Qual a minha verdadeira paixão?

 
 
Não consegui entrar no ensino superior este ano e entretanto saí do trabalho temporário onde estava. As minhas expectativas estavam tão viradas para o ensino superior que a desilusão foi profunda. Faz um mês que já nem procuro ativamente por trabalho.
Vou dando umas vistas de olhos nos portais de emprego, mas...ou são sempre os mesmos anuncios, ou são ofertas de trabalho que exigem competências/qualificações ou perfil que eu não tenho. Resumindo são 99% das ofertas!
Um gap year para trabalhar seria boa ideia se conseguisse arranjar trabalho. Voltar a candidatar-me no próximo ano pode estar em causa se na altura não tiver a trabalhar e possuir pelo pelos 1/2 do dinheiro para frequentar o ensino superior por um ano.
Não estou nada optimista!

Quem está numa situação idêntica?
 
Não acredito que não existe mais ninguém em circunstancias iguais? Tenham lá 21, 20,...ou 18 anos, decerto que existe!
O que se passa é que muitos (ex)estudantes que não entraram no ensino superior (apesar de ter sido essa a vontade) ainda não despiram a pele de estudantes! Afinal ainda só passou 1 mês desde que a 2ª fase terminou.
Formalmente já não são estudantes. Se estão disponíveis para trabalhar, mas não encontraram trabalho até agora,então são desempregados. Se não procuram nem estão disponíveis são considerados inactivos! Mas quem não entrou no ensino superior desde há um mês que deixou de ser estudante. É o meu caso! Será que é o teu também?
 
Olá Tiago,
estive mais ou menos na tua situação o ano passado. Fiquei desempregada e decidi (junto com os meus pais) que não iria trabalhar (porque estive a tentar entrar em medicina) pelo menos até Julho do ano seguinte. Ainda que a minha situação de desemprego tivesse um objectivo definido, eu não sabia à partida se seria temporária ou não: havia sempre a possibilidade de não entrar em medicina, e teria de voltar a tentar arranjar um emprego.
Por outro lado tive a agravante (visto que no teu caso a consideras) da minha idade, tenho 25 anos (já os tinha o ano passado, estou mesmo a fazer os 26) e já devia ter idade para estar a sair de casa dos meus pais, tornar-me independente, e em vez disso passei um ano (e vou passar os próximos 6 :D ) a fazer o contrário, ou seja, a viver em casa dos meus pais sem rendimento.
Para as estatísticas, a partir do momento em que larguei o subsídio de desemprego, deixei de existir ^^
No meu caso, optei por contar a toda a família e amigos que estava a estudar para tentar entrar em medicina, ainda que não houvesse certeza nenhuma de conseguir entrar. Isto ajudou a combater o estigma de "ela está em casa dos pais, não trabalha nem estuda".
Pelo que percebi da tua participação no fórum, tens o objectivo de voltar a estudar, de ir para o ensino superior. Tenta informar-te porque existem opções de empréstimos a estudantes, para além das bolsas normais da DGES (ou outras, como o +Superior ou assim), e também existem entidades privadas que atribuem bolsas!
Acredito que não estejas nada optimista, eu (que tenho apoio dos meus pais) também fico muito preocupada por vezes com a perspectiva do meu curso ser de 6 anos e claro que o quero fazer até ao fim e para isso preciso de dinheiro para o pagar.. Mas (e agora é a parte da conversa que sempre me pareceu chacha, mas é mesmo assim) se queres arranjar um trabalho tens mesmo de tentar, não podes olhar para as ofertas e dizer "são todas iguais" e que se lixe. Estar desmotivado é normal e compreensível mas se queres um trabalho tens no mínimo de te candidatar a alguma coisa :/

PS - em algumas faculdades há a possibilidade de deixarem os alunos trabalhar, por exemplo na biblioteca, sala dos computadores e afins. Normalmente não são muitas horas, mas tenho amigas que conseguiram pagar as propinas à custa desse tipo de trabalhos, e tem a vantagem de ser mesmo fácil de conciliar horários porque lá está, eles não querem que fiques prejudicado nos estudos por causa desse trabalho xD será algo a ponderar caso consigas entrar mais tarde!
 
