Há 52 mil universitários com propinas em atraso. Dívida ascende aos 60 milhões de euros

Foto de photography33 Depositphotos.com

Os estudantes do ensino superior devem mais de 60 milhões de euros às universidades e politécnicos onde estão ou estiveram inscritos nos últimos anos. 

A situação agravou-se com a pandemia e, atualmente, com o aumento do custo de vida. Ainda assim, este é um valor acumulado, com dívidas que em alguns casos remontam há oito anos. 

No total, são cerca de 52 mil estudantes com prestações em atraso, sendo que o processo de seis mil estudantes já foi entregue à Autoridade Tributária (AT) para cobrança coerciva. A maioria destes casos verifica-se na Universidade do Porto, que remeteu 4579 processos à AT.

O valor apurado pode, contudo, estar “algo inflacionado” atendendo ao final do ano lectivo, sublinha o presidente do Politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues ao Público. “Muitos alunos deixam as propinas para pagar o mais tarde possível”, pelo que poderão regularizar a situação nas próximas semanas.

Qual é o prazo de prescrição das dívidas das propinas?

As faturas em dívida de bens essenciais, como a luz, prescrevem no prazo de seis meses e, em geral, o prazo normal de prescrição de dívidas é de 20 anos. Mas depois há um conjunto de dívidas que têm prazos específicos, como é o caso das propinas.

Créditos dos estabelecimentos que forneçam alojamento, ou alojamento e alimentação, a estudantes, bem como os créditos dos estabelecimentos de ensino, prescrevem no prazo de dois anos.

Se as dívidas de educação forem referentes a propinas devidas pela frequência do ensino público universitário são taxas devidas pela prestação do serviço público, pelo que se lhes aplica as regras de prescrição previstas na Lei Geral Tributária, o prazo que é de oito anos.