Olá. Vou copiar e desenvolver a partir do que escrevi noutro tópico sobre o assunto:
A vida de um investigador depende da área onde ele está, do local onde ele está, etc. Há mesmo n tipos de investigação, investigadores e carreiras, mesmo na área médica.
Todavia o mais comum é o académico que trabalha por bolsas em universidades.
Honestamente, acho que é uma vida muito difícil:
- É (escandalosamente) mal pago, tanto para doutorandos como doutorados.
- É sete cães a um osso para uma posição efetiva no instituto de investigação, sendo que o conceito de "progressão na carreira" pode ser um bocado utópico para muita gente.
- É precário (viver de bolsas e não saber se a próxima pode cair para ti ou não, concursos públicos já feitos para certas pessoas entrarem, etc).
- A FCT tipicamente atrasa-se com os pagamentos (tive colegas que de dia iam para o laboratório e à noite para o Mac trabalhar porque a FCT demorou meses a arrancar com os pagamentos da bolsa).
- É preciso muita paciência, muito espírito de luta e muita preserverança. A investigação de bancada não tem nada a ver com os filmes. É lenta, repetitiva, frustrante, aborrecida não há "Eurekas", é imensa tentativa e erro, vais bater com a cabeça e recomeçar muitas vezes. Estás a fazer coisas novas, a estudar coisas novas e nem sempre podes prever o que vai acontecer (ou mesmo quando prevês, pode sair ao lado).
- É stressante, tens muita pressão para publicar os prazos e bolsas passam, tens de submeter coisas aos congressos e nem sempre os resultados te favorecem.
- Requer imensas horas de estudo e de trabalho no laboratório, muitas vezes fora de horas, nos fins de semana, à noite, estágios fora do país, cursos, workshops, etc.
Existe uma visão muito romântica da ciência quando na verdade é um mundo muito difícil ingrato e precário. Agora dificuldades há em todas as profissões, e a verdade é que muitos colegas meus que seguiram este ramo de investigação estão satisfeitos, e há quem adore este mundo e se dê bem nele. No entanto o meu conselho é seguires um curso com outras vertentes profissionalizantes como ciências farmacêuticas ou medicina. Com estes cursos podes seguir a vertente de investigação tal e qual como biologia, bioquímica, ciências biomedicas etc, com a vantagem de que se a investigação correr mal ou não gostares desta profissão tens várias alternativas viáveis (clínica, farmácia comunitária etc). Eng biomédica não conheço mas há de ter outras vertentes profissionalizantes pois normalmente as engenharias dão formação de banda larga em tecnologia, independentemente do tipo.