Que programa doutoral escolher?

   

krugman

Membro Caloiro
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12 Janeiro 2025
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10
Estou a pensar candidatar-me a um programa doutoral na área de economia.

Nas universidades mais perto da minha residência, a duração é de 4 anos.

Mas em Aveiro é de 3.

Supondo possibilidade de escolha, como ordenariam UBI, COIMBRA, AVEIRO e MINHO (neste caso gestão ou economia).

Obrigado.
 
Então o que pretendes tirar do doutoramento é principalmente o grau, para ter acesso ao melhor salário?
Se assim for, acho que faz mais sentido ires para Aveiro, onde o curso é mais curto.
 
Então o que pretendes tirar do doutoramento é principalmente o grau, para ter acesso ao melhor salário?
Se assim for, acho que faz mais sentido ires para Aveiro, onde o curso é mais curto.
Sim, não pretendo ser prémio Nobel. Já me resignei 😀

Algum feedback relativamente à dificuldade, se é que se pode comparar, entre Aveiro, Minho, Coimbra, UTAD, compostela e vigo?

Refiro-me a economia - por exemplo, no minho levamos com bastante econometria.
 
Não consigo opinar quanto à dificuldade dos programas doutorais em Economia destas universidades, especificamente. No geral, as melhores universidades tendem a ser mais exigentes. Colocaria o Minho e Aveiro no mesmo patamar, Coimbra talvez no mesmo talvez um bocadinho abaixo, e acima das restantes, mas é só especulação.
 
Não consigo opinar quanto à dificuldade dos programas doutorais em Economia destas universidades, especificamente. No geral, as melhores universidades tendem a ser mais exigentes. Colocaria o Minho e Aveiro no mesmo patamar, Coimbra talvez no mesmo talvez um bocadinho abaixo, e acima das restantes, mas é só especulação.
Eu baseio-me na carga de econometria: no minho é bastante.

O que nem seria mau de todo, mas o programa dura 4 anos - o que é imenso. Além do mais, o Minho julgo.ainda ter uma pareceria com coimbra: seria um semestre em cada lado (julgo!).

As espanholas estão conotadas como sendo fáceis. Os meus colegas.equiparam a exigência de vigo e compostela a trabalhar no Mac - claro que estão a exagerar, mas dá para perceber a mensagem.

Aveiro é 3 anos, sem meio semestre aqui e outro ali, e com a vantagem de poder tentar arranjar coorientador mais perto de casa.


Reapondendo à tua pergunta inicial: quero melhorar o meu salário horário mas também quero aprender!
 
Parece que a questão se resume a se estás disposto a aplicar mais um ano a estudar para aprender mais.
Estás a referir-te à diferença entre a duração total dos programas? Ou seja, 4 vs 3?
Se sim, a minha resposta é simples: os factores de impacto e publicações são relevantes, mas não sonho sequer publicar na AER.
O meu ponto forte é mesmo dar aulas, não tanto martelar os dados para contarem determinada história.
Sou pragmático.
Tenho colegas, dos mais antigos, que não sabem distinguir um logit de um probit. E nada contra.
A econometria não me assusta. Assusta-me, sim, o ano adicional - por vezes anos - de certos programas.
 
Eu confiaria mais no meu instinto do que nas palavras de colegas.
Dizes que lá é mais fácil, mas é facilidade que pretendes?
Tinhas dado uma lista no início de universidades que ficavam mais perto. A Galiza fica longe.
O problema de Aveiro é a dimensão pequena do departamento de Economia e do centro de investigação correspondente. Numa universidade maior como a do Porto ou de Coimbra tens vários especialistas de cada disciplina da Economia - em Aveiro, algumas não estarão sequer representadas.
 