Boa tarde,
Este tópico é dedicado às almas perdidas que não fazem a mínima ideia de que curso(s) escolher quando abrir a 1ª fase de candidaturas. É um espaço de reflexão. Coloquem aqui os vossos maiores medos e angústias, talvez possamos esclarecer algumas ideias.
Let's go! :p

P.s.: Nunca vos aconteceu chegarem a uma Fnac e olharem para a prateleira dos livros científicos e começarem a desfalecer? Do género: I want it all, I can't choose! :eek::eek:
 
Acho que esta questão já passou pela cabeça de todos e, não fugindo à regra, tem-me ocorrido ultimamente: é assim tão fulcral prosseguir estudos no ensino superior? Seremos mesmo "falhados" da sociedade se não quisermos ou se não nos adaptarmos ou ainda, para os menos afortunados, se não tivermos essas possibilidades? É mesmo necessário gastarmos, no mínimo, 5/6 anos a estudar com toda a força para se calhar, o "outcome" ser similar a alguém sem estudos?
Não existem alternativas? Hipóteses de, quiçá, criarmos o nosso próprio emprego e triunfarmos, mesmo sem curso?
E mesmo assim, o que é "triunfar"? O que é "ter sucesso"? Resume-se esta palavra apenas a ganhar uma boa quantia ao fim do mês? Não será algo mais? Porquê que nós jovens,de acordo com a sociedade atual, temos de pôr o emprego à frente de tudo (inclusive à frente da família e outro tipo de relações, que até nos podem fazer mais felizes)?
Questões para refletirem! :)
 
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Olá @Babrun
Depende muito dos teus objectivos, ir para o ensino superior está longe de ser sinónimo de sucesso, independentemente da definição que tenhas dessa palavra. É preciso mais que isso.

Não sei se alguma vez leste este artigo:
Preciso de um curso Universitário para ser bem-sucedido? | Uniarea

Mas a bem da verdade, as estatísticas apontam para uma maior probabilidade de sucesso entre os que têm um curso superior dentro das métricas mais típicas de sucesso (empregabilidade/rendimento).
 
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Olá @davis , obrigada pela tua resposta. Irei certamente ler esse artigo!
Compreendo o que dizes, e estou a par do dados estatísticos, no entanto, acho que era inevitável não refletir sobre estas questões. :)
 
Acho que há cursos que não têm grande futuro, há cursos e cursos. Há quem não seja licenciado e ganhe mais que alguém que seja e esteja a trabalhar na área e às vezes são pessoas que nem trabalham por conta própria (os que não têm grau de licenciado).
A percentagem em Portugal de licenciados é de 14% apenas (não sei se esta estatística conta os bacharelatos).
Agora se me estiverem a falar das 3 engenharias que ficaram no pódio este ano das médias mais altas e medicina vale a pena tirar o curso, vale mesmo.
 
Olá @Tiago89 obrigada por partilhares a tua opinião. Gostava de saber, se quiseres discutir, outras opiniões tuas, no que toca a estas perguntas: Não achas preocupante haver falta de futuro para esses cursos a que te referes como não tendo grande saída? Não deveriam todas as áreas do conhecimento ser valorizadas de igual forma? Num assunto diferente, não achas que, pelo menos em Portugal, existe muito pouca variedade de cursos superiores a serem leccionados, o que pode desmotivar ainda mais os mais indecisos? Exemplo: há muitos cursos que se "repetem" de uni para uni, quase todas, mas mesmo todas as universidades públicas nacionais oferecem o curso de biologia, bioquímica ou engenharia informática, por exemplo. Depois há imensos cursos que, embora tendo nomes diferentes, resumem-se muito à mesma coisa, acabam por ser "repetitivos", sentes isto? Eu acho que não fazia mal criarem cursos de "áreas/temas" novos, ou outros mais multidisciplinares (para aquelas pessoas que gostam um pouco de tudo), enfim, cursos mesmo diferentes.
Já agora, essas engenharias e a medicina a que te referes, dizes que vale a pena tirar, eu respeito, mas na minha opinião, só vale mesmo a pena se a pessoa em questão vir aí o seu sonho e gostar mesmo desses cursos.
 
