinha realizado exames nacionais, e aproveitei a quarentena para desenvolver métodos e rotinas de estudo que até à data nunca tinha necessitado (estudei 2 anos de matéria em 3 meses, sem professores ou explicadores para me ajudar).

Aconselho a 100% a realização de um ano sabático. É importante não deixar de estudar e manter rotinas para uma fácil adaptação ao ensino superior, mas também é muitíssimo importante relaxar e aproveitar tudo o que surge durante esse período pois muitas dessas oportunidades não voltam a aparecer tão facilmente.
Muito gratificantes todos os projectos que desenvolveste ! Noto este ano que há muitos alunos que estão perdidos por não conseguirem entrar e podem ver no teu exemplo, não uma derrapagem, mas uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional. Eu tirei um ano sabático, apenas pelo ponto de vista de ser profissional de saúde numa urgência, pois para estar a levar-me ao limite este ano, não ia arriscar chegar à exaustão, para o ano continuo o curso.
Espero que este ano a maioria consiga entra no que quer e, se assim não fôr, que não cruzem os braços a lamentar-se , há "N" de oportunidades que podem agarrar Algumas até com fundos de apoio. Nada deve ser em vão. Obrigada pela tua partilha
 

Margarida Murta

Membro Veterano
Matrícula
29 Setembro 2020
Mensagens
122
Curso
Engenharia
Os Gap Year têm sempre imensas mais valias... Claro que por outro lado também depende um pouco da personalidade da pessoa e do que pretende. Há pessoas que gostam de fazer os anos escolares todos seguidos 😊 e outras que não lhes faz diferença fazer intervalos 😊 Mas a ideia de quem fez partilhar aqui é muito gira
 

marina c

Membro Dux
Apoiante Uniarea
Matrícula
19 Maio 2018
Mensagens
526
Curso
Enfermagem
Os Gap Year têm sempre imensas mais valias... Claro que por outro lado também depende um pouco da personalidade da pessoa e do que pretende. Há pessoas que gostam de fazer os anos escolares todos seguidos 😊 e outras que não lhes faz diferença fazer intervalos 😊 Mas a ideia de quem fez partilhar aqui é muito gira
obgda pelo apoio achei que era um tema importante para entre ajuda a quem se sente perdido se não conseguir entrar este ano
 
  • Like
Reactions: CarolMira

CarolMira

Membro
Matrícula
20 Maio 2020
Mensagens
78
Curso
Biologia
Instituição
ULisboa - FCUL
Muito gratificantes todos os projectos que desenvolveste ! Noto este ano que há muitos alunos que estão perdidos por não conseguirem entrar e podem ver no teu exemplo, não uma derrapagem, mas uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional. Eu tirei um ano sabático, apenas pelo ponto de vista de ser profissional de saúde numa urgência, pois para estar a levar-me ao limite este ano, não ia arriscar chegar à exaustão, para o ano continuo o curso.
Espero que este ano a maioria consiga entra no que quer e, se assim não fôr, que não cruzem os braços a lamentar-se , há "N" de oportunidades que podem agarrar Algumas até com fundos de apoio. Nada deve ser em vão. Obrigada pela tua partilha
Obrigada! 😊

Na minha opinião, muitas famílias e até professores ainda fazem muita pressão para que não se pare de estudar. Acho que é algo necessário mudar, pois vejo muitos jovens completamente exaustos e "perdidos " no ensino superior. Um ano sabático, para além de ser um ano de pausa deve ser um ano de reavaliação de escolhas e prioridades, bem como de crescimento pessoal. Atualmente existem várias oportunidades de voluntariado e estágios financiados a 100%, tornando-se uma experiência muito acessível.
Post automatically merged:

Acho muito importante a criação deste tópico, principalmente num ano em que muitos ficaram de fora do ensino superior. Desejo muita sorte aos que entraram e muita força a todos os outros, que por escolha vossa ou não, não tenham ingressado este ano!
 

