Depende um bocado do que gostarias de fazer com estes cursos. Na minha opinião, dentro da área da saúde (onde está este tópico) o mais abrangente é ciências farmacêuticas, que permite trabalhar em diferentes áreas e dá acesso ao estatuto profissional de farmacêutico, uma profissão de saúde com atividades reguladas que não são acessíveis com outros cursos. Podes trabalhar em farmácia comunitária ou hospitalar, análises clínicas, indústria ou investigação, entre outras. Se procurares as atividades profissionais do farmacêutico na página da ordem dos farmacêuticos, terás uma ideia melhor da abrangência do curso. Não tirei este curso mas do feedback que ouço de amigos colegas de trabalho, o caminho mais comum é a farmácia comunitária, sendo mais difícil entrar em outras áreas. Conheço uma pessoa a fazer farmácia hospitalar e demorou muitos anos a conseguir entrar, e conheço algumas pessoas na indústria, algumas são da minha geração e entraram quando acabaram o curso, mas muitas trabalharam em comunitária pelo menos alguns anos até conseguirem uma oportunidade.
No meu curso (ciências biomédicas) a maior parte das pessoas que conheço seguiram investigação académica ou foram trabalhar para a indústria biofarmacêutica ou de dispositivos médicos em diferentes áreas, normalmente mais ligadas à área clínica (desenvolvimento clínico de produtos de saúde, assuntos regulamentares, farmacovigilância, economia da saúde, garantia de qualidade, medical affairs, bioestatística, medical writing, entre outras, não me recordo de todas agora). Muitos que foram para investigação emigraram ou mudaram para a indústria, devido à precariedade e baixa compensação da investigação em Portugal (e, de certo modo, lá fora também). As áreas da indústria referidas acima são acessíveis a licenciados das ciências da vida e também da saúde, incluindo ciências farmacêuticas e bioquímica (eu estou na indústria e já trabalhei com muitos bioquímicos e farmacêuticos). Nota que formação pós-graduada (mestrado ou doutoramento) provavelmente será necessária para estas saídas profissionais, a licenciatura não é profissionalizante por natureza, sei de casos que foram trabalhar pós-licenciatura, mas não me parece de todo a norma.
Não tirei bioquímica e pode ser que alguém do curso esclareça melhor, mas dentro da saúde, em termos práticos as saídas mais comuns parecem-me semelhantes a ciências biomédicas. Bioquímica é um curso que abrange outras áreas além da saúde, mas como isto está no tópico da saúde (e também por ignorância minha), eu não vou falar dessas áreas.
Nota: atualmente, há muita concorrência para entrar na indústria farmacêutica, muitos licenciados de cursos de saúde e de ciências da vida querem vir para aqui, algo que não se via quando acabei o meu mestrado. A maior parte das vagas que existem são reservadas a pessoas com experiência profissional e as poucas vagas "junior" que se vêem são altamente concorridas. Isto em Portugal e lá fora. Se queres seguir esta área, acho que a melhor opção é seguir um mestrado aplicável à indústria que ofereça estágio e esperar que a empresa onde estagies te deixe lá ficar depois de terminares. Se fores para ciências farmacêuticas e quiseres entrar na indústria, informa-te junto da tua faculdade e associação de estudantes sobre oportunidades para desenvolver projetos ou atividades em conjunto com empresas, ou mesmo estágios (não sei como isso funciona na prática, mas estas pessoas saberão). A experiência profissional é o maior trunfo para quem está a querer entrar nesta área, independentemente do curso (salvo algumas posições que requerem um curso específico). Eu próprio já referenciei investigadores e professores universitários com um grande CV para diversas posições na indústria e foram rejeitados, devido à falta desta experiência profissional.
Por estes motivos, dentro da área da saúde, acho que a opção mais segura e abrangente entre os 3 cursos seria ciências farmacêuticas.