Português - dúvidas e apontamentos

   
Boa noite, alguém me sabe dizer porque é que em frases com "Creio que" a modalidade é epistémica com valor de certeza e em frases com "acho que" é com valor de probabilidade?
 
Boa noite! Ao falarmos "eu creio" tomamos como uma verdade universal, uma certeza. É uma palavra muito forte quando comparada com o "acho", que demonstra dúvidas. Penso que seja por isso e espero ter ajudado.1602447315415.png
 
Boa noite! Ao falarmos "eu creio" tomamos como uma verdade universal, uma certeza.

Atenção, a modalidade epistémica não é a expressão de uma verdade universal, mas sim uma expressão de certeza acerca da veracidade de um facto independentemente da veracidade do facto.

"A colcha é cinzenta." é sempre uma expressão de modalidade epistémica quer a colcha seja cinzenta quer não. Partimos do pressuposto, claro, que a colcha é cinzenta, porque quem diz a frase transmite certeza, e não possibilidade (a colcha pode ser cinzenta) ou probabilidade (a colcha deve ser cinzenta), mas não devemos observar a modalidade da frase de acordo com a verdade externa à do locutor.

O verbo "crer" encontra definições mais justas no Priberam:
Screenshot 2020-10-11 at 21.35.48.png

Tanto na sua forma transitiva como pronominal este verbo transmite a crença acerca de algo, ou seja, se eu proferir que "creio que a colcha é cinzenta", estou efectivamente a transmitir uma modalidade epistémica acerca da cor da colcha, mas a inflexão, neste caso, determinará a submodalidade do verbo. Neste aspecto, eu entendo a tua dúvida, porque eu posso tanto dizer: "Creio que a colcha é cinzenta." no intuito de transmitir que ela, para mim, com certeza será cinzenta, como me podes perguntar: "A colcha é cinzenta?" e eu responder "Creio que sim.", que já não transmite, devido a uso comum, um carácter de certeza, tento adquirido a qualidade idiomática de possibilidade.
De qualquer forma, deves sempre a analisar a modalidade também pela sintaxe, ou seja, por tudo o que envolve a frase antes dela surgir e até um pouco depois do seu surgimento, porque reacções também podem ajudar a entender a arquitectura contextual duma afirmação.

(a forma intransitiva do verbo não nos dá jeito neste caso; um exemplo do seu uso seria "eu fui feito para crer.", que é, curiosamente, também uma frase de modalidade epistémica, mas não por causa do verbo crer.)
 
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Atenção, a modalidade epistémica não é a expressão de uma verdade universal, mas sim uma expressão de certeza acerca da veracidade de um facto independentemente da veracidade do facto.

"A colcha é cinzenta." é sempre uma expressão de modalidade epistémica quer a colcha seja cinzenta quer não. Partimos do pressuposto, claro, que a colcha é cinzenta, porque quem diz a frase transmite certeza, e não possibilidade (a colcha pode ser cinzenta) ou probabilidade (a colcha deve ser cinzenta), mas não devemos observar a modalidade da frase de acordo com a verdade externa à do locutor.

O verbo "crer" encontra definições mais justas no Priberam:
Ver anexo 16320

Tanto na sua forma transitiva como pronominal este verbo transmite a crença acerca de algo, ou seja, se eu proferir que "creio que a colcha é cinzenta", estou efectivamente a transmitir uma modalidade epistémica acerca da cor da colcha, mas a inflexão, neste caso, determinará a submodalidade do verbo. Neste aspecto, eu entendo a tua dúvida, porque eu posso tanto dizer: "Creio que a colcha é cinzenta." no intuito de transmitir que ela, para mim, com certeza será cinzenta, como me podes perguntar: "A colcha é cinzenta." e eu responder "Creio que sim.", que já não transmite, devido a uso comum, um carácter de certeza, tento adquirido a qualidade idiomática de possibilidade.
De qualquer forma, deves sempre a analisar a modalidade também pela sintaxe, ou seja, por tudo o que envolve a frase antes dela surgir e até um pouco depois do seu surgimento, porque reacções também podem ajudar a entender a arquitectura contextual duma afirmação.

(a forma intransitiva do verbo não nos dá jeito neste caso; um exemplo do seu uso seria "eu fui feito para crer.", que é, curiosamente, também uma frase de modalidade epistémica, mas não por causa do verbo crer.)
Daí eu ter colocado "tomamos como", não quer dizer que seja. A tua resposta está muito mais completa e muito esclarecedora!!!
 
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Atenção, a modalidade epistémica não é a expressão de uma verdade universal, mas sim uma expressão de certeza acerca da veracidade de um facto independentemente da veracidade do facto.

"A colcha é cinzenta." é sempre uma expressão de modalidade epistémica quer a colcha seja cinzenta quer não. Partimos do pressuposto, claro, que a colcha é cinzenta, porque quem diz a frase transmite certeza, e não possibilidade (a colcha pode ser cinzenta) ou probabilidade (a colcha deve ser cinzenta), mas não devemos observar a modalidade da frase de acordo com a verdade externa à do locutor.