Ou seja, 4 vs 3?
Vou dar uma opinião muito sincera sobre o que costumo ouvir de programas doutorais com duração de 3 anos: a maioria (mesmo não bolseiros da FCT), não conclui nos supostos 3 anos. É super comum fazerem mais 1 ano, então acho que pensares em 3 vs 4 anos não precisa necessariamente de ser um factor critico na escolha. Tenta pensar em que áreas se inserem mais as diferentes instituições, centros de investigação e o que fazem os seus investigadores em geral. Tenta escolher uma instituição que esteja próxima das tuas áreas de interesse porque ninguém é simplesmente investigador a nome próprio e vais ter de trabalhar bastante com outras pessoas; se os outros não têm nada em comum contigo, vai ser difícil ficares inserido e em contacto com pessoas do meio (a parte das conexões é muito útil, especialmente se o teu plano é vir a dar aulas - prof x da tua área convida-te para dares umas aulas em cadeiras de licenciatura, mestrado e isso é bom para me teres a perna em dar aulas). Tudo isto é muito baseado no que conheço da minha experiência e dos outros, pelo que no final do dia acho que deves seguir muito a tua intuição na escolha final. Boa sorte!
 
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Vou dar uma opinião muito sincera sobre o que costumo ouvir de programas doutorais com duração de 3 anos: a maioria (mesmo não bolseiros da FCT), não conclui nos supostos 3 anos. É super comum fazerem mais 1 ano, então acho que pensares em 3 vs 4 anos não precisa necessariamente de ser um factor critico na escolha. Tenta pensar em que áreas se inserem mais as diferentes instituições, centros de investigação e o que fazem os seus investigadores em geral. Tenta escolher uma instituição que esteja próxima das tuas áreas de interesse porque ninguém é simplesmente investigador a nome próprio e vais ter de trabalhar bastante com outras pessoas; se os outros não têm nada em comum contigo, vai ser difícil ficares inserido e em contacto com pessoas do meio (a parte das conexões é muito útil, especialmente se o teu plano é vir a dar aulas - prof x da tua área convida-te para dares umas aulas em cadeiras de licenciatura, mestrado e isso é bom para me teres a perna em dar aulas). Tudo isto é muito baseado no que conheço da minha experiência e dos outros, pelo que no final do dia acho que deves seguir muito a tua intuição na escolha final. Boa sorte!
Obrigado!
Sem desprimor pelos restantes, este terá sido o comentário mais importante.

Tenho um ou outro professor que me dizem para me apressar a tirar o doutoramento. A opção Galiza, nem era considerada inicialmente, surgiu porque não tem parte escolar. Alguns colegas.que tiraram doutoramento com parte escolar dizem-se arrependidos, pois sentiram que o valor acrescentado do tempo da parte escolar vs estudarem sozinhos pelos livros era quase zero.
Por outro lado, como nós nem sempre damos as mesmas cadeiras ao longo dos anos, a aprendizagem é feita on the job.

Daí a opção Galiza: não é necessariamente a mais perto de casa, mas, até pela rede de colegas do departamento, será aquela onde terei maior e melhor suporte científico.
 
Obrigado!
Sem desprimor pelos restantes, este terá sido o comentário mais importante.

Tenho um ou outro professor que me dizem para me apressar a tirar o doutoramento. A opção Galiza, nem era considerada inicialmente, surgiu porque não tem parte escolar. Alguns colegas.que tiraram doutoramento com parte escolar dizem-se arrependidos, pois sentiram que o valor acrescentado do tempo da parte escolar vs estudarem sozinhos pelos livros era quase zero.
Por outro lado, como nós nem sempre damos as mesmas cadeiras ao longo dos anos, a aprendizagem é feita on the job.