marina c

Membro Dux
Apoiante Uniarea
Matrícula
19 Maio 2018
Mensagens
526
Curso
Enfermagem
Neste momento os estudantes a apoiarem-se uns aos outros é fundamental, inclusivé há alunos que entraram e não vão poder ingressar pois um ou ambos os pais perderam o emprego e não têm condições de financiar os estudos, outros porque estão em exaustão mental com a pandemia, outros porque apenas têm medo. Vamos interagir e dar uma força a todos. O nosso navio afinal é o mesmo!
 

yesnomaybeidk

Membro
Matrícula
12 Julho 2018
Mensagens
48
Olá, eu tenho uma história um pouco diferente, que posso partilhar.
O meu secundário foi um pouco atribulado, comecei a desenvolver algum transtorno mental a que alguns chamam depressão, que fez com que demorasse 5 anos a completar, sendo que acabei em 2010. Na altura, só queria uma saída daqui e, influenciado pelo meu pai que sempre me disse que me apoiava se eu quisesse ir estudar para o estrangeiro, decidi que devia ir para Inglaterra. Não interessava o curso, só queria sair daqui. Lá entrei numa universidade e, em Agosto, já prestes a tratar de marcar viagem, o meu pai decide que não me vai apoiar e acabo por não ir. Fiquei ainda mais em baixo e, pior, fiquei furioso. Na minha cabeça e imaturidade eu não queria estar em Portugal, como se estar noutro país fosse magicamente resolver tudo. Entrei na segunda fase numa outra cidade, fui para lá e aluguei um quarto mas, como disse, queria estar o mais longe possível. Estive um ano a passear os livros, nem isso pois não ia às aulas, raramente saía do meu quarto.
Entretanto os meus pais separaram-se e vim viver com a minha mãe. Foi um martírio, discussões constantes entre duas pessoas instáveis mentalmente (eu e a minha mãe). Matriculei-me noutra universidade, nos primeiros tempos até parecia ir bem, mas voltei-me a fechar em casa. Ano seguinte, universidade diferente, andei nisto 4 anos seguidos, sempre a mudar. Passados esses 4 anos decidi trabalhar para poder, pelo menos, alugar um quarto em Lisboa. Comecei a trabalhar naqueles trabalhos que alguém sem experiência faz, call-center, supermercado, etc. Não fez nada pela minha saúde mental, mas ao menos era uma rotina e tinha dinheiro ao fim do mês, não precisava de pedir nada a ninguém.
A situação com a minha mãe foi melhorando e voltei para casa dela, para ajudar nas contas. Isso ajudou, mas cada vez estava mais farto de alguns colegas e chefias até que, no início deste ano decidi não renovar o contrato. Chegou a pandemia e eu achei que não valia a pena estar a procurar trabalho mal pago, com pessoas que estão chateadas com a vida e descarregam nos colegas ou chefias que ainda criam ambiente pior, ainda mais com todo o stress que a pandemia causa. Candidatei-me e entrei num curso que me interessava, pode não ser o melhor em termos de emprego mas ao menos tenho sentido prazer em ir às aulas (mesmo com todas as condicionantes), daqui a 3 anos veremos como está o mercado de trabalho na área, os outros trabalhos estarão sempre lá.
Tudo isto para dizer que não há problema nenhum em não seguir o caminho como 'deve ser'. Se não entrarem este ano, entram no próximo. Se sentem que não estão a fazer algo que gostem, mudem. Eu preocupava-me muito em ir a uma entrevista e ter de explicar porque tinha tantos 'buracos' no currículo, agora simplesmente digo que tive de tratar de problemas pessoais, não me estão a fazer favor nenhum em contratar-me para trabalhar a receber pouco, com contratos precários, se não ficar na empresa a há a empresa b, c, d e por aí fora.
Desculpem o desabafo, só queria dar uma outra perspectiva, pode ser que alguém que esteja perdido sinta que não está sozinho na luta. Boa sorte a todos!
 

