Vacinação Covid-19 e Ensino Superior

   
Eu não irei parar por aqui visto que todos os profissionais de saúde (e estudantes) devem ser agentes ativos de saúde pública e lutar contra a desinformação.
Não posso colocar em posts toda a evidência científica sobre este assunto porque seria impossível, mas tentarei abordar alguns dos temas de forma a esclarecer quem que possa ler alguns comentários e não ficar devidamente esclarecida sobre os factos.

Há vários conceitos errados aqui: 1º) as 4 vacinas que estão a ser administradas na Europa estão aprovadas e têm comprovadamente uma relação benefício-risco positiva, foram feitos ensaios clínicos com dezenas de milhares de pessoas, largamente superior a qualquer medicamento recentemente introduzido no mercado. Quando se diz "vacina experimental" está errado, isso é antes da AIM (Autorização de Introdução no Mercado). Se querem referir-se ao facto de ser uma AIM condicional, vão ter de referir as dezenas de medicamentos (extra-covid) que são aprovados da mesma forma (oncologia, doenças raras, genéticas), obrigando apenas a que a empresa tenha de apresentar resultados mais frequentemente e mais rápido do que noutros casos, devido a uma necessidade elevada daquele medicamento no mercado. 2º) Obviamente que se estão a investigar medicamentos para tratamento da covid-19, a questão é que o desenvolvimento demora muito mais, porque é mais difícil comprovar em ensaios clínicos uma relação benefício-risco no tratamento de uma doença tão complexa como a covid-19...há décadas que se tenta isso para o tratamento do choque séptico e ainda não se conseguiu. 3º) Por isso mesmo não faz sentido vacinar daqui a uns anos...o objetivo das vacinas é precisamente evitar que as cadeias de transmissão sejam eficazes agora a travar a pandemia, daqui a uns meses/anos é quando as vacinas serão menos importantes, apenas para população em risco, tal como hoje em dia é com a gripe. Com anos de contacto com o SARS-CoV-2 grande parte da população, entre vacinações e inevitavelmente infeções naturais, terá já uma imunidade forte para o vírus.
Achar que se pode tratar doentes com medicamentos, quando eles não existem e são referidos ensaios in vitro de uns quantos é simplesmente não conhecer o processo de desenvolvimento e aprovação de medicamentos.


Novamente, há várias coisas erradas aqui. A tecnologia das vacinas mRNA já existe há anos...desde as epidemias SARS e MERS que se estão a estudar vacinas mRNA e de vectores virais para coronavirus (algumas delas chegaram a ser estudadas em ensaios clínicos). Aliás, se este utilizador está tão esperançado nas vacinas de vírus atenuados, bem que pode esperar visto que as que estão mais avançadas têm uma percentagem de eficácia consideravelmente inferior às de mRNA e vectores virais. Tal como já foi referido, foi um conjunto de um grande esforço científico, económico e regulamentar que permitiu que o tempo fosse encurtado comparativamente ao normal.


Mais incorreções...! Estas vacinas são extremamente seguras! A incidência de reações adversas é inferior a outras vacinas (gripe p.ex.) e na largar maioria dos casos são reações locais e as reações sistémicas (febre, mialgias, etc) são leves/moderadas e facilmente geridas. As reações adversas graves são extremamente raras, a questão é que nunca houve tanta atenção sobre a administração de um medicamento, muito menos nunca foi administrado um medicamento a tantas pessoas num intervalo de tempo tão curto. Há que ser crítico na análise de dados e notícias. Isto é válido em todas as áreas de conhecimento, engenharia, economia, política, etc...mas na área da saúde, ao não se ser crítico há consequências de saúde pública, para o indivíduo e para a população.

Espero que sirva para clarificar um pouco as dúvidas e agradeço também o excelente input do Snarky Puppy, que subscrevo na íntegra.
Apelo novamente para que não espalhem informação errada e que pensem sobre os assuntos antes de emitir "opiniões" que não são baseadas em evidências. Principalmente não podem falar de questões complexas como "eficácia" e "reações adversas" se não são da área da saúde, porque claramente que terão um suporte menor de informação para poderem interpretar os dados. Tal como eu não emito opiniões públicas sobre assuntos sobre os quais não percebo.

