Como o Uniarea tinha noticiado no passado domingo, com as alterações excepcionais realizadas aos exames nacionais este ano, que passam apenas a ser realizados para efeitos de prova de ingresso e conclusão das disciplinas, além de se poder deixar de fazer melhorias não existiria recálculo das classificações finais das disciplinas concluídas em anos anteriores.
Portanto, os alunos que irão concluir as disciplinas de exame este ano teriam as suas classificações finais das disciplinas calculadas a 100% com as suas notas internas, enquanto que os alunos dos cursos científico-humanísticos que concluíram disciplinas em anos anteriores teriam essas disciplinas calculadas com a regra habitual: 70% a nota interna, e 30% a nota do exame nacional correspondente desse ano.
As medidas tomadas não têm sido consensuais, tendo gerado diversas discussões, que deram já origem a petições, nomeadamente a que surgiu no seguimento da discussão deste tópico do nosso fórum, com mais de 7 mil assinaturas.
Hoje o governo dá um sinal de abertura ao recuar numa destas decisões de forma a dar “igualdade de tratamento aos estudantes que concluíram as disciplinas ou o nível secundário de educação em anos anteriores e que agora se pretendem candidatar ao ensino superior, definindo condições de candidatura que não prejudiquem candidatos com classificações obtidas anteriormente”, como é referido no próprio site da DGES.
Assim, a fórmula de cálculo da nota de candidatura passa a integrar, para além das classificações dos exames finais que o estudante pretende utilizar como provas de ingresso, na componente do ensino secundário as classificações decorrentes das seguintes situações:
- Para os exames realizados este ano pelos candidatos que concluíram o nível secundário neste ano lectivo 2019-2020, devem ser consideradas as classificações internas das disciplinas (nota interna a 100%).
- Para os exames realizados em anos letivos anteriores, com validade nos termos do concurso nacional de acesso, devem ter-se em consideração duas situações distintas, respetivamente:
- Nas situações em que a classificação do exame nacional então realizado tenha sido inferior à classificação interna da disciplina, deve utilizar-se a classificação interna da disciplina. Ou seja, se o exame te desceu a classificação interna, ficas com a tua classificação interna a 100% para efeitos de acesso.
- Nas situações em que a classificação do exame nacional então realizado tenha sido igual ou superior à classificação interna da respetiva disciplina, deve utilizar-se a classificação final da disciplina. Ou seja, se o exame não te desceu ou até subiu a nota da disciplina, ficas com a nota que já tens calculada.
O governo conclui, assim, que “o método agora adotado garante a igualdade de tratamento entre os estudantes candidatos, aplicando sempre a regra mais favorável ao candidato, dentro do enquadramento legal excecional recentemente aprovado.”
Continua, no entanto, a não se poder realizar melhorias às classificações finais das disciplinas com as notas dos exames nacionais deste ano. Nesse ponto o governo não mudou de ideias, continuando os exames nacionais a contar apenas como prova de ingresso.