Eu acho que ja respondi a esta pergunta noutro sitio ou neste topico mas nao me apetece ir procurar. Eu fiz o curso na NOVA e vou entrar na especialidade em breve.
O ambiente é normal - nunca sei bem o que responder a isto. Há grupos de pessoas - umas com características mais próximas da nossa e outros menos. Mas isso é igual em todo o lado. Com tanta gente no curso haverá certamente um conjunto de pessoas com os quais te vais identificar e dar bem.
A dificuldade do curso é sempre bastante relativo. O curso de Medicina não tem altas taxas de reprovação sobretudo quando comparas com cursos de Engenharia por exemplo. Mas isso não significa que seja "fácil". Vais ter que estudar bastante e abdicar de algumas coisas - mas mesmo neste aspecto é muito variável. Há quem leve o curso mais na boa, outros que levam um pouco mais a sério. Vai depender da tua personalidade, hobbies e interesses. É possível conciliar as coisas desde que a pessoa seja organizada.
Horários varia conforme o ano, estágios clínicos, unidade curricular e tutores. Eu diria que a norma, na NOVA, nos anos clínicos é ter actividade clínica de manhã, à tarde depende do estágio/tutor/interesse do aluno. Geralmente as teóricas/práticas dos anos clinicos costumam ser à tarde. É demasiado variável para dizer. A relação docente/aluno é quase inexistente I guess. Opa a verdade é que os profs dão as aulas, tu vais / não vais e segues com a tua vida. Com os tutores vai depender do estágio, hospital, etc. Nao estou a dizer com isto que os profs sejam um robôs que nao dizem nada ou nao se interessem pelos alunos mas sinceramente não é algo assim muito relevante acho eu. Mas talvez esteja enganado :)
Quanto às saídas profissionais:
- O percurso "habitual"/mais comum é no fim do curso, fazes um exame (antigo Harrison, actual PNA) que serve para seriar. Essa seriação permite-te escolher uma especialidade e um local. Neste artigo,
Mais um ano, mais um concurso para os médicos escolherem a especialidade, mais um vazio tens quantos candidatos ficam de fora todos os anos. Este ano ficaram cerca de 400 pessoas de fora (ja ficaram mais de fora); Cada ano tem-se tentando abrir mais vagas mas estamos no limite - há inclusivamente um numero importante de vagas que nao deveriam existir porque a formação nao é a mais adequada mas dada a pressão de abrir vagas acabam por existir. É importante referir ainda que para as vagas da especialidade podem concorrer pessoas que realizaram o curso no estrangeiro por isso a competição não é apenas nacional. Acresce ainda que medicos ja com especialidade ou ainda internos a realizar a especialidade também podem fazer o exame e entrarem. Cada ano que passa o problema de numero de candidatos / vagas será pior visto as vagas não vão aumentar muito mais, cada vez tens mais alunos de medicina (agora com a abertura da privada são mais alguns).
Outra coisa que é importante perceber é que a maioria dos alunos de medicina (40%) vão ser ou Médicos de Família ou Internistas. Nao é que haja nada de mal com isto mas é importante perceber que se querem ser Cardiologistas, Dermatologistas, Cirurgiões Vasculares ou torácicos a probabilidade o serem é bastante baixa. E também contem com a probabilidade nao tirarem a especialidade que querem no sitio que querem. Claro que depois como especialista podem concorrer para a cidade/local que querem mas aí também vão competir com outras pessoas e pode nao ser possível...
Outros percursos possíveis são trabalho em urgências ad eternum, investigação, trabalho ONG's, indústria, militar, etc. Há muitos outros percursos mas diria que são mais a excepção do que a regra.
Outra coisa cada vez mais popular e que explica pq é que há menos pessoas a concorrer para a especialidade é emigrar. Há muita gente na NOVA que aprende alemão desde o 1º ano, faz erasmus/intercambios nos países onde se fala alemão e depois fazem a especialidade lá.