Olá @Tiago89 obrigada por partilhares a tua opinião. Gostava de saber, se quiseres discutir, outras opiniões tuas, no que toca a estas perguntas: Não achas preocupante haver falta de futuro para esses cursos a que te referes como não tendo grande saída? Não deveriam todas as áreas do conhecimento ser valorizadas de igual forma? Num assunto diferente, não achas que, pelo menos em Portugal, existe muito pouca variedade de cursos superiores a serem leccionados, o que pode desmotivar ainda mais os mais indecisos? Exemplo: há muitos cursos que se "repetem" de uni para uni, quase todas, mas mesmo todas as universidades públicas nacionais oferecem o curso de biologia, bioquímica ou engenharia informática, por exemplo. Depois há imensos cursos que, embora tendo nomes diferentes, resumem-se muito à mesma coisa, acabam por ser "repetitivos", sentes isto? Eu acho que não fazia mal criarem cursos de "áreas/temas" novos, ou outros mais multidisciplinares (para aquelas pessoas que gostam um pouco de tudo), enfim, cursos mesmo diferentes.
Já agora, essas engenharias e a medicina a que te referes, dizes que vale a pena tirar, eu respeito, mas na minha opinião, só vale mesmo a pena se a pessoa em questão vir aí o seu sonho e gostar mesmo desses cursos.

"só vale mesmo a pena se a pessoa em questão vir aí o seu sonho e gostar mesmo desses cursos." Considero que isso seja válido para todos os cursos.
 
Acho que esta questão já passou pela cabeça de todos e, não fugindo à regra, tem-me ocorrido ultimamente: é assim tão fulcral prosseguir estudos no ensino superior? Seremos mesmo "falhados" da sociedade se não quisermos ou se não nos adaptarmos ou ainda, para os menos afortunados, se não tivermos essas possibilidades? É mesmo necessário gastarmos, no mínimo, 5/6 anos a estudar com toda a força para se calhar, o "outcome" ser similar a alguém sem estudos?
Não existem alternativas? Hipóteses de, quiçá, criarmos o nosso próprio emprego e triunfarmos, mesmo sem curso?
E mesmo assim, o que é "triunfar"? O que é "ter sucesso"? Resume-se esta palavra apenas a ganhar uma boa quantia ao fim do mês? Não será algo mais? Porquê que nós jovens,de acordo com a sociedade atual, temos de pôr o emprego à frente de tudo (inclusive à frente da família e outro tipo de relações, que até nos podem fazer mais felizes)?
Questões para refletirem! :)

Comentando o tema do tópico, claro que vale a pena tirar o curso, agora existe cursos mais reputados do que outros, mas entre ter ou não ter a resposta é sempre sim.

Dizer que sem um curso consegues triunfar na vida, claro que sim, mas é muito mais difícil, não tenham dúvidas, os grandes empresários do país criaram as suas empresas há décadas atrás, e tinham poucos estudos (4.ª classe), mas os tempos eram outros, sem computadores, sem necessidade de saber línguas, era quase uma aventura, navegar à vista.

É comum dizer em todas as empresas em Portugal, 'aqui só sobe quem tem canudo, quem não tem estudos não sai da cepa-torta', não estou a dizer que concordo mas é a realidade em Portugal. Além disso, se fores para um bom curso e universidade, aprendes ferramentas que não adquirias de outra forma, línguas, capacidade de trabalho em equipa, capacidade para falar em público, aprendes informática, além da questão técnica.

Sem curso em Portugal, quer no estado quer no privado não se vai a lado nenhum, a não ser que tenhas uma queda natural para a parte técnica e uma enorme capacidade de trabalho, mas isso é 1 em 200. Por isso, estudem para obter o retorno no futuro, quer em Portugal ou noutro país europeu (como é o meu caso).
 
