Evolução do número de Candidatos 2021/2022

 
Ahhhh, de facto nem estava a considerar essa hipótese. Mas agora que penso nisso, conheço muita gente que canonizava o Santo Covid facilmente graças aos seus milagres e eles, de facto, vão para a faculdade. Enquanto que se todos tivessem sido obrigados a fazer exame de portugues e matemática, não sei. Sem falar que os professores não seriam tão benevolentes. Faz sentido e acho que essa deve ser realmente a fonte primária de candidatos extra.
Também tens outros factores, nomeadamente a diminuição progressiva do valor das propinas. Menos alunos a ficarem retidos, diminuição do valor das propinas e toda uma conjuntura que propicia as pessoas a que não adiem os estudos.
 
Também tens outros factores, nomeadamente a diminuição progressiva do valor das propinas. Menos alunos a ficarem retidos, diminuição do valor das propinas e toda uma conjuntura que propicia as pessoas a que não adiem os estudos.

Sim, faz sentido. É injusto atribuir esta mudança a um único e simples fator. Simplificar em demasia leva a ignorância. Obrigado pelas respostas.
 
Quais são os fatores que levaram a que 2020 e 2021 tenham, ambos, um nível de candidaturas superior aos anos anteriores? Apenas as médias? E será que as pessoas que não entraram em 2020 e tentam agora estão a ter grande impacto nisso?
Já falei disso algures, mas acho que 2020 e 2021 terão motivos diferentes, mas relacionados.

Quanto a 2020, apontaria 3 grandes motivos:
1) O primeiro, no que toca aos alunos de cursos científico-humanísticos:
O facto de as pessoas não ficarem retidas por causa dos exames, diria eu
Mas explicando isto melhor, tivemos alunos que não fazem exames a contar para as notas internas. Logo tens toda a margem de aluno com 10/11, que em anos normais iria a exame e sairia de lá com a disciplina chumbada, sem poder concorrer ao superior. Neste ano ter 10 como nota interna é garantia de disciplina feita.

2) A anormal distribuição das notas dos exames de 2020. Se olhares para os gráficos de distribuição das notas, e comparares com anos normais, verás que a típica distribuição de notas deslocou-se muito para a direita. O que na prática implicou que tiveste muito menos negativas nos exames do que seria de esperar -> Logo mais alunos com exames positivos válidos que podiam usar como prova de ingresso. Ou seja, muitos alunos que em anos "normais" não seria candidatos porque não iriam atingir os mínimos, em 2020 conseguiram não só passar, como ter notas até porreiras. Basta olhares para a curva das notas de Matemática A do exame de 2020 vs 2019 para perceberes o que quero dizer.

3) O terceiro, que costuma ser um grupo ignorado, mas são os alunos de cursos profissionais, artísticos, tecnológicos, recorrente, vocacionais, entre outros. Em anos normais este alunos seriam obrigados a fazer 2, 3 ou 4 exames nacionais obrigatórios para poderem concorrer ao ensino superior, independentemente das provas de ingresso pedidas pelos cursos. Os programas destes alunos não são os mesmos que os cursos científico-humanísticos pelo que a taxa de sucesso costuma ser muito baixa. Só para terem uma ideia só ~15% dos alunos do profissional iam para o superior no pré-pandemia, quando comparado com ~85% dos alunos dos científico-humanísticos. Ao terem apenas de fazer apenas os exames pedidos como prova de ingresso a entrada passou a ser mais acessível para milhares de outros alunos.

Acho que em 2021 vais ter 3 fatores misturados:

1) O mesmo de 2020, menos pessoas retidas por causa dos exames, este fator tem o mesmo efeito que em 2020.

2) O mesmo potencial efeito vindo dos alunos dos cursos profissionais, artísticos, tecnológicos, recorrente, vocacionais, entre outros.

3) Maior número de alunos recandidatos do que em anos habituais. Não nos podemos esquecer que no ano passado existiram quase 63 mil candidatos, mais 11 mil candidatos que em 2019, e mais 12 mil que as vagas iniciais que o governo tinha previsto. Mesmo com o ajuste de mais ~5 mil vagas, a candidatura fechou com mais 7 mil pessoas do que as vagas disponíveis, logo pelo menos 7 mil iriam ficar de fora. Para colocar em perspectiva, em 2019 a candidatura fechou com ~51.200 candidatos para ~50.900 vagas, ou seja, houve ali uma diferença de apenas +400 candidatos que vagas. Nas colocações de 2020 acabaram colocados ~51 mil alunos, pelo que ~12 mil alunos ficaram sem vagas. Isto além dos que não ficaram colocados onde não queriam. Para comparação, em 2019 ficaram colocados ~44,5 mil, logo ficaram sem colocação ~7 mil alunos. Claro que muitos destes alunos foram à segundas fases e/ou para privadas, mas o número de alunos que ficou de fora, e/ou não ficou onde queria, e irá voltar a concorrer este ano, será provavelmente o maior dos últimos anos. E é este fator que deve estar a compensar o fator 2) de 2020, levando a que o número de candidatos esteja a ser muito similar.
 