Daí a opção Galiza: não é necessariamente a mais perto de casa, mas, até pela rede de colegas do departamento, será aquela onde terei maior e melhor suporte científico.
Eles têm razão, não é grave demorares uns anos de todo, mas o que interessa é essencialmente teres o grau. Sem o grau simplesmente não há posições de professor. Não ter parte curricular de facto não é grave porque quem tira um doutoramento não é propriamente alguém que precisa de "aulas" (aliás, os seminários costumam ser mais discussões entre doutorandos do que aprendizagens novas). As aprendizagens era algo esperado já de trás, assume-se que o doutorando já saberá todas as ferramentas para poder introduzir conhecimento novo sobre um determinado tema. Tem cuidado para não te isolares entre ti e os teus orientadores porque (parece-me) é muito benéfico discutir o tema com pares sem ser quem te está a orientar. Como é que podes compensar isso? Indo a conferências, se tens oportunidade; vai a tudo o que conseguires porque não são só as publicações de paper que contam para uma carreira de investigação/ensino. As conferências costumam ser úteis também para conheceres outras pessoas.

Eu acho que tu já tens a tua escolha mais ou menos feita, agora é explorares o teu tema. Boa sorte!
 
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Eles têm razão, não é grave demorares uns anos de todo, mas o que interessa é essencialmente teres o grau. Sem o grau simplesmente não há posições de professor. Não ter parte curricular de facto não é grave porque quem tira um doutoramento não é propriamente alguém que precisa de "aulas" (aliás, os seminários costumam ser mais discussões entre doutorandos do que aprendizagens novas). As aprendizagens era algo esperado já de trás, assume-se que o doutorando já saberá todas as ferramentas para poder introduzir conhecimento novo sobre um determinado tema. Tem cuidado para não te isolares entre ti e os teus orientadores porque (parece-me) é muito benéfico discutir o tema com pares sem ser quem te está a orientar. Como é que podes compensar isso? Indo a conferências, se tens oportunidade; vai a tudo o que conseguires porque não são só as publicações de paper que contam para uma carreira de investigação/ensino. As conferências costumam ser úteis também para conheceres outras pessoas.

Eu acho que tu já tens a tua escolha mais ou menos feita, agora é explorares o teu tema. Boa sorte!
Muito obrigado pelo teu tempo! A sério!
As tuas palavras fazem todo o sentido.
Obrigado!
 
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Qual é a disciplina da Economia que pretendes explorar, se não te importares de dizer? Pelo que sei, Aveiro tem tido falta de professores de Macroeconomia, portanto pode não ser a melhor opção para estabeleceres uma rede nessa área.
 
Qual é a disciplina da Economia que pretendes explorar, se não te importares de dizer? Pelo que sei, Aveiro tem tido falta de professores de Macroeconomia, portanto pode não ser a melhor opção para estabeleceres uma rede nessa área.
Pelo que sei, as coisas não funcionam bem assim. Há uma hierarquia dos professores, em que os mais graduados escolhem primeiro o seu serviço docente.
Adoro macroecomomia, mas nunca tive a sorte de a leccionar.
O "jogo" começa a funcionar quando for doutorado e enquanto os outros professores e alunos gostarem de mim/meu trabalho.
Tenho perfeita noção que a minha maior carga horária será uma externalidade de sabáticas, licenças (sem vencimento, maternidade, ....), baixas médicas e outros impedimentos.

Tal como referi em cima, sou um pragmático com perfeita noção da forma como as peças de movem. Não ambiciono publicar em top fields. Quero, sim, valorizar o meu trabalho.
 
os mais graduados escolhem primeiro o seu serviço docente.
Não entendi bem o que queres dizer com isto, os concursos que vi são para professores em áreas específicas ou até disciplinas específicas. Não faria muito sentido um especialista de Microeconomia começar a dar aulas de Macroeconomia um dia só porque sim, por exemplo.
 
Não entendi bem o que queres dizer com isto, os concursos que vi são para professores em áreas específicas ou até disciplinas específicas. Não faria muito sentido um especialista de Microeconomia começar a dar aulas de Macroeconomia um dia só porque sim, por exemplo.
Está bem enganado. Dependendo da categoria, existe preferência pelo serviço docente.
Por exemplo, um catedrático especialista em macro pode preferir leccionar econometria - mesmo havendo um econometrista na casa (no caso supõe uma "luta" catedrático vs associado com agregação, por exemplo).
As coisas são mesmo assim.