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Olá @Tiago89 obrigada por partilhares a tua opinião. Gostava de saber, se quiseres discutir, outras opiniões tuas, no que toca a estas perguntas: Não achas preocupante haver falta de futuro para esses cursos a que te referes como não tendo grande saída? Não deveriam todas as áreas do conhecimento ser valorizadas de igual forma? Num assunto diferente, não achas que, pelo menos em Portugal, existe muito pouca variedade de cursos superiores a serem leccionados, o que pode desmotivar ainda mais os mais indecisos? Exemplo: há muitos cursos que se "repetem" de uni para uni, quase todas, mas mesmo todas as universidades públicas nacionais oferecem o curso de biologia, bioquímica ou engenharia informática, por exemplo. Depois há imensos cursos que, embora tendo nomes diferentes, resumem-se muito à mesma coisa, acabam por ser "repetitivos", sentes isto? Eu acho que não fazia mal criarem cursos de "áreas/temas" novos, ou outros mais multidisciplinares (para aquelas pessoas que gostam um pouco de tudo), enfim, cursos mesmo diferentes.
Já agora, essas engenharias e a medicina a que te referes, dizes que vale a pena tirar, eu respeito, mas na minha opinião, só vale mesmo a pena se a pessoa em questão vir aí o seu sonho e gostar mesmo desses cursos.
Sei que pediste ao Tiago mas bom, vou dar a minha, já que puseste essas perguntas:
"Não achas preocupante haver falta de futuro para esses cursos a que te referes como não tendo grande saída? Não deveriam todas as áreas do conhecimento ser valorizadas de igual forma?" Preocupante... depende do que falas. Falemos do exemplo que eu conheço melhor: enfermagem e medicina. Imagina que vivias num país onde existia uma população de 3000 pessoas, dessas 3000, 500 queriam ser médicos e 600 enfermeiros, só para teres uma noção, em Lisboa, um médico de família de uma unidade de saúde familiar tem cerca de 1000 pacientes, mesmo se fossem só 500 - e parece um número EXURBITANTE, na verdade é bastante razoável, tendo em conta que trabalhas das 9 às 17, com uma hora de pausas no total, consultas de 45 minutos, recebias 10, 11 pacientes. Se trabalhares 7 dias por semana, recebes no mínimo 70 pacientes, chegavas às 6 semanas e 1 dia de trabalho com todos os teus utentes atendidos -, só precisarias de 6 médicos e, tendo em conta que cada enfermeiro (de Lisboa) tem 2000-3000 pacientes na mesma unidade, precisavas, mudando o nº de utentes de 3000 para 1500, de 2 enfermeiros... Damos os especialistas, turnos, darias emprego a 50/60 médicos e 80 enfermeiros, mais ou menos. Como é que justificavas, em orçamento de estado, dares emprego aos 500 mil wannabe médicos e a 600 wannabe enfermeiros, se só precisas de 60 e 80, de cada?
O mesmo serve para as restantes profissões, se o estado pode sobreviver com X empregados de uma certa profissão, porquê gastar recursos com X+1? entendes? Depois há as áreas que não são exploradas/são mal exploradas em Portugal mas, mais uma vez, tudo volta a dinheiro...
"Num assunto diferente, não achas que, pelo menos em Portugal, existe muito pouca variedade de cursos superiores a serem leccionados, o que pode desmotivar ainda mais os mais indecisos? Exemplo: há muitos cursos que se "repetem" de uni para uni, quase todas, mas mesmo todas as universidades públicas nacionais oferecem o curso de biologia, bioquímica ou engenharia informática, por exemplo. Depois há imensos cursos que, embora tendo nomes diferentes, resumem-se muito à mesma coisa, acabam por ser "repetitivos", sentes isto? Eu acho que não fazia mal criarem cursos de "áreas/temas" novos, ou outros mais multidisciplinares (para aquelas pessoas que gostam um pouco de tudo), enfim, cursos mesmo diferentes."
Não sei se estás familiarizada com o ensino superior mas quem dá popularidade a um curso ou outro são os alunos, não as instituições. As instituições abre as vagas, claro mas é sempre com base na afluência de estudantes. Imagina que tu tens interesse em Astronomia (falado no tópico do diário), não há uma licenciatura para isso neste momento porque deixou de haver afluência a esse curso, não se justificava estar a pagar a professores e gastar recursos para ter 10 ou 20 alunos (normalmente as vagas, excluindo certos casos... são algo superior a 1000 - na Grande Lisboa, por exemplo, não posso falar do Alentejo nem do Algarve porque não sei). Quanto a cursos iguais em faculdades diferentes, vem tudo tocar a dois pontos: localidade e competitividade. Quanto melhor uma faculdade (pública), melhor o seu orçamento. Quanto a localidade, se calhar, justifica-se ter 1 curso de biologia ou de engenharia civil em todas as unis do país porque há muitas pessoas a acederem a esses cursos, mesmo dentro de um mesmo distrito.

Resumindo: não há dinheiro para todos os cursos terem saída, os alunos "fazem" as vagas, cursos com muito acesso, precisam de várias faculdades com o mesmo curso (porque uma faculdade não pode ter 10 000 alunos num curso...)
 
Não pude deixar de dar a minha opinião sobre o tema.

É claro que é preferível teres um curso superior do que não teres. Contudo, e depois do muito que vi nos últimos tempos, creio que está longe de ser sinónimo de sucesso ou de estar bem na vida. A pergunta que se coloca é: consegues realizar os teus objetivos profissionais que eventualmente tocarão nos pessoais sem um curso superior? Se sim, então creio que é um plus mas que em muitos casos não serviria de muito. Se não, óbvio que um curso superior ajudará muito.