O verbo "crer" encontra definições mais justas no Priberam:
Ver anexo 16320

Tanto na sua forma transitiva como pronominal este verbo transmite a crença acerca de algo, ou seja, se eu proferir que "creio que a colcha é cinzenta", estou efectivamente a transmitir uma modalidade epistémica acerca da cor da colcha, mas a inflexão, neste caso, determinará a submodalidade do verbo. Neste aspecto, eu entendo a tua dúvida, porque eu posso tanto dizer: "Creio que a colcha é cinzenta." no intuito de transmitir que ela, para mim, com certeza será cinzenta, como me podes perguntar: "A colcha é cinzenta?" e eu responder "Creio que sim.", que já não transmite, devido a uso comum, um carácter de certeza, tento adquirido a qualidade idiomática de possibilidade.
De qualquer forma, deves sempre a analisar a modalidade também pela sintaxe, ou seja, por tudo o que envolve a frase antes dela surgir e até um pouco depois do seu surgimento, porque reacções também podem ajudar a entender a arquitectura contextual duma afirmação.

(a forma intransitiva do verbo não nos dá jeito neste caso; um exemplo do seu uso seria "eu fui feito para crer.", que é, curiosamente, também uma frase de modalidade epistémica, mas não por causa do verbo crer.)
Muito obrigada pelo esclarecimento! Ajudou imenso!
 
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Boa tarde a todxs,
Venho aqui escrever com esperança de que alguém me consiga ajudar numa relação de intertextualidade entre os Maias e as Reflexões do Poeta, no que toca à decadência da sociedade e de Portugal!!

Obrigada desde já <3
 
Alguém me podia explicar a diferença entre o valor habitual, iterativo e imperfetivo??? tenho teste amanhã e sempre me baralho :((
 
Olá, vou ter teste a português sobre o sermão de Santo António aos peixes e gostaria de saber se alguém tem testes sobre este tema, é um teste global e estou a ter muitas dificuldades... e alguém tem o livro outras expressões 11 do professor? obrigada, bom ano.
olá , podes me enviar o teste ? dava muitoooo jeito
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alguém tem um teste relativo ao sermão de santo antónio do 11° ano ?
 
Olá a todos!!!!
Alguém me pode ajudar a analisar o seguinte poema de Fernando Pessoa-Ortónimo:
A miséria do meu ser,
A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.

Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.

É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim. Mas isto é crível?

Muito Agradecida aos que puderem ajudar, claro! :)
 
Boa noite
Ser a que alguém me consegue dizer as orações desta frase?
“Isto é o que se deve fazer ao sal que não salga. E a terra que
se não deixa salgar, que se lhe há de fazer?”
Obrigado
 
Malta
Alguém tem a resolução desta ficha?
É urgente
Mil obrigados!!
e-mail: dudagonc2002@gmail.comIMG_20201205_190011.jpgIMG_20201205_185958.jpg
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Com base no tópico de Matemática: Dúvidas decidi criar este tópico
Português - Dúvidas
Também gostaria que este lugar servisse para partilhar apontamentos/sínteses/resumos...
Deixo aqui o meu contributo
Alguém pode ajudar me a resolver esta ficha?
dudagonc2002@gmail.com
 

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Malta, alguém tem/fez analise ao poema Antemanhã da Mensagem que me possa ajudar, tenho apresentação oral e nao percebo nada disto
 
Boa noite, será que alguém me podia dar uma ajudinha?
Estou com dificuldades em identificar as orações e gostava que alguém me ajudasse a identificar e explicar o porquê.
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Desculpem incomodar é uma pergunta muito tola...
Nas aprendizagens essenciais de 10 ano de Português diz que temos de estudar " Os Lusíadas (reflexões do Poeta – três de entre as seguintes: canto I, ests. 105 e 106; canto V, ests. 92 a 100; canto VII, ests. 78 a 87; canto VIII, ests. 96 a 99; canto IX, ests. 88 a 95; canto X, ests. 145 a 156) "
No entanto, no exame de Português pode aparecer estâncias que não estejam mencionadas, ou só sai estas?
 
Desculpem incomodar é uma pergunta muito tola...
Nas aprendizagens essenciais de 10 ano de Português diz que temos de estudar " Os Lusíadas (reflexões do Poeta – três de entre as seguintes: canto I, ests. 105 e 106; canto V, ests. 92 a 100; canto VII, ests. 78 a 87; canto VIII, ests. 96 a 99; canto IX, ests. 88 a 95; canto X, ests. 145 a 156) "
No entanto, no exame de Português pode aparecer estâncias que não estejam mencionadas, ou só sai estas?
Em princípio, só saem essas porque o plano das reflexões do poeta é objecto de estudo d'Os Lusíadas. No entanto, nada impede que possam colocar outros excertos para interpretação um pouco mais livre, mas não é com conhecimentos que não consigas obter por interpretar aquilo no momento do exame. Foca-te nas reflexões do poeta e especialmente no paralelismo que possas estabelecer com a Mensagem, de Pessoa.