Olá!
Tal como tu, também fui um caso em que comecei com notas a Português que chegaram a um ponto em que não satisfaziam os meus objectivos para a disciplina. A primeira coisa que fiz foi tentar
identificar as coisas que normalmente me faziam perder pontos, sem descartar uma "avaliação" de todos os parâmetros. Peguei nos meus testes antigos e fui procurando reparar em quantos pontos perdi e onde é que se concentravam esses pontos. Ora, no meu caso, era bastante óbvio que costumava perder mais pontos na gramática, a nível de composição estava bem e na educação literária também podia fazer algumas melhorias, especialmente quando se tratava de interpretar poesia. Ao ficar ciente do que normalmente me fazia perder pontos, comecei a ficar mais atenta a essas questões: peguei nos exercícios de gramática das aulas e revia antes dos testes, para me lembrar da lógica por detrás dos exercícios e quanto à educação literária, também passei a fazer esse exercício de reflexão sobre os textos que lemos em aula: tentar lembrar-me do que foi dito em aula e reler o texto ao mesmo tempo que pensava nesses aspectos.
Acho que se as tuas dificuldades residem na educação literária, parte muito de uma questão de
leres mais (relê os textos das aulas, procura novos textos dos mesmos autores e perde um bocadinho do teu tempo só nisto; podes fazer isso antes de ires dormir, por exemplo). No que toca à escrita, acho que uma forma simples de treinares essa parte é
pegares em exercícios que envolvam escrever: podem ser tirados dos exames nacionais de anos anteriores, mas recomendaria também procurares os exercícios do teu manual e caderno de actividades. Digo isto porque, normalmente, os manuais apresentam uma maior variedade de tipologia de texto: expositivo, argumentativo, de opinião (...). Um bom exercício é ires ver o que é que "pede" cada um destes textos e tentares enquadrar o teu texto dentro dessas pequenas "regras". Uma coisa que deves sempre tentar é fazer-te ser claro e isso deve reflectir-se na tua estrutura do texto: o que escreves na introdução tem de ser uma boa "ponte" para aquilo que vais desenvolver nos parágrafos seguintes e a tua conclusão deve estar aliada a esse desenvolvimento.
Nunca concluas com algo que não mencionaste sequer no teu texto. Não faças uma introdução excessivamente longa ou isso vai comprometer o número de palavras que depois tens para o desenvolvimento. A nível de parágrafo, sempre que vais apresentar um novo "tema", ponto, argumento, deves fazê-lo num parágrafo diferente. Este tipo de "regras" são coisas que vêm com o tempo e quanto mais te habituares a fazer uma exposição de ideias, melhores maneiras encontrarás de como responder adequadamente a um exercício.
Costumo pensar que, normalmente, quem produz uma boa composição, desenrasca-se bem na parte da interpretação do texto. Se já souberes como podes dar uma resposta clara, é meio caminho andado para comunicares uma ideia com clareza e isso é sempre bom e dá-te alguns pontinhos. Claro, depois deves fazer a interpretação adequada ou
fazer o que o exercício está a pedir. Neste aspecto, recomendo que observes sempre qual é o verbo utilizado na questão (deixo-te um link sobre o assunto:
http://centrorecursos.movimentoesco..._essenicalizacao_informacao_II_arodrigues.pdf). Compreender a lógica da questão é uma forma de, pelo menos, saberes o que querem que faças. A parte do efectivamente fazer devo dizer-te que, em Português, existe sempre uma margem para as classificações dos profs, apesar de existirem critérios para as perguntas, nem sempre um prof vai avaliar-te da mesma maneira, portanto, não acho que exista um manual de regrinhas que façam um aluno ficar objectivamente um aluno de "18 ou 19 valores", pelo que não é fácil perceber como melhorarmos. Penso, no entanto, que tens pelo menos aqui algumas dicas para pensares sobre o assunto.
Não desistas, de todo, em 2018 eu fui a exame e o primeiro professor classificador deu-me uma nota 3 valores abaixo do que eu esperava. Pedi reapreciação, precisamente porque baixava-me a média uma décima e subi esses mesmos 3 valores (lá está,
professores diferentes podem avaliar de forma diferente, por vezes). Comecei a disciplina com 17 no final do 10º ano e acabei o 12º com 19, sempre com o mesmo prof e acho que fazer um esforço por melhorar pode dar bons resultados. Se não der, não fiques excessivamente vidrado na diferença de 1 décima, porque não vale a pena - o esforço que fizeste até lá será, no mínimo, algo útil para levares para o futuro.
Não recomendo propriamente comprares manuais de apoio ao exame, mas isto é uma opinião absolutamente pessoal minha: no meu caso, tive acesso a um livro de colegas e estive um bom tempo a olhar para o livro e achei que o mesmo não valia a pena gastar quase 30 euros porque repetia a matéria que eu já tinha nos meus manuais (e que nos manuais até tinha sempre um capítulo de resumo, pelo que o manual do exame estava só a repetir matéria exaustivamente) e a nível de exercícios, não achei melhor que os que tinha por resolver nos meus cadernos de actividades. Quanto a provas-modelo e a exames nacionais, costumam ter provas-modelo aqui no Uniarea (e foi sem dúvida uma ferramenta útil no meu estudo), tens aqui a nossa
secção de Apontamentos: Português Recomendo também que experimentes ver a secção de Literatura Portuguesa, uma vez que o programa é muito parecido com Português e normalmente dão-se os mesmos autores, pelo que podes, por exemplo, encontrar mais textos e mais exercícios a nível de escrita (Literatura é quase o programa de Português, mas com algumas obras diferentes, dos mesmos autores e sem gramática). A nível de exames, encontras tudo no site do IAVE, pelo que não sei até que ponto "compensa" comprares simplesmente um manual de exame, mas reforço que isto é uma opinião minha (e da minha carteira, que gosta sempre de poupar quando pode

).
Boa sorte!