Alguns exemplos (alguns são as excepções) ocorrem-me frequentemente. Imagina um indivíduo que tem como objetivo dar continuidade ao negócio de família, negócio este que requer sobretudo competências práticas e que ele foi aprendendo. Um curso superior iria dar-lhe sobretudo fundamentos teóricos e seria interessante para enfrentar futuras exigências do mercado mas provavelmente não lhe traria benefícios que compensassem todo o esforço aplicado no curso. Outro exemplo: um artista que tem o seu estilo pessoal e está a conseguir encaminhar o seu conteúdo para onde pretende, está integrado no mercado e cumpre as suas metas. É claro que uma formação superior lhe daria mais técnica e até mesmo contactos, mas tendo em conta que ele se está a dar muito bem até agora seria talvez incómodo tirar um curso superior "só porque sim". Existem também certos empreendedores que são a prova viva de que é muito mais importante ter uma ideia "revolucionária" do que ter uma licenciatura ou um mestrado em Gestão.

Com certeza que para a maioria de nós um curso superior seria a opção mais adequada e segura, mas se por algum motivo não for este o caminho traçado creio que há muitas situações em que isto não é propriamente prejudicial para o futuro. Não incluindo aqui sequer o fator C, há sempre quem esteja em cargos de excelência porque são isso mesmo: excelentes naquilo que fazem, independentemente de terem um curso ou não.
 
Olá @Tiago89 obrigada por partilhares a tua opinião. Gostava de saber, se quiseres discutir, outras opiniões tuas, no que toca a estas perguntas: Não achas preocupante haver falta de futuro para esses cursos a que te referes como não tendo grande saída? Não deveriam todas as áreas do conhecimento ser valorizadas de igual forma? Num assunto diferente, não achas que, pelo menos em Portugal, existe muito pouca variedade de cursos superiores a serem leccionados, o que pode desmotivar ainda mais os mais indecisos? Exemplo: há muitos cursos que se "repetem" de uni para uni, quase todas, mas mesmo todas as universidades públicas nacionais oferecem o curso de biologia, bioquímica ou engenharia informática, por exemplo. Depois há imensos cursos que, embora tendo nomes diferentes, resumem-se muito à mesma coisa, acabam por ser "repetitivos", sentes isto? Eu acho que não fazia mal criarem cursos de "áreas/temas" novos, ou outros mais multidisciplinares (para aquelas pessoas que gostam um pouco de tudo), enfim, cursos mesmo diferentes.
Já agora, essas engenharias e a medicina a que te referes, dizes que vale a pena tirar, eu respeito, mas na minha opinião, só vale mesmo a pena se a pessoa em questão vir aí o seu sonho e gostar mesmo desses cursos.
É preocupante não terem futuro, sim. Acho que algumas instituições deviam fechar ou pelo menos terem muito menos vagas.

Os cursos serem valorizados todos da mesma forma, como escreves aí, é utópico. Medicina não vai ser valorizada da mesma forma como um curso de letras. Também é verdade que medicina este ano letivo já ficou em 4º no que toca a média do secundário e as coisas vão mudando, atualmente engenharia aeroespacial tem ficado em 1º (mas é preciso ver que só há uma instituição que tem esse curso, que é o Técnico) mas de qualquer das formas por muito que as preferências dos alunos do secundário mudem nunca os cursos vão ser valorizados da mesma forma, nunca.

Quanto aos 4 cursos que ficaram nos primeiros 4 lugares das médias mais altas este ano letivo: digo que vale a pena tirar pela empregabilidade que tem, aliás, as médias são o que são precisamente por causa disso.
 
Além disso, se fores para um bom curso e universidade, aprendes ferramentas que não adquirias de outra forma, línguas, capacidade de trabalho em equipa, capacidade para falar em público, aprendes informática, além da questão técnica.

Peço perfeitamente e concordo, mas como alguém que frequenta um bom curso, numa boa universidade, as ferramentas que listas nem sempre vêm em conjunto com o curso. Alguém em ciências não terá línguas como oferta formativa; nas humanidades não aprendes informática; e etc. ...

Acho que qualquer jovem atualmente tem de ter a capacidade de adquirir estas capacidades sozinho - e não contar com que o curso ou a universidade proporcionem oportunidades para que tal aconteça.

