GNR registou 1.497 crimes de violência no namoro em 2023, mais do que em 2022

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A Guarda Nacional Republicana (GNR) registou 1.497 crimes de violência no namoro em todas as faixas etárias em 2023, mais 76 do que no ano anterior, segundo dados divulgados, esta quarta-feira, pela força de segurança.

Em comunicado para assinalar o dia dos namorados, que se celebra esta quarta-feira, a GNR indica ter registado, em 2023, na área da sua responsabilidade, 1.497 crimes de violência no namoro em todas as faixas etárias, especificando que 434 das vítimas estavam na faixa etária até aos 24 anos.

Em 2022 tinham sido registados 1.421 crimes de violência no namoro em todas as faixas etárias, 244 vítimas com idade até aos 24 anos.

A GNR está a desenvolver, a partir desta quarta-feira e até domingo, uma campanha de sensibilização e prevenção que visa incentivar todos os jovens a denunciar e a não aceitar qualquer tipo de violência psicológica, emocional, física, social ou sexual.

A campanha visa igualmente sensibilizar para a eliminação da violência e todas as formas de agressão existentes em relações de namoro, especialmente entre os jovens, onde estes comportamentos são precoces e mais facilmente evitados no futuro.

“É importante alertar os jovens para a importância das relações saudáveis, baseadas em princípios e valores tais como a autoestima, o respeito e a tolerância, que são pilares das relações de namoro, promovendo uma cultura anti-violência através de uma maior consciencialização”, refere a GNR.

“No namoro não há Guerra”. PSP vai às escolas sensibilizar para a violência no namoro

A PSP inicia na quinta-feira a campanha “No namoro não há guerra” em escolas de todo o país, para sensibilizar os alunos contra a violência no namoro, que deu origem a 1.363 denúncias em 2023, anunciou esta quarta-feira.

As ações de sensibilização sobre violência doméstica e no namoro, desenvolvidas por polícias afetos ao programa Escola Segura, decorrem até 23 de fevereiro e destinam-se principalmente a alunos do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, na faixa etária entre os 13 e os 18 anos.

Numa nota divulgada esta quarta-feira, Dia dos Namorados, a polícia defendeu a necessidade de intervenção precoce e especializada nestes casos de violência, apelando às vítimas e às pessoas que lhes são mais próximas que estejam “atentas a sinais” e que apresentem queixa nas esquadras, junto das Equipas da Escola Segura (em contexto escolar) ou das Equipas de Proteção e Apoio à Vítima.

“A violência não é tolerável, nem desculpável, mas quem agride precisa de ser ajudado”, sublinhou.

A PSP destacou que tem aumentado a predisposição das vítimas e de testemunhas para denunciar este tipo de criminalidade.

Nos últimos cinco anos foram registadas 9.923 denúncias de violência no namoro, das quais 1.363 em 2023. Das 1.363 denúncias recebidas no ano passado, 916 referiam-se a relações de namoro em curso, enquanto 447 diziam respeito a situações de violência entre ex-namorados.

“Das vítimas identificadas, 78% é do sexo feminino (1.063). Destas, 55% encontram-se na faixa etária entre os 25 e os 44 anos, 28% tem menos de 25 anos e 17% tem mais de 45 anos”, sublinhou a PSP.

Em 2019, a PSP tinha registado 2.185 queixas de violência entre namorados, em 2020 foram 2.051, em 2021 recebeu 2.215 e em 2022 assinalou 2.109 queixas.

“Injuriar, ameaçar, ofender, agredir, humilhar, perseguir ou devassar a intimidade são formas dessa violência. Verificam-se ainda alguns comportamentos, principalmente entre casais mais jovens, que também se traduzem em situações de violência”, sublinhou.

A PSP realçou também que a violência no namoro pode ser física, psicológica/emocional, social, sexual e económica, “não sendo aceitável que o(a) parceiro(a) queira controlar aquilo que o outro veste ou com quem se relaciona, nomeadamente o círculo de familiares/amigos, e com quem socializa nas redes sociais”.

Atualmente a PSP tem 19 Estruturas de Atendimento Policial a Vítimas de Violência Doméstica (EAPVVD) distribuídas pelos Comandos Metropolitanos do Porto (a primeira a ser criada) e de Lisboa, pelo Comando Regional da Madeira e pelos Comandos Distritais de Castelo Branco, Évora, Portalegre, Setúbal e Viseu.