marina c

Membro Dux
Apoiante Uniarea
Matrícula
19 Maio 2018
Mensagens
526
Curso
Enfermagem
Olá, eu tenho uma história um pouco diferente, que posso partilhar.
O meu secundário foi um pouco atribulado, comecei a desenvolver algum transtorno mental a que alguns chamam depressão, que fez com que demorasse 5 anos a completar, sendo que acabei em 2010. Na altura, só queria uma saída daqui e, influenciado pelo meu pai que sempre me disse que me apoiava se eu quisesse ir estudar para o estrangeiro, decidi que devia ir para Inglaterra. Não interessava o curso, só queria sair daqui. Lá entrei numa universidade e, em Agosto, já prestes a tratar de marcar viagem, o meu pai decide que não me vai apoiar e acabo por não ir. Fiquei ainda mais em baixo e, pior, fiquei furioso. Na minha cabeça e imaturidade eu não queria estar em Portugal, como se estar noutro país fosse magicamente resolver tudo. Entrei na segunda fase numa outra cidade, fui para lá e aluguei um quarto mas, como disse, queria estar o mais longe possível. Estive um ano a passear os livros, nem isso pois não ia às aulas, raramente saía do meu quarto.
Entretanto os meus pais separaram-se e vim viver com a minha mãe. Foi um martírio, discussões constantes entre duas pessoas instáveis mentalmente (eu e a minha mãe). Matriculei-me noutra universidade, nos primeiros tempos até parecia ir bem, mas voltei-me a fechar em casa. Ano seguinte, universidade diferente, andei nisto 4 anos seguidos, sempre a mudar. Passados esses 4 anos decidi trabalhar para poder, pelo menos, alugar um quarto em Lisboa. Comecei a trabalhar naqueles trabalhos que alguém sem experiência faz, call-center, supermercado, etc. Não fez nada pela minha saúde mental, mas ao menos era uma rotina e tinha dinheiro ao fim do mês, não precisava de pedir nada a ninguém.
A situação com a minha mãe foi melhorando e voltei para casa dela, para ajudar nas contas. Isso ajudou, mas cada vez estava mais farto de alguns colegas e chefias até que, no início deste ano decidi não renovar o contrato. Chegou a pandemia e eu achei que não valia a pena estar a procurar trabalho mal pago, com pessoas que estão chateadas com a vida e descarregam nos colegas ou chefias que ainda criam ambiente pior, ainda mais com todo o stress que a pandemia causa. Candidatei-me e entrei num curso que me interessava, pode não ser o melhor em termos de emprego mas ao menos tenho sentido prazer em ir às aulas (mesmo com todas as condicionantes), daqui a 3 anos veremos como está o mercado de trabalho na área, os outros trabalhos estarão sempre lá.
Tudo isto para dizer que não há problema nenhum em não seguir o caminho como 'deve ser'. Se não entrarem este ano, entram no próximo. Se sentem que não estão a fazer algo que gostem, mudem. Eu preocupava-me muito em ir a uma entrevista e ter de explicar porque tinha tantos 'buracos' no currículo, agora simplesmente digo que tive de tratar de problemas pessoais, não me estão a fazer favor nenhum em contratar-me para trabalhar a receber pouco, com contratos precários, se não ficar na empresa a há a empresa b, c, d e por aí fora.
Desculpem o desabafo, só queria dar uma outra perspectiva, pode ser que alguém que esteja perdido sinta que não está sozinho na luta. Boa sorte a todos!
Grande Batalha e Parabéns pela Vitória! A tua coragem de deixares aqui o teu testemunho é de louvar! Há muitos telhados de vidro e às vezes o para é mesmo necessário! Ainda bem que te sentes feliz no curso que integraste! Vais ver que vai correr bem e que toda a experiência tem o seu valor e a sua importância na vida! Boa continuação!
 

ines13r

Membro Caloiro
Matrícula
18 Outubro 2020
Mensagens
1
Para quem está este ano em ano sabático, só posso desejar muita força e uma onda enorme de motivação! Eu nunca o fiz mas sei que há muitos alunos cansados da pressão e desta situação que torna tudo mais desagradável. Mas o gap year serve também para se organizarem, conhecerem-se melhor e aprenderem a ver oportunidades nos desafios que nos surgem! Por isso, força!
academiadaines.pt
 
  • Like
Reactions: CarolMira