Apelo também que, visto que foi referido "discurso de ódio" e "violência gratuita", na mesma frase não se utilize a ironia de atribuir aos comentários a justificação de "a pandemia ter afetado a saúde mental" de algumas pessoas. É feio e principalmente sabendo que os problemas de saúde mental são reais e sérios, não deveria sequer ter sido insinuado.

Concluo, pedindo que a moderação (que imagino que já não tenha muito tempo) tente controlar as opiniões nestes temas de modo a que informação falsa e sem evidência científica seja propagandeada. Num fórum de estudantes e de pessoas que vão formar a sociedade do futuro, não pode haver um foco de veículo de informação falsa ou mal interpretada...não é censura, é saúde pública.

Cumprimentos a todos
👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
 
Isto é uma vergonha. Alunos da FCUP a espalhar desinformação num fórum onde há um monte de estudantes, isto tem de ser crime. As pessoas não podem simplesmente dizer o que querem e bem lhes apetece se estão a colocar a saúde pública em perigo.

É óbvio que os moderadores não podem estar aqui 24 sob 7, também tem vida própria, mas sugiro que comecem a banir tudo que vier com teorias da conspiração.

por fim, vacinem-se sem medos! Por vocês e por todos à vossa volta.
 
Agradeço também aos moderadores da uniarea para fazerem algo em relação aos teus comentários. @davis

Concluo, pedindo que a moderação (que imagino que já não tenha muito tempo) tente controlar as opiniões nestes temas de modo a que informação falsa e sem evidência científica seja propagandeada. Num fórum de estudantes e de pessoas que vão formar a sociedade do futuro, não pode haver um foco de veículo de informação falsa ou mal interpretada...não é censura, é saúde pública.

É óbvio que os moderadores não podem estar aqui 24 sob 7, também tem vida própria, mas sugiro que comecem a banir tudo que vier com teorias da conspiração.
Sobre os últimos comentários deste tópico:
  • Os comentários que apresentam informações que possam por alguém em perigo e divulgam informações erradas sobre o funcionamento, segurança e eficácia das vacinas foram sinalizados.
  • Acho que a melhor forma de combater a desinformação será contraponto com as respetivas informações válidas, algo que foi realizado por alguns utilizadores, e agradeço, daí as mensagens terem sido sinalizadas e não eliminadas.
  • Qualquer novo comentário que não acrescente nada a discussão, quer na base do achismo, quer em ameaças e discurso de ódio será eliminado.
  • Próximos comentários que não estejam relacionados com o tema do tópico, que não é o funcionamento, segurança e eficácia das vacinas, serão eliminados.
 
Já foram divulgadas as orientações às instituições do ensino superior sobre o funcionamento das aulas, das cantinas/refeições, das residências de estudantes, e dos estágios, entre outras. Está aqui um resumo, estando no fim da notícia o documento completo:

 
Já foram divulgadas as orientações às instituições do ensino superior sobre o funcionamento das aulas, das cantinas/refeições, das residências de estudantes, e dos estágios, entre outras. Está aqui um resumo, estando no fim da notícia o documento completo:

Não vi a falarem de testes gerais no inicio do ano lectivo
 
Não vi a falarem de testes gerais no inicio do ano lectivo
Certo, o documento não prevê, até agora, um programa geral de testagem.

Pode ser que entretanto reativem o programa de testagem da Cruz Vermelha Portuguesa para o ensino superior, à semelhança do que está a ser feito no básico/secundário.
 
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Certo, o documento não prevê, até agora, um programa geral de testagem.

Pode ser que entretanto reativem o programa de testagem da Cruz Vermelha Portuguesa para o ensino superior, à semelhança do que está a ser feito no básico/secundário.
Seria interessante fazerem uma testagem geral (e altamente recomendável) a todos os alunos antes de iniciarem as aulas no ensino superior. Pelo menos garantia-se um menor risco inicial, ao separar de imediato indivíduos infectados dos restantes, evitando o desenvolvimento de potenciais cadeias de transmissão tão precocemente.

Parece-me é que, mesmo no ensino secundário, os testes vão ser feitos um bocado tarde. 😐 As aulas já têm começado, alunos de diferentes localidades vão estar em contacto, etc... Também não deve ser propriamente fácil gerir estas "testagens massivas"...
 