Já falei disso algures, mas acho que 2020 e 2021 terão motivos diferentes, mas relacionados.

Quanto a 2020, apontaria 3 grandes motivos:
1) O primeiro, no que toca aos alunos de cursos científico-humanísticos:

Mas explicando isto melhor, tivemos alunos que não fazem exames a contar para as notas internas. Logo tens toda a margem de aluno com 10/11, que em anos normais iria a exame e sairia de lá com a disciplina chumbada, sem poder concorrer ao superior. Neste ano ter 10 como nota interna é garantia de disciplina feita.

2) A anormal distribuição das notas dos exames de 2020. Se olhares para os gráficos de distribuição das notas, e comparares com anos normais, verás que a típica distribuição de notas deslocou-se muito para a direita. O que na prática implicou que tiveste muito menos negativas nos exames do que seria de esperar -> Logo mais alunos com exames positivos válidos que podiam usar como prova de ingresso. Ou seja, muitos alunos que em anos "normais" não seria candidatos porque não iriam atingir os mínimos, em 2020 conseguiram não só passar, como ter notas até porreiras. Basta olhares para a curva das notas de Matemática A do exame de 2020 vs 2019 para perceberes o que quero dizer.

3) O terceiro, que costuma ser um grupo ignorado, mas são os alunos de cursos profissionais, artísticos, tecnológicos, recorrente, vocacionais, entre outros. Em anos normais este alunos seriam obrigados a fazer 2, 3 ou 4 exames nacionais obrigatórios para poderem concorrer ao ensino superior, independentemente das provas de ingresso pedidas pelos cursos. Os programas destes alunos não são os mesmos que os cursos científico-humanísticos pelo que a taxa de sucesso costuma ser muito baixa. Só para terem uma ideia só ~15% dos alunos do profissional iam para o superior no pré-pandemia, quando comparado com ~85% dos alunos dos científico-humanísticos. Ao terem apenas de fazer apenas os exames pedidos como prova de ingresso a entrada passou a ser mais acessível para milhares de outros alunos.

Acho que em 2021 vais ter 3 fatores misturados:

1) O mesmo de 2020, menos pessoas retidas por causa dos exames, este fator tem o mesmo efeito que em 2020.

2) O mesmo potencial efeito vindo dos alunos dos cursos profissionais, artísticos, tecnológicos, recorrente, vocacionais, entre outros.

3) Maior número de alunos recandidatos do que em anos habituais. Não nos podemos esquecer que no ano passado existiram quase 63 mil candidatos, mais 11 mil candidatos que em 2019, e mais 12 mil que as vagas iniciais que o governo tinha previsto. Mesmo com o ajuste de mais ~5 mil vagas, a candidatura fechou com mais 7 mil pessoas do que as vagas disponíveis, logo pelo menos 7 mil iriam ficar de fora. Para colocar em perspectiva, em 2019 a candidatura fechou com ~51.200 candidatos para ~50.900 vagas, ou seja, houve ali uma diferença de apenas +400 candidatos que vagas. Nas colocações de 2020 acabaram colocados ~51 mil alunos, pelo que ~12 mil alunos ficaram sem vagas. Isto além dos que não ficaram colocados onde não queriam. Para comparação, em 2019 ficaram colocados ~44,5 mil, logo ficaram sem colocação ~7 mil alunos. Claro que muitos destes alunos foram à segundas fases e/ou para privadas, mas o número de alunos que ficou de fora, e/ou não ficou onde queria, e irá voltar a concorrer este ano, será provavelmente o maior dos últimos anos. E é este fator que deve estar a compensar o fator 2) de 2020, levanto a que o número de candidatos esteja a ser muito similar.
Concordo com o teu 3 tópico , eu sou aluna de curso profissional e fui como externa fazer o exame de português, felizmente obtive uma nota positiva mais alta que de algumas pessoas do regular , no entanto não tive muito tempo para estudar devido ao projeto de aptidão profissional e ao estágio.
E o facto de ter a hipótese de fazer só um exame ajudou me imenso a ter possibilidade de fazer uma candidatura.
 
  • Like
Reactions: davis
  • Like
Reactions: fgdgdjhd
Resultados do dia 7 de candidaturas:
  • 2020: 3.753 candidatos no 7º dia. 🥈
  • 2021: 4.164 candidatos no 7º dia. 🥇 (mais 411 candidatos este ano)
Total de candidatos até ao fim do 7º dia:
  • 2020: 37.826 candidatos até ao fim do 7º dia. 🥇
  • 2021: 37.616 candidatos até ao fim do 7º dia. 🥈
Não estava nada à espera deste salto no número de hoje. 😧 A diferença entre o número de candidatos do ano passado e o deste diminui para apenas menos 210 candidatos (-0,5%). Com uma diferença de meio ponto percentual, e a continuar este ritmo, não teremos tantos candidatos como no ano anterior, mas encaminha-se para ser o segundo ano mais elevado desde 1996.

