Não sabes para onde ir. E se fosse para aqui? E se fosse para ali? Mas se eu for para aqui, podia ter ido para ali! Arre! Estou farto/a disto! Porque é que a única certeza da vida é não sair vivo dela? Oxalá que houvesse um botão em que carregássemos e que nos dissesse a escolha certa, a escolha impossível de nos arrependermos! O que é que eu quero? O que é que a vida quer de mim? Qual o sentido da vida? Porque vivemos?
Vais fazer os exames necessários. Não sei se a tua nota ou média foram bons, brilhantes, maus ou péssimos. Se foram bons/brilhantes parabéns! Chora, comemora, celebra, vai pôr a família a babar! Podes ir para a universidade/politécnico! Que orgulho! Se não tiveste sorte, melhores oportunidades e dias virão. Só o facto de tentares já é um orgulho! Anima-te!
Os dias passaram a correr. Ainda marinado/a por tantas perguntas, tens de tomar uma decisão. Ainda não decidiste que rumo dar à tua vida, mas o último dia de candidaturas ao ensino superior termina amanhã! Escolhe ao aleatório! Pode ser que até tenhas jeito/perfil! Assim o fizeste. Esperas não te arrepender.
O tão aguardado dia da DGES lançar as colocações chegou. Foste colocado/a! Parabéns! Posta já isso no Facebook! Mas… Será que fizeste a escolha certa? A ver vamos. Duas coisas são certas: Indepentemente de teres feito a escolha certa/errada, estás muito curioso/a com a tua universidade/politécnico. E muita gente gostaria de
estar no teu lugar.
O primeiro dia de aulas chegou ao fim. Até gostaste. O curso parece ser bem bom. Estás a ver que às vezes o acaso é o mais acertado? Os dias passam. Afinal o curso não era como estavas a imaginar. Não te consegues adaptar ao sistema de ensino. A matéria é complicada e em demasia. Não consegues conciliar os trabalhos com os estudos. Não desanimes! É natural que o primeiro ano seja complicado.
Chegas ao segundo ano. Finalmente percebes no que é o curso consiste. Vês que não tens perfil para maioria das saídas profissionais e as outras não sabes o que se faz concretamente. “Porque raios vim aqui parar?” – perguntas. Mas devido às excelentes pessoas que conheceste, não queres abandonar o curso.
O último ano chegou. É o pior. A dificuldade está ao rubro. A matéria é cada vez mais desinteressante. Motivação para ir à faculdade/politécnico é zero. Cada vez que o despertador toca, pensas que é mais um dia perdido e que a tua batalha é em vão. Mas o estágio que farás vai dar-te a descobrir que fizeste a escolha certa e que tens perfil para o curso que frequentaste!
A altura de estagiar chegou. Não tens nada contra a empresa e as pessoas, mas percebes que nada daquilo é para ti. Agora sim, tens a certeza que fizeste a escolha errada. Será que foi por isso que as tuas notas eram tão baixas? O estágio prossegue. Continuas insatisfeito/a com o mesmo. Pelo menos conheceste excelentes pessoas! Apesar de estares a ter uma péssima prestação e saberes que a tua nota final vai ser uma miséria, conheceste excelentes pessoas! Nem tudo é mau.
Como já previas, acabas-te o estágio com nota vergonhosa. Não vale a pena batalhar mais por uma coisa que não vale a pena. Comunicação Empresarial não é para ti. Basta. Oxalá que tenhas retirado a lição de que os detalhes fazem a diferença e convém analisá-los muito bem antes de ires para o ensino superior. E aplica esta lição de vida a tudo o resto: antes de ires por um determinado caminho, analisa-o bem.
Apesar de teres enganado na estrada e não saberes o que é melhor para ti, um dia verás qual será a estrada certa. Boa sorte!
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Este texto faz parte de uma série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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