Seria interessante fazerem uma testagem geral (e altamente recomendável) a todos os alunos antes de iniciarem as aulas no ensino superior. Pelo menos garantia-se um menor risco inicial, ao separar de imediato indivíduos infectados dos restantes, evitando o desenvolvimento de potenciais cadeias de transmissão tão precocemente.

Parece-me é que, mesmo no ensino secundário, os testes vão ser feitos um bocado tarde. 😐 As aulas já têm começado, alunos de diferentes localidades vão estar em contacto, etc... Também não deve ser propriamente fácil gerir estas "testagens massivas"...
Concordo que faz sentido. Há instituições que já se estão adiantar a isso e pelo menos o Técnico irá manter o programa de testagem.
 
Concordo que faz sentido. Há instituições que já se estão adiantar a isso e pelo menos o Técnico irá manter o programa de testagem.
Acho que li hoje que a UPorto também vai fazer isso na próxima semana, acho eu. Não sei é se vai acontecer o mesmo com os alunos do 1° ano que começam as aulas mais tarde, em algumas das faculdades.
 
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Certo, o documento não prevê, até agora, um programa geral de testagem.

Pode ser que entretanto reativem o programa de testagem da Cruz Vermelha Portuguesa para o ensino superior, à semelhança do que está a ser feito no básico/secundário.
Mas supostamente pelo que tenho conhecimento das escolas daqui da minha zona, a testagem é facultativa. Vamos ver como será. Mas não me apetece nada ter aulas presenciais :/
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Acho que li hoje que a UPorto também vai fazer isso na próxima semana, acho eu. Não sei é se vai acontecer o mesmo com os alunos do 1° ano que começam as aulas mais tarde, em algumas das faculdades.
Na UP pelo menos eu estudava lá no ano passado e o teste era facultativo.
 
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Apesar de não ser desprovido de lógica (sempre faz um rastreio inicial) a utilidade dos testes no início do ano lectivo é bastante limitada. São negativos num dia mas passado 1 semana podem não ser. Principalmente quando as cooesções meteorológicas levarem a maiorc oncentrações em ecosços fechados a probabilidade de infecções é maior.
Testes em Setembro servem mais como pro forma do que tendo um impacto significativo na Saúde Pública e cadeias de transmissão. Principalmente sabendo que será após os testes que há mais confraternização estudantil.
Nada como ter uma boa cobertura vacinal na população estudantil e utilização de máscara nos espaços fechados das instituições.
Abraço a todos e bom início de ano letivo
 
Apesar de não ser desprovido de lógica (sempre faz um rastreio inicial) a utilidade dos testes no início do ano lectivo é bastante limitada. São negativos num dia mas passado 1 semana podem não ser. Principalmente quando as cooesções meteorológicas levarem a maiorc oncentrações em ecosços fechados a probabilidade de infecções é maior.
Testes em Setembro servem mais como pro forma do que tendo um impacto significativo na Saúde Pública e cadeias de transmissão. Principalmente sabendo que será após os testes que há mais confraternização estudantil.
Nada como ter uma boa cobertura vacinal na população estudantil e utilização de máscara nos espaços fechados das instituições.
Abraço a todos e bom início de ano letivo
Concordo mas quero relembrar de uma coisa.
Tenho imensos colegas negacionistas que não quiseram ser vacinados e a mascara usam-na mal colcoada (elasticos cruzados, super larga, nunca trocam, nariz de fora) até que ponto podemos estar seguros? E como é que alguem se vai sentir seguro na hora de almoço? Tendo em conta que esses negacionistas não são testados nem vacinados e ninguém come de mascara?
Isto assuta-me muito, até porque vem os meses frios e vai ser uma junção de covid+ outros virus respiratorios + gripe.
 