1628810242467.png
 
Resultados do dia 7 de candidaturas:
  • 2020: 3.753 candidatos no 7º dia. 🥈
  • 2021: 4.164 candidatos no 7º dia. 🥇 (mais 411 candidatos este ano)
Total de candidatos até ao fim do 7º dia:
  • 2020: 37.826 candidatos até ao fim do 7º dia. 🥇
  • 2021: 37.616 candidatos até ao fim do 7º dia. 🥈
Não estava nada à espera deste salto no número de hoje. 😧 A diferença entre o número de candidatos do ano passado e o deste diminui para apenas menos 210 candidatos (-0,5%). Com uma diferença de meio ponto percentual, e a continuar este ritmo, não teremos tantos candidatos como no ano anterior, mas encaminha-se para ser o segundo ano mais elevado desde 1996.

Ver anexo 20765
Davis, achas que o governo vai abrir vagas adicionais como no ano passado caso esta tendência se continue a verificar?
 
Davis, achas que o governo vai abrir vagas adicionais como no ano passado caso esta tendência se continue a verificar?
Acho que é muito provável, se os números continuarem neste ritmo. Mas se seguirem o mesmo esquema, de pedir que às instituições que usem vagas de outros concursos, poderá não haver tantas vagas disponíveis como no ano passado. Já que desconfio que o concurso especial para estudantes internacionais este ano deve correr melhor que o do ano anterior e sobrar menos vagas daí. Vamos ver, ainda faltam 8 dias.
 
Desculpa roubar-te o momento de dizer isto, mas 2021 já ultrapassou 2020 em candidaturas (no oitavo dia) looool
Estava distraído, obrigado por lembrares. 😆

-- // --

Resultados do dia 8 de candidaturas:
  • 2020: 3.157 candidatos no 8º dia. 🥈
  • 2021: 3.466 candidatos no 8º dia. 🥇 (mais 309 candidatos este ano)
Total de candidatos até ao fim do 8º dia:
  • 2020: 40.983 candidatos até ao fim do 8º dia. 🥇 ➡️ 🥈
  • 2021: 41.082 candidatos até ao fim do 8º dia. 🥈 ➡️ 🥇
Ultrapassado metade do período previsto de candidaturas, 8 dos 15 dias, o número de candidatos deste ano é agora superior ao do ano passado. 😲 A diferença atual é de +99 candidatos, ou seja, +0,2%. Se continuarmos a este ritmo poderemos ultrapassar os 60 mil candidatos, relembrando que só estão previstas, para já, 52.242 vagas no concurso nacional de acesso.

giphy.gif


É o oitavo dia, não quer dizer nada além de que o nível de candidaturas está bastante semelhante ao ano passado e daí que o número de candidatos não é um fator significativo para que se alterem as notas do ano passado.
Vou ter de discordar. O variação no número global de candidatos influencia de forma direta a tendência geral das médias dos cursos de um determinado ano, já que o número de vagas não estica.

Apesar das diversas suposições isso só se vai saber no dia dos resultados
Como dizia o João Pinto: "prognósticos, só no fim do jogo". 😆
 
Sim, sim. Menos candidatos, podes dizer que pode haver uma tendência para as notas baixarem e vice-versa. Mas como estão muito semelhantes ao ano passado a única conclusão é que, no que toca a candidaturas, não influenciaria nem para cima nem para baixo, não? Se estiver a fazer confusão ou alguma pre-concepção que não devia diz-me.
 
Sim, sim. Menos candidatos, podes dizer que pode haver uma tendência para as notas baixarem e vice-versa. Mas como estão muito semelhantes ao ano passado a única conclusão é que, no que toca a candidaturas, não influenciaria nem para cima nem para baixo, não? Se estiver a fazer confusão ou alguma pre-concepção que não devia diz-me.
Há só uma variável ainda desconhecida. No ano passado, de forma excecional, o governo adicionou à última da hora + 5 mil vagas ao concurso, ou o cenário teria sido muito pior em termos de candidatos sem vagas e as médias. Isso não é comum e não aconteceu nos últimos anos. Passaste de 63 mil candidatos para 51 mil vagas, para 63 mil candidatos para 56 mil vagas (+7 mil que teriam de ficar de fora)

Este ano ainda não se sabe nada. Porque uma coisa será 60 mil candidatos para 52 mil vagas e outra muito diferente será teres 60 mil candidatos para 55/56/57 mil vagas. Se o governo não abrir mais vagas, que é o normal, o concurso pode ficar pior que o do ano anterior nesse aspeto.
 
  • Like
Reactions: KlausEndler
Sim, sim. Menos candidatos, podes dizer que pode haver uma tendência para as notas baixarem e vice-versa. Mas como estão muito semelhantes ao ano passado a única conclusão é que, no que toca a candidaturas, não influenciaria nem para cima nem para baixo, não? Se estiver a fazer confusão ou alguma pre-concepção que não devia diz-me.
Por enquanto, também há menos vagas do que no ano passado, se não abrirem vagas adicionais como fizeram no ano passado, haverão mais candidatos para menos vagas, e portanto as médias podem até acabar por subir (esperemos que não aconteça este cenário 🤞)