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- 5 Dezembro 2015
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- Computer Science
Acho que independentemente de ser "estranho" para os outros ou não, o mínimo que podemos fazer é respeitá-lo. Isto é algo que só diz respeito a ele e mais ninguém. As pessoas não passam a ter direito a uma opinião sobre a forma como o devem tratar só porque o viram em algum filme ou em algum contexto social...Nada contra a Ellen Page ser transgénero, cada pessoa é livre de se identificar ou fazer as operações que achar necessárias para se sentir bem consigo mesma. Agora, será que é necessariamente insultuoso referir-se na notícia pelos pronomes femininos que sempre a caracterizaram a vida toda até ao momento?
Até por uma questão de enquadramento da notícia, se referir-se apenas que Elliot Page assumiu ser transgénero e mesmo referindo os filmes em que protagonizou, a maioria das pessoas não o iria reconhecer. Iria reconhecer sim pelo nome Ellen e pela fotografia enquanto mulher que são a identidade pela qual foi sempre conhecida. E mesmo com o passar do tempo, a sua identidade passada assim como os filmes que protagonizou irão ser sempre relembrados pela sua identidade enquanto atriz.
Seria o mesmo que agora o Cristiano Ronaldo assumir-se transgénero e passar-se a chamar Joana. Todos os fãs de futebol, por mais que começassem a referir-se enquanto Joana, iria ser sempre relembrado pelos feitos enquanto Cristiano Ronaldo. A fim ao cabo é a mesma pessoa mas com duas identidades diferentes cuja nenhuma das mesmas deve ser reprovável de ser referida, na minha opinião.
Da mesma forma que se algum João se sentir mais confortável a ser chamado de Jota ou pelo sobrenome, toda a gente vai passar a chamá-lo por Jota ou pelo sobrenome sem grande aparato. A diferença é que para uma pessoa transgénero a mudança está sobre algo muito mais profundo e importante do que passar a ser tratado por Jota com consequências muito reais a nível pessoal e psicológico. Fico feliz pelo Elliot por ter tido a coragem que teve, não deve ter sido uma decisão fácil mas o mais importante é viver a nossa verdade.
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