Concordo mas quero relembrar de uma coisa.
Tenho imensos colegas negacionistas que não quiseram ser vacinados e a mascara usam-na mal colcoada (elasticos cruzados, super larga, nunca trocam, nariz de fora) até que ponto podemos estar seguros? E como é que alguem se vai sentir seguro na hora de almoço? Tendo em conta que esses negacionistas não são testados nem vacinados e ninguém come de mascara?
Isto assuta-me muito, até porque vem os meses frios e vai ser uma junção de covid+ outros virus respiratorios + gripe.
Uau, parece que estás a falar de outro país, eu não conheço absolutamente ninguém que se tenha recusado a levar a vacina. Até fico de boca aberta
 
Concordo que faz sentido. Há instituições que já se estão adiantar a isso e pelo menos o Técnico irá manter o programa de testagem.
A FMUL também vai manter.
Despacho que saiu hoje: https://www.medicina.ulisboa.pt/sites/default/files/documentos/despacho-83-2021.pdf (info sobre testagem na página 3).

Esta questão da testagem e a diferença entre vacinados e não vacinados é variável entre faculdades, até mesmo entre as próprias faculdades de Medicina.
 
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Uau, parece que estás a falar de outro país, eu não conheço absolutamente ninguém que se tenha recusado a levar a vacina. Até fico de boca aberta
Estás com sorte então, eu e outras colegas chegamos inclusive a ser insultadas e bloqueadas por uma sujeita porque fomos vacinadas. Mas enfim,por isso eu acho que não-vacinados devem ser testados todas as semanas, eu sei que um vacinado pode ser infectado e infectar outras pessoas, a vacina ajuda a reduzir a infecção apenas, mas é preciso fazer diferença entre vacinados e não-vacinados de forma que toda a gente acabe por se vacinar.
 
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NA FMUP é obrigatorio Vacina e testes para não vacinados de 3 em 3 dias (e esses devem pagar o teste), tenho uma pessoa proxima que estuda na FMUP e mostrou-me o email da comissão de curso.
Exato, a @Blasty também já tinha referido isso algures. Então só testam pessoas não vacinadas para aulas presenciais e atividade clínica/estágios, certo?

Por cá testam todos. O facto de ser vacinado leva a que seja de 15 em 15 dias e os não vacinados são testados 2 vezes por semana, resumindo o que está no link acima. Os anos clínicos fazem o teste na faculdade (como tem sido feito até agora e tem sido sem custos) e os dos pré-clínicos penso que podem fazer na modalidade de auto-teste (também penso que vem referido que é fornecido pela faculdade) e depois registar o resultado num formulário.

Agora para fazer o estágio que vou fazer nas próximas duas semanas, também fui testada (tal como todos os colegas nas respetivas semanas em que o realizaram entre agosto e setembro). Acho que nos vão pedir o certificado nas inscrições para ficarem logo com isso guardado nas nossas informações.
 
um fumador apesar de não ser saudável e estar sujeito a sofrer de doenças respiratórias, cardiovasculares e cancros está apenas a colocar em perigo a saia saúde, repito , apenas a sua!
Como é que podes dizer algo que esteja tão errado e ainda achar que tens razão? Não só existe fumo em segunda mão, que danifica a saúde dos outros, pesquisa recente ainda fala em "fumo em terceira mão", referindo-se aos resíduos que deixa sobre as superfícies, que afecta outros que depois frequentem os mesmos espaços.
E nao , não se pode tolerar negacionismo.
sugiro que comecem a banir tudo que vier com teorias da conspiração
Vão chamar a polícia de pensamento? Ele deve preparar-se para receber uma contrafé da PIDE?
Como diz o davis ("[a]cho que a melhor forma de combater a desinformação será contraponto com as respetivas informações válidas"), a melhor forma de lidar com informação falsa é refutá-la, mostrar porque está errada. Tentar suprimir a livre expressão destes outros não só é imoral, não os vai convencer (antes pelo contrário), e não os vai impedir de continuar a espalhar essa informação por outros meios. Já se o convenceres do teu ponto de vista, não a vai espalhar por meio nenhum porque já não vai acreditar na referida falsa informação.
é preciso fazer diferença entre vacinados e não-vacinados de forma que toda a gente acabe por se vacinar
... ou seja, fazer chantagem. E não vês nada de errado com sugerir chantagem quanto às decisões que uma pessoa faz sobre a sua saúde?

Independentemente da tua opinião sobre as decisões de qualquer indivíduo de se vacinar ou de não se vacinar, todos estão no seu direito de fazer qualquer uma das duas decisões consoante os direitos fundamentais salvaguardados pela Constituição Portuguesa (direitos estes que nem em guerra podem ser suspensos, muito menos em mero estado de emergência).