É claro que é preferível teres um curso superior do que não teres. Contudo, e depois do muito que vi nos últimos tempos, creio que está longe de ser sinónimo de sucesso ou de estar bem na vida. A pergunta que se coloca é: consegues realizar os teus objetivos profissionais que eventualmente tocarão nos pessoais sem um curso superior? Se sim, então creio que é um plus mas que em muitos casos não serviria de muito. Se não, óbvio que um curso superior ajudará muito.

Concordo plenamente!

Conheço pessoas que gostam de trabalhar em call centers, como motoristas, pasteleiras, ou como vendedoras de loja. Não necessitam de um curso superior para serem bem-sucedidas. Se a pessoa preferir cargos de gerência, ou tiver como sonho ser milionário, é mais fácil fazê-lo com mestrado, do que só com licenciatura. Depende da área, e da pessoa em questão.

As profissões mais "simples" ou "básicas", como as de retalho e serviço, administrativo, e mais, são consideradas "inferiores" por muitos, mas a verdade é que existem pessoas que as querem fazer, que gostam dessas áreas. Sinto que a nossa geração desvaloriza bastante este tipo de profissões, e é um erro que cometemos enquanto sociedade.
 
Peço perfeitamente e concordo, mas como alguém que frequenta um bom curso, numa boa universidade, as ferramentas que listas nem sempre vêm em conjunto com o curso. Alguém em ciências não terá línguas como oferta formativa; nas humanidades não aprendes informática; e etc. ...

Acho que qualquer jovem atualmente tem de ter a capacidade de adquirir estas capacidades sozinho - e não contar com que o curso ou a universidade proporcionem oportunidades para que tal aconteça.

Com certeza que para a maioria de nós um curso superior seria a opção mais adequada e segura, mas se por algum motivo não for este o caminho traçado creio que há muitas situações em que isto não é propriamente prejudicial para o futuro. Não incluindo aqui sequer o fator C, há sempre quem esteja em cargos de excelência porque são isso mesmo: excelentes naquilo que fazem, independentemente de terem um curso ou não.

Vocês ainda são estudantes, quando começarem a trabalhar vão se aperceber que para a mesma função, uma pessoa com 'canudo' ganha 4 ou 5 vezes mais do que a pessoa, sem estudos, basta ir a uma qualquer indústria ou mesmo no estado para se verificar isso.

Uma pessoa sem estudos, ou pelo menos, sem formação específica não tem 'bagagem' suficiente para atingir funções de maior responsabilidade, falta-lhe o conhecimento técnico, conhecer os processos, a não ser como disse atrás, que tenhas uma vocação especial, mas isso é muito raro.

Eu aprendi línguas, porque empresas alemãs patrocinavam cursos extra-curriculares lá na universidade, e um aluno de línguas aprende informática, aliás se não souber o mínimo de computadores não consegue emprego em lado nenhum (eu não empregava ninguém que não soubesse computadores, pelo menos na casa dos 20 anos).

Vocês ainda estudam, quando começarem a trabalhar vão-se aperceber de duas coisas: o mundo não é todo cor-de-rosa (existe muita distinção nas funções), e que ter estudos é muito importante, muito importante para ti e ainda mais para quem te rodeia e com quem trabalhas e decide as tuas funções e remuneração. O caminho mais direto para ser bem sucedido é estudar, por todas as razões que apontei acima.
 
Vocês ainda são estudantes, quando começarem a trabalhar vão se aperceber que para a mesma função, uma pessoa com 'canudo' ganha 4 ou 5 vezes mais do que a pessoa, sem estudos, basta ir a uma qualquer indústria ou mesmo no estado para se verificar isso.

Uma pessoa sem estudos, ou pelo menos, sem formação específica não tem 'bagagem' suficiente para atingir funções de maior responsabilidade, falta-lhe o conhecimento técnico, conhecer os processos, a não ser como disse atrás, que tenhas uma vocação especial, mas isso é muito raro.

Eu aprendi línguas, porque empresas alemãs patrocinavam cursos extra-curriculares lá na universidade, e um aluno de línguas aprende informática, aliás se não souber o mínimo de computadores não consegue emprego em lado nenhum (eu não empregava ninguém que não soubesse computadores, pelo menos na casa dos 20 anos).

Vocês ainda estudam, quando começarem a trabalhar vão-se aperceber de duas coisas: o mundo não é todo cor-de-rosa (existe muita distinção nas funções), e que ter estudos é muito importante, muito importante para ti e ainda mais para quem te rodeia e com quem trabalhas e decide as tuas funções e remuneração. O caminho mais direto para ser bem sucedido é estudar, por todas as razões que apontei acima.

