Boas Margot, queria dizer-te que não existirá só 1 estratégia para ter notas de topo a matemática A, e contando-te a minha história percebes porquê.
Hoje estou a acabar o meu 2º ano de engenharia, e portanto foi no ano letivo de 2017/2018 que fiz o exame de matemática A, que foi o 1º ano de exames com o novo programa e recordo-me que foi um ano em que o exame da 1ª fase (não falo do da segunda, porque não o fiz) foi criticado por ter sido demasiado difícil, mesmo pela SPM (sociedade portuguesa de matemática), algo que (pelo menos até então) não tinha acontecido.
Ainda assim (naquele que considero ser o meu milagre do secundário) tirei 195 pontos, na 1º fase.
O meu percurso:
Comecei o 10º ano bem, e lembro-me de que no 1º período consegui acabar com 18; no 2º período comecei a empancar um pouco com a matéria e como não dediquei atenção suficiente ao estudo a matemática A (nem ao que quer que fosse - é uma das coisas que eu me arrependo ao olhar para trás, não ter estudado as coisas que eram realmente importantes) fui descendo as notas (penso que acabei com 17 no 2º período); no 3º aconteceu o mesmo e acabei o 3º período com 15.
Resultado: acabei o ano com 17 (a minha escola na avaliação final do período não contabilizava as notas dos períodos anteriores, cada período era contado separadamente e depois a nota final era a média arredondada).
No 11º ano, o percurso foi mais ou menos o mesmo; no 1º período acabei com 18, no 2º período acabei com 17 mas no 3º período consegui reerguer-me um pouco, e acabei com 18.
Nota final 11º ano: 18
No 12º ano, foi um ano diferente, mudei de escola e estava farto de começar bem o ano a matemática mas depois ir-me perdendo, e portanto propus-me a estudar mais regularmente.
Acabei por ir estudando mais regularmente, mas ainda assim longe dos hábitos que adotei quando entrei na faculdade.
Resultado: consegui acabar os 3 períodos com 18 valores.
Nota final do secundário (sem exames): 18 valores.
A esta altura, estava eu a acabar as aulas no 12º ano e tinha o exame de português e o de matemática pela frente; e tinha (se não estou em erro) uns 15 ou 16 ou 17 dias até ao exame de matemática; o de português era 2 ou 3 dias antes.
Já sabia bem o percurso universitário que queria fazer, e portanto tinha a certeza que português não seria uma prova de ingresso, pelo que acabei nesse tempo por não estudar quase nada (2 ou 3 dias). Depois o resultado viu-se.... fui com 16 a exame e no exame tirei 10,5...
A matemática a minha situação não estava famosa: não tinha feito qualquer exame até à altura, tinha a matéria do 12º ano mais ou menos lembrada mas a de 10º e 11º estava quase completamente esquecida (não fiz revisões nenhumas durante o 12º ano).
Por esta altura, a decisão da maior parte dos meus colegas foi fazer exames e depois as perguntas que eles não percebessem iam rever a matéria; pessoalmente não quis adotar esta estratégia porque ela só daria certo se tivesses a sorte da estrutura do teste ser exatamente igual à estrutura dos outros anos, e em ano de mudança de programa decidi não arriscar.
Por esta altura, tenho a certeza que se fizesse a fazer um exame de matemática que tiraria negativa
Fui pelo caminho mais longo: comecei do zero, e revi (ou aprendi...) toda a matéria do secundário que saía no exame em 2 semanas.
E quando digo aprendi, não é só fazer exercícios, é aprender como se estivesse a aprender do zero, ou seja, a começar pela parte conceptual e só depois nos exercícios. Tive uma grande sorte de ter já na altura muito material disponível no youtube (mesmo em português de portugal) sobre matemática A e tu nem imaginas o quão isso me acelerou o meu processo - sempre achei matemática muito mais difícil de aprender ao ler por livros do que ao assistir a aulas, e continuo com a mesma opinião depois de ter feito 30ECTS (o equivalente a um semestre inteiro - basicamente metade de um ano) a cadeiras de matemática na universidade. Se não tivesse o youtube, podes crer que estaria bem tramado.
Já a parte dos exercícios fiz pelos livros que tive no secundário - fiz os exercícios que iam aparecendo nas páginas em que se dava a matéria, não tive tempo para fazer aqueles do final dos capítulos.
Acabei por rever a matéria à justa do tempo, e deitei-me às 2 e meia da manhã (já no dia do exame) para ter que acordar às 7 - não só não fiz nenhum exame como não fiz nenhum exercício de exame nessas 2 semanas.
Como imaginas, não ia muito confiante visto que tinha revisto a matéria de 3 anos em 2 semanas à pressa, sem ter feito exames nenhuns - no ano passado tinha feito o mesmo a Físico-Química A e a coisa correu-me mal (fui a exame com 18 e tirei 14.7 no exame).
No dia do exame em si, fui fazendo todas as perguntas (com alguma confiança até, mais do que esperava inicialmente) até que cheguei à última pergunta - era uma pergunta mais abstrata, e como depois confirmei, é um tipo de pergunta que costuma aparecer no final do exame de matemática A, e digo "como depois confirmei" porque na altura não tendo feito nenhum exame, não sabia que este tipo de perguntas existia.
Atrapalhei-me um pouco nessa pergunta e não tive tempo para a fazer na totalidade como eu queria (quer dizer, cheguei ao fim da pergunta, mas saltei alguns passos).
Saí do exame a pensar que dificilmente conseguiria manter o 18 (objetivo inicial)... mas vá-se lá saber porquê, quem corrigiu o meu exame só lhe tirou 5 pontos em 200 e tirando 195, a nota final arredondou para 20, o que fez com que acabasse matemática A com 19.
Se tenho orgulho no percurso que fiz? Não.
Apesar de ter acabado com uma nota bastante boa, preferia muito mais ter chegado lá a ter estudado regularmente do que ter feito como fiz - como disse anteriormente é algo que me arrependo ao olhar para trás e que comprometi-me a melhorar na universidade (e melhorei bastante, ainda que não consiga cumprir isto a 100%).
Se leste tudo o que está para trás parabéns, e boa sorte durante o teu exame!