Não são raras as vezes em que um estudante comete um erro no momento de escolha do curso que englobará a área na qual ele irá seguir uma via profissional. Às vezes é necessário cometer o erro de se matricular num curso para perceber realmente se é isso que se quer. Não é raro que um estudante diga que está insatisfeito com o curso, ou que afirme que de facto não é o curso certo para ele. Venho por isso dar o meu testemunho em como esta experiência me ajudou bastante a perceber que é necessário seguir os nossos instintos.
Estudei no curso cientifico-humanístico de Ciências e Tecnologias e apercebi-me do meu gosto pela Biologia e pela Física desde cedo, o que me levou a ponderar em matricular-me num curso ligado a estas duas disciplinas, mais concretamente Biotecnologia. No entanto, também tinha um gosto pela tecnologia e programação, o que me levaria a optar por Engenharia Informática. Tinha então uma decisão difícil pela frente: seguir uma área que realmente gostava ou então seguir uma área na qual tinha algum interesse e na qual arranjaria facilmente emprego (Engenharia Informática tem aproximadamente 100 % de empregabilidade). O tempo passou, e chegou o momento de tomar a decisão…
Tal como muitos alunos pré-universitários, ansiei muito pelos resultados durante o verão, mas quando foram anunciadas as colocações da 1ª fase vi-me um pouco decepcionado: não tinha conseguido ser colocado em nenhum dos cursos que realmente queria (que consistia em Engenharia Informática em varias universidades). Esperei então novamente pela segunda fase, mas graças a uma amiga decidi incluir nas minhas opções a UTAD. Ora, quando saíram os resultados, verifiquei que realmente tinha sido colocado em Vila Real. Após algumas discussões com os meus pais, tinha 2 alternativas: ir para Vila Real, afastado de tudo o que conhecia, ou ficar no Porto numa universidade privada, em que poderia estar mais próximo da família. A minha decisão foi bastante fácil na verdade: queria ir para Vila Real, aprender a viver sozinho, a tomar as minhas decisões e crescer como pessoa.
E assim foi. O meu primeiro ano foi passado no curso de Engenharia Informática, onde fui também praxado com muito orgulho. Criei em Vila Real uma nova casa e uma nova família, e comecei a afeiçoar-me à cidade e à universidade. No entanto, no decorrer do ano, sentia uma falta de motivação para estudar, uma sensação de monotonia nas aulas, que foi progredindo à medida que o ano se aproximava do fim. E então percebi que talvez me tivesse precipitado na minha decisão, e que não adianta trabalhar em algo que não me motivasse. Visto que esta minha alternativa tinha-se tornado um fracasso, achei que seria adequado mudar de curso. Sorte a minha que na UTAD existe o único curso do país de Genética e Biotecnologia. Pareceu-me um sinal a dizer que deveria mesmo de ir para Genética, e eu claro, segui a oportunidade. Hoje, posso dizer com muito orgulho que frequento o mui nobre curso de Genética e Biotecnologia e que estou realmente feliz pela escolha que fiz.
Apercebi-me que de vez em quando é preciso cometer um erro para perceber qual é a decisão acertada e que é necessário seguir os nossos sonhos. Hoje posso dizer que aprendi muito graças a esta experiência. Espero que este texto ajude todos aqueles que, como eu já temi, temem ter feito a escolha errada. Se não se sentem bem, façam algo para mudar.
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Este texto faz parte de uma nova série de textos de opinião de alunos do ensino secundário e superior sobre a sua visão do ensino e da educação.
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