Não ter curso superior não é significado de não ter formação.
Existem n cursos que não são superiores que te dão emprego.
Podemos falar de salários, sim, mas o fator “curso superior” não é o único fator. O género da pessoa, infelizmente ainda é um fator para muitos empregadores.
Falando em “saber de computadores”, não é o mesmo que ter um curso de informática nem é o mesmo que saber de informática. O que queres dizer por “saber de computadores”? Muitas pessoas acham que os computadores são só word, internet e Excel. Se o computador tiver algum problema como por exemplo, não ter som ao iniciar, não ligar a um projetor, ter o ecra virado de pernas para o ar, já não é algo que uma pessoa que só usa o pc para trabalhar com o word, Excel, internet e pouco mais saiba fazer. Para mais, é um pouco.... ingénuo achar que todas ou mesmo a maioria das pessoas que tiraram um curso como enfermagem, medicina, história, literatura inglesa, saiba fazer coisas mais complexas que os informáticos saibam fazer...
Also, saber falar uma língua é diferente de ter um curso de letras, já que o último engloba coisas como literatura, história, etc etc.
Para mais, dizer que uma pessoa sem curso sabe menos que uma pessoa com curso, porque não sabe a técnica, ou isto ou aquilo, não é sempre verdade. O meu pai não tem um curso superior e diz várias vezes que lhe dava jeito em certas coisa, sim, mas também trabalhou com pessoas com curso superior que, que não sabia tanto como o meu pai, relativamente ao trabalho que realizam. E eu sei que não é sempre esse o caso, mas também não podemos generalizar. Não é sempre preciso ter um curso, depende é da vocação da pessoa.
E eu acho, e do que percebo das pessoas à minha volta, toda a gente tem uma vocação. A minha é o cuidar das pessoas, a do meu irmão é tudo o que tenha a ver com carros, e podia dar n exemplos. O que se coloca aqui é a capacidade ou não de aplicar essa vocação e para alguns, isso está mais facilitado do que para outros.
Dizer que quem te respondeu ainda estuda e só vão ver que o mundo não é cor de rosa, peço desculpa, mas também é uma falácia. Elas não têm de ter o mundo como cor de rosa só porque são estudantes nem têm de passar a ver o mundo como não cor de rosa quando começarem a trabalhar. Se calhar elas já trabalharam/trabalham, se calhar passaram por outras coisas que as faz aperceberem-se do mundo.
Concordo que um curso superior seja uma mais valia em muitos pontos, mas não concordo que o salário seja uma delas, nem concordo que pessoas a trabalharem de acordo com a sua vocação seja raras. Se fosse, digo-te que havia mais empregados de supermercado do que há enfermeiros.
 
Concordo com a @Andreia C.! Principalmente na parte que toca à vocação das pessoas, com ou sem curso superior. A vocação é o talento, a capacidade a paixão com que uma pessoa nasce por determinada área. Não é como se fosse preciso ter um curso superior para se ter talento, ou aprender a ser preserverante e trabalhador. Aliás, é mais o contrário, o talento da pessoa é que é posto no curso superior, ou seja, este último, pode ajudar a pessoa no máximo, a "saber" direcionar o seu talento na direção certa, isto claro, se a pessoa em causa já tiver descoberto a sua vocação. Agora, creio que há muita gente que já sabe perfeitamente como aproveitar as suas valências e não necessita de um curso. O Steve Jobs abandonou a universidade, construiu o seu negócio a partir de computadores que fazia na própria garagem com os amigos, creio que ele apenas tinha uma queda natural para as informáticas e computadores.
Isto mencionando um post mais antigo nesta thread: uns cursos e profissões serem mais valorizados que outros é de facto mesmo preocupante e é puramente cultural. Em países como a Finlândia, todos os profissionais são valorizados, se uma pessoa quiser seguir letras, não é olhada de lado só porque não foi para uma engenharia ou medicina. Em Portugal e noutros países, há é aquela mania cultural do senhor doutor e do senhor engenheiro, que, espero eu, acabe já na próxima geração. Uma pessoa não tem que ser cultural e socialmente pressionada a seguir um certo curso só porque aquele lhe vai dar estatuto e emprego "bom". E creio que o curso do IST, engenharia aeroespacial, não tenha muita saída em território nacional, pois, que eu me lembre, nós não temos qualquer empresa ou agência espacial à nossa disposição. Esse curso acredito que seja bom e tenha saída sim, mas lá para os USA (NASA) ou pelo resto da Europa...
Já agora, sinto que há muita gente que acha que sucesso é única e exclusivamente e só ganhar molhos de dinheiro. Não concordo com esta realidade. O sucesso vai muito mais para além disso, pode passar por um salário que ajude a construir a nossa vida sim, mas também se dobra nas esquinas da família /outras pessoas que amamos, saúde física e mental... Uma pessoa pode ser muito rica mas matar-se a trabalhar mais de 12 horas por dia, por exemplo, o que pode perfeitamente resultar em estados de depressão, ansiedade e exaustão extrema. Para além disso, quase não passa tempo nenhum com as pessoas que realmente ama e lhe trazem felicidade... Ora, isto para mim não me cheira a sucesso, não acham? Nem é forma saudável de viver.
 
Não ter curso superior não é significado de não ter formação.
Existem n cursos que não são superiores que te dão emprego.
Podemos falar de salários, sim, mas o fator “curso superior” não é o único fator. O género da pessoa, infelizmente ainda é um fator para muitos empregadores.
Falando em “saber de computadores”, não é o mesmo que ter um curso de informática nem é o mesmo que saber de informática. O que queres dizer por “saber de computadores”? Muitas pessoas acham que os computadores são só word, internet e Excel. Se o computador tiver algum problema como por exemplo, não ter som ao iniciar, não ligar a um projetor, ter o ecra virado de pernas para o ar, já não é algo que uma pessoa que só usa o pc para trabalhar com o word, Excel, internet e pouco mais saiba fazer. Para mais, é um pouco.... ingénuo achar que todas ou mesmo a maioria das pessoas que tiraram um curso como enfermagem, medicina, história, literatura inglesa, saiba fazer coisas mais complexas que os informáticos saibam fazer...
Also, saber falar uma língua é diferente de ter um curso de letras, já que o último engloba coisas como literatura, história, etc etc.
Para mais, dizer que uma pessoa sem curso sabe menos que uma pessoa com curso, porque não sabe a técnica, ou isto ou aquilo, não é sempre verdade. O meu pai não tem um curso superior e diz várias vezes que lhe dava jeito em certas coisa, sim, mas também trabalhou com pessoas com curso superior que, que não sabia tanto como o meu pai, relativamente ao trabalho que realizam. E eu sei que não é sempre esse o caso, mas também não podemos generalizar. Não é sempre preciso ter um curso, depende é da vocação da pessoa.
E eu acho, e do que percebo das pessoas à minha volta, toda a gente tem uma vocação. A minha é o cuidar das pessoas, a do meu irmão é tudo o que tenha a ver com carros, e podia dar n exemplos. O que se coloca aqui é a capacidade ou não de aplicar essa vocação e para alguns, isso está mais facilitado do que para outros.
Dizer que quem te respondeu ainda estuda e só vão ver que o mundo não é cor de rosa, peço desculpa, mas também é uma falácia. Elas não têm de ter o mundo como cor de rosa só porque são estudantes nem têm de passar a ver o mundo como não cor de rosa quando começarem a trabalhar. Se calhar elas já trabalharam/trabalham, se calhar passaram por outras coisas que as faz aperceberem-se do mundo.
Concordo que um curso superior seja uma mais valia em muitos pontos, mas não concordo que o salário seja uma delas, nem concordo que pessoas a trabalharem de acordo com a sua vocação seja raras. Se fosse, digo-te que havia mais empregados de supermercado do que há enfermeiros.

Eu apenas relatei a realidade do mundo do trabalho, existe discrepância entre pessoas com estudos e pessoas sem estudos, não estou a dizer que concordo (bem pelo contrário), mas é a realidade em Portugal, até porque os meus pais têm poucos estudos. Quando falei em informática, não falei em programar nem bases de dados nem fazer o que um eng.º informático faz, apenas office, e ter destreza a trabalhar num computador, mas isso penso que alguém na casa dos 20 anos faz com toda a certeza. As línguas que aprendi, evidente que não aprendi literatura, mas para o eu necessito chega perfeitamente para os meus objetivos, pois é para acompanhamento de clientes alemães, aquilo que sei chega perfeitamente.

O que eu queria passar, é que um curso é uma grande mais-valia, não tenham dúvidas, dá-nos ferramentas que não tinhas de outra forma. Dá-nos uma preparação muito grande para ultrapassar as adversidades do dia-a-dia num trabalho, mas evidente que sem curso também podes